Metal Church: ode à pureza e identidade do estilo
Resenha - Light In The Dark - Metal Church
Por Maurício Gomes Angelo
Postado em 01 de julho de 2007
Nota: 8
Poderia uma banda de nome "Metal Church" ser ruim? Naturalmente que não. Trazendo o epíteto de uma alusão ao aspecto sacro-santo que o metal muitas vezes tem para seus fãs, temos aqui também, por extensão, uma espécie de ode à pureza e identidade do estilo.
Lançado ano passado lá fora, e chegando este ano no Brasil via Hellion Records, "A Light In The Dark" dá uma seqüência sólida à retomada definitiva da carreira da banda após a morte do vocalista David Wayne. E Ronny Munroe, como já demonstrando em "The Weight Of The World", faz um belo trabalho, equilibrando bem tons mais rasgados e agressivos com a placidez melódica de outras partes, deixando entrever em alguns momentos uma possível influência de Biff Byford, do Saxon.
Está tudo aqui: as cavalgadas e dobradinhas tão caras a Kurdt Vanderhoof, único remanescente da formação original, e um dos principais responsáveis por moldar o som do grupo, agora tem a companhia de Jay Reynolds na segunda guitarra, sendo muito satisfatório os riffs criados, além de solos sempre "ganchudos", começando e terminando no momento certo. Para quem gosta de guitarras como linha de frente da sonoridade, o Metal Church é nome obrigatório.
A faixa título já começa demonstrando com maestria tudo o que foi citado no parágrafo anterior. "Mirror Of Lies" é monstruosa (solos e uma potência soberba!), uma das melhores composições de heavy metal lançadas em 2006. "The Believer" vai na mesma toada e é outra inquestionável.
Mas os estadunidenses sempre gostaram de partes mais cadenciadas, com fade-outs engenhosos e retomadas impactantes. Geralmente acertadas, contribuem, às vezes, para uma queda de ritmo levemente mais acentuada que o ideal, como em "Temples Of The Sea" – embora abra mais espaço para a participação do baixo, o que é sempre saudável. A cozinha de Steve Unger e Jeff Plate, aliás, vai além do convencional, não raro conseguindo se destacar, a exemplo de "Blinded By Life".
A velocidade e o peso retornam numa seqüência impressionante com "Pill For The Kill", "Son Of The Son" e "More Than You Master", mostrando um Metal Church azeitado e sempre flertando com o thrash metal, outra característica clássica.
Para encerrar a celebração, "Watch The Children Pray" regravada em homenagem a David Wayne, assim como a capa e parte da arte interna, referências diretas ao primeiro LP. É respeitando o seu passado e sem perder o mesmo brilho que a banda impõe respeito no cenário atualmente. São mais do que bem vindos.
Site Oficial: www.metalchurch.com
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