R.E.M.: de futuro do pop para uma realidade mercadológica
Resenha - Automatic For The People - R.E.M.
Por Paulo Severo da Costa
Postado em 27 de fevereiro de 2013
O que se pode esperar de uma banda que, após dez anos no underground, assina contrato com uma grande gravadora, lança um disco cheio de hits de pista como "Losing my religion" e "Shinny happy people", ganha, de cara seis Grammy pelo álbum, e se torna uma das maiores vendedoras de disco do mundo? Saídos de Athens, Geórgia, passando pelo circuito das rádios universitárias e contando com uma mistura saudável entre o jangle pop e o college alternativo, o REM pulou, em 1991 com "Out Of Time", de futuro do pop para uma realidade mercadológica poucas vezes vista na história do show business. Municiados com linhas melódicas profundas e acessíveis ao mesmo tempo- uma mistura ácida entre BYRDS e TELEVISION – o time de MICHAEL STIPE subverteu a lógica e lançou, em 1992, um disco denso e infinitamente mais sombrio que seu antecessor.
"Automatic For The People" se opôs a celebração aos dias ensolarados dos anos 80 à falta de perspectiva da década seguinte; ao invés de celebrar o amor e suas dores de forma espontânea como havia feito em "One I Love", cinco anos antes, falava de morte como em "Try Not to Breathe" ou em "Sweetness Follows". Em uma rápida audição, é fácil notar que os acordes brilhantes de canções antigas como "Fall on Me" ou "Radio Song" dão lugar ao sufocamento provocado em "Drive" ou da "canção mais triste de todos os tempos"- rótulo que já foi dado a "Everybody Hurts". DAVID FRICKLE, um dos críticos mais reconhecidos das últimas décadas chamou o disco de 'agonizante" quando comparado ao registro anterior.
Dentro da estética mais rock n´roll , três faixas aparecem como destaque: "The Sidewinder sleeps tonite" quebra o clima melancólico e possui aquela pegada folk-rock que ainda marcaria várias canções futuras da banda como "Imitation Of Life" enquanto "Ignoreland" soa como uma versão turbinada do TALKING HEADS em um flerte sutil, mas perceptível, com a new wave. Fechando a trinca, "Man On The Moon", ecoa ainda mais especial quando mentalmente desvinculada do filme sobre ANDY KAUFMAN; e é brilhante em sua simplicidade.
Apesar de toda contra-estética comercial, 'Automatic" foi tão bem recebido pelo público e crítica quanto seu antecessor; e é considerado por muitos a obra prima da banda. De fato, dizer que, a partir desse álbum, grupos como CONCRETE BLONDE e RADIOHEAD definiram, ou redefiniram sua discografia, não é nenhum exagero.
Track list:
1. "Drive" – 4:31
2. "Try Not to Breathe" – 3:50
3. "The Sidewinder Sleeps Tonite" – 4:06
4. "Everybody Hurts" – 5:17
5. "New Orleans Instrumental No. 1" – 2:13
6. "Sweetness Follows" – 4:19
7. "Monty Got a Raw Deal" – 3:17
8. "Ignoreland" – 4:24
9. "Star Me Kitten" – 3:15
10. "Man on the Moon" – 5:13
11. "Nightswimming" – 4:16
12. "Find the River" – 3:50
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O primeiro supergrupo de rock da história, segundo jornalista Sérgio Martins
A melhor banda ao vivo de todos os tempos, segundo Corey Taylor do Slipknot
Iron Maiden vem ao Brasil em outubro de 2026, diz jornalista
A canção dos Rolling Stones que, para George Harrison, era impossível superar
O lendário guitarrista que é o "Beethoven do rock", segundo Paul Stanley do Kiss
O baterista que parecia inatingível para Neil Peart; "muito além do meu alcance"
Por que Dave Mustaine escolheu regravar "Ride the Lightning" na despedida do Megadeth?
A opinião de Ronnie James Dio sobre Bruce Dickinson e o Iron Maiden
Prika Amaral explica por que a Nervosa oficializou duas baixistas na banda
Avenged Sevenfold lança single inédito para o novo jogo da franquia Call of Duty
Guns N' Roses teve o maior público do ano em shows no Allianz Parque
Os 50 melhores álbuns de 2025 na opinião da Classic Rock
Os onze maiores álbums conceituais de prog rock da história, conforme a Loudwire
O improviso do Deep Purple após noite inteira de farra que virou canção clássica
Megadeth anuncia show em país onde nunca tocou
Bruce Dickinson e o erro que Iron Maiden cometeu no "The Number of the Beast"
O motivo pelo qual Paul Stanley não toca mais guitarra desde o fim do Kiss
A música do Genesis que virou hit, mas Phil Collins não cantava; "Não sei do que ela fala"


30 clássicos do rock lançados no século XX que superaram 1 bilhão de plays no Spotify
Cinco clássicos dos anos 90 que ganharam versões heavy metal
Análise científica coloca Nirvana e R.E.M. no topo da lista de músicas mais tristes
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Clássicos imortais: os 30 anos de Rust In Peace, uma das poucas unanimidades do metal



