Kamelot: querendo mostrar trabalho a qualquer custo
Resenha - Silverthorn - Kamelot
Por Thiago El Cid Cardim
Postado em 13 de novembro de 2012
Talvez um dos subgêneros mais festejados do heavy metal nos últimos anos, o chamado power metal vem enfrentando uma recente onda de declínio criativo, sendo mantido vivo por alguns poucos e raros representantes que ainda conseguem fazer algo de novo. Um destes nomes é justamente o da banda norte-americana Kamelot, que desde o excelente álbum "The Black Halo" (2005) encontrou uma sonoridade própria e particular, algo entre o power e o gótico/sinfônico, resultando no que gosto sempre de chamar de "Andrew Lloyd Webber metal". Desta forma, justifica-se a expectativa em torno de seu novo álbum de inéditas, "Silverthorn". Afinal, trata-se do primeiro lançamento sem a competente voz de Roy Khan, um dos principais motivos do sucesso da banda, com uma interpretação limpa, moderna, dinâmica e teatral. Sem os vocais de Khan, teria o Kamelot algum futuro pela frente? A resposta é clara: sim. E que baita futuro.
O disco, conceitual, conta a história de uma garota do século 19 chamada Jolee, que morre em um trágico acidente, testemunhado por seus dois irmãos gêmeos – e que abre as portas para que a família comece a lidar com segredos e traições há muito escondidos.
Para o cargo de Khan, foi escolhido Tommy Karevik, cantor sueco que já tinha sido convidado especial na última turnê da banda, sem a presença do último vocalista. Quem já tinha ouvido o seu trabalho à frente do Seventh Wonder, sabe bem que não dá para ignorar o talento do sujeito. Em comum com Khan, ele tem a versatilidade (indo do mais agressivo ao mais sutil e delicado) e a sonoridade mais clean, sem necessidade dos altíssimos agudos que costumam caracterizar o estilo. Embora seu tom lembre o de seu antecessor em alguns momentos, Karevik inteligentemente parece evitar as comparações e tenta dar seu toque pessoal, em especial no que diz respeito aos graves. Na bela "Song for Jolee", ele se entrega em uma balada delicada, quase como que conjurando a sua "A Sailorman's Hymn" pessoal, aquele momento para acalmar a plateia em pleno show e brilhar sozinho ao som de um violão acústico.
Na escola das canções aceleradas, para bater cabeça, "Silverthorn" também não faz feio. O primeiríssimo single, "Sacrimony", com a participação das belas vocalistas Elize Ryd (Amaranthe) e Alissa White-Gluz (The Agonist), já dava mostras de que Karevik não está aqui para brincar. A bolacha abre em excelente ritmo ao colocar, na sequência, petardos como "Ashes to Ashes" e "Torn". Um dos ápices do disco, no entanto, é a cadenciada "Falling Like The Fahreinheit", uma espécie de power ballad que mostra não apenas o novo vocalista em uma interpretação brilhante e bastante variada, mas também o guitarrista Thomas Youngblood fugindo do lugar comum e, ao mesmo tempo, deixando clara a assinatura do Kamelot.
"Silverthorn" não é perfeito, mas é o Kamelot querendo mostrar trabalho a qualquer custo, indo para cima com tudo e entregando um trabalho de grande qualidade. E sem perder o seu estilo peculiar, leia-se.
Line-up:
Tommy Karevik – Vocal
Thomas Youngblood – Guitarra
Sean Tibbetts – Baixo
Casey Grillo – Bateria
Oliver Palotai – Teclado
Tracklist:
1. Manus Dei
2. Sacrimony (Angel of Afterlife) – com Elize Ryd & Alissa White-Gluz
3. Ashes to Ashes
4. Torn
5. Song for Jolee
6. Veritas – com Elize Ryd
7. My Confession
8. Silverthorn
9. Falling Like the Fahrenheit – com Elize Ryd
10. Solitaire
11. Prodigal Son – com Alissa White-Gluz
12. Continuum
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