30 Seconds to Mars: a crueza em seu começo de carreira
Resenha - 30 Seconds to Mars - 30 Seconds to Mars
Por Flavio Lens
Postado em 21 de agosto de 2011
Nota: 9
Porque escrever sobre o 30 Seconds to Mars??? Pelo simples fato de ser uma banda daquelas que causam as mais diversas reações. Alguns idolatram, outros abominam, sem contar aquela parcela de fãs (na maioria esmagadora meninas) que só conhece a banda por causa do vocalista, guitarrista, principal letrista, ator, galã "ai-como-ele-é-lindo-mamãe-quero-dar-pra-ele" que atende pelo nome de Jared Leto, sem às vezes nem saber o nome dos outros integrantes da banda, e achando que a banda é apenas o frontman supracitado.
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Mas atrás de toda esssa hype que veio após o lançamento do ótimo "A Beautiful Lie", há uma faceta da banda que é praticamente ignorada não só pelos "fãs", mas provavelmente pela própria banda, vide a quase total ausência de músicas do primeiro álbum auto-intitulado quando eles vieram ao Brasil - e é justamente sobre este álbum que irei comentar neste review.
O álbum, lançado em 2002, tem forte influência do new metal, estilo que estava em seu auge na época, mas desde a primeira faixa possui uma originalidade que impede de rotular a banda como tal. Capricorn, Edge of the Earth, Buddha for Mary possuem riffs que poderiam estar em qualquer música de bandas de heavy metal sem maiores problemas, enquanto Echelon traz passagens eletrônicas que remetem ao som gótico dos anos 80, trazendo guitarras pesadas e muita melodia no refrão - um dos pontos altos do disco. Da metade pro final do álbum, temos aquela sensação de "mais do mesmo", sem muita variação entre as músicas, mas é algo que não compromete em nada a audição do disco por completo, pois o mesmo é muito bem produzido (a produção ficou a cargo dos próprios irmãos Jared e Shannon Leto, que é o baterista da banda) e as músicas são extremamente agradáveis de se ouvir, com peso e melodia na dose certa. A formação da banda é uma incógnita, pois a própria banda parece fazer questão de "esconder" tudo o que é relacionado a eles antes do A Beautiful Lie. O que é uma pena, pois, apesar de eu gostar tanto do ABL e do This Is War, considero este debut o melhor registro da carreira do trio.
Mais um ponto que merece destaque positivo é a performance vocal de Jared. Se você espera por vocalizações em tons altos, gritaria e berração pra todo lado, esqueça. Aqui, ele está bem mais contido e são raros os momentos em que a voz sobe o tom, e os gritos à la metalcore/screamo são praticamente nulos. Os temas das letras são bem abstratos, como os próprios integrantes dizem, "nós criamos um mundo e nos escondemos por trás dele", e os efeitos e distorções na voz são algo recorrente nas músicas, mas, ao contrário do que os mais puristas possam imaginar, os efeitos acabam acrescentando mais ao som, ao invés de atrapalhar a audição.
No geral, é um ótimo álbum que merece atenção especial, tanto dos fãs mais novos quanto do pessoal mais old school que não tenha mente fechada e curta rock pesado em geral. É um disco que mostra toda a "crueza" da banda em seu começo de carreira, e no final manda uma mensagem que pode servir de alívio aos fãs em meio a todos estes boatos sobre o fim da banda: "Nós nunca iremos desaparecer..."
Line-up:
Jared Leto - vocal, guitarra
Shannon Leto - bateria
1. Capricorn (A Brand New Name) – 3:53
2. Edge of the Earth – 4:37
3. Fallen – 4:57
4. Oblivion – 3:27
5. Buddha for Mary – 5:43
6. Echelon – 5:47
7. Welcome to the Universe – 2:38
8. The Mission – 4:02
9. End of the Beginning – 4:37
10. 93 Million Miles – 5:18
11. Year Zero – 7:52 (contém a música bônus "The Struggle")
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