Resenha - Dark Passion Play - Nightwish
Por Fabio Rondinelli
Postado em 19 de junho de 2007
Assim como diversas publicações regionais sobre música, a revista finlandesa Imperiumi compareceu à audição no Finnvox Studio em Helsinki e divulgou sua rápida visão do aguardado disco "Dark Passion Play", o primeiro do NIGHTWISH com a nova vocalista Annette Olzon (o lançamento está antecipado para 28 de setembro na América do Norte, via Roadrunner Records).
O texto foi redigido em finlandês por Kari Helenius, e traduzido para o inglês por "Anssi" no Fórum NIGHTWISH:
"Estamos a caminho dos estúdios Finnvox, onde em breve haverá a audição do novo álbum do Nightwish. Tenho muitas dúvidas em mente: será um disco mais pesado, escuro, que os anteriores? Quão grandiosas soarão as orquestras? Como se sairá Anette? Sei que a banda pensou bastante em que tipo de vocalista queria e Anette certamente preenche estes requisitos. Antes da audição, ouvi as amostras na Internet, mas não quero fazer suposições baseado naqueles curtos MP3 de 128kbps".
"A meu ver, cada álbum do Nightwish foi melhor que o anterior e logo saberei como fizeram dessa vez. A versatilidade, percepção técnica e talentos pessoais dos membros sempre melhoraram e eles nunca ficaram presos num só lugar, muito menos retrocederam. A banda cresceu e é agora uma das estrelas mais brilhantes no paraíso do metal finlandês".
"Há cerca de 20 convidados da mídia no estúdio, mais o pessoal da gravadora. A banda toda, exceto Jukka, está presente como sempre. Tuomas está nervoso quanto à recepção do álbum pelos jornalistas. Chama-se 'Dark Passion Play', tem 75 minutos e 13 canções".
"Antes de começar a analizar o álbum em detalhes, devo mencionar que ouvi a estas músicas apenas uma vez, então pode haver imprecisões no texto abaixo".
"O álbum começa com 'The Poet And The Pendulum', canção com porte de um mamute, com 14 minutos de duração. Ela inicia com uma introdução cinematográfica acompanhada por um soprano, logo depois explodindo com força total na entrada da banda. É rápida e pesada, um pouco na linha do PANTERA. Anette começa a cantar. No refrão vemos um tema de escape: 'Get away, run away, fly away…' ('Fuja, corra, voe para longe...'). Após o refrão, a orquestra toma conta e volta o verso. Após o segundo refrão há uma passagem mais tranquila onde predomina o cello. O garoto soprano continua: 'Tuck me in beneath the blue...' ('Me cubra sob o azul...'). Então Anette faz um dueto com o garoto, que está dizendo algo que é encoberto pela orquestra e difícil de decifrar. A orquestra fica mais forte e ganha mais vento em suas asas. Emppu toca alguma coisa que lembra um solo e Marco o ataca com seu rugido. A música dá uma pausa, para continuar com mais uma parte. A 'máquina de guerra' se acalma e a tranquilidade prevalece. Uma flauta serena, um belo canto. Segue com um acompanhamento de piano. Algo aqui me lembra 'Ghost Love Score'. Há uma confissão de amor. Quem confessa? Para quem? É um começo ou um fim? Há tantos trechos na música que ela não se revela numa só audição. Após ouvir novamente, talvez possa dizer mais sobre ela".
"Antes que possa organizar meus pensamentos, a próxima canção explode e lembra bastante 'Wish I Had an Angel'. É cantada por Marco e posso dizer que o título 'Bye Bye Beautiful' é bem traiçoeiro - não é uma balada. O som cru e maciço da guitarra por vezes lembra o MEGADETH. Seria um adeus... ou um 'vá se f****r'?
"'Amaranth' começa com um trio de pianos seguido pela banda e a orquestra surgindo com força total. Quando Anette canta o refrão, começo a sentir arrepios pela primeira vez no disco. Há uma passagem bem pesada, seguida do verso e do refrão novamente. Por alguns instantes, há um trecho mais tranquilo de piano e depois o refrão volta à toda novamente".
"'Cadence of the Last Breath' chega detonando no começo. A orquestra toca pra valer. Anette começa num tom bem alto. Uma canção difícil, depois de apenas uma audição não consigo lembrar muito dela. O refrão soa veloz".
"'Master Passion Greed' é extremamente pesada. Poderia ser uma música sobre tarô, a julgar pela introdução. Creio que seu início estilo Thrash é o mais veloz de todo o Nightwish. Marco canta como se irradiasse fúria e no refrão o tempo diminui, a orquestra se junta e isso impressiona de imediato. Perto do fim, Marco expõe sua raiva. O trecho final é bem maciço, agressivo. A quem teria sido dedicada essa faixa...?"
"A próxima é 'Eva', uma bela e tranquila composição, a qual começa com um piano e um oboé. Anette canta com voz cristalina, a música prossegue devagar. No segundo verso a bateria surge com cautela. Após o segundo refrão, o primeiro solo de guitarra de verdade no disco, e a orquestra permanece quieta até o último refrão".
"Na canção seguinte, os teclados começam e dessa vez a orquestra aparece rapidamente. Então ela segue com uma melodia de guitarra de Emppu. A composição aqui tem um tempo pesado e Anette tem a chance de usar sua voz com bastante variação. Essa história das mil e uma noites se chama 'Sahara' e ao fim podemos conferir melodias árabes. Seria essa a 'The Siren' deste disco?"
"A próxima começa pesada. Possui um clima de filmes de terror, como sugere o título: 'Whoever Brings The Night'. Os vocais passaram por algum tipo de filtro, soam como se estivessem dobrados. A canção é dominada por um estranho e levemente assustador ruído. Mas é bem no estilo do Nightwish. Uma composição mais guitarrística. E não é por menos, já que depois ouço que foi inteiramente composta por Emppu".
"Oh, Jesus. Começou a tocar THE 69 EYES? Não, não, o começo desta só me pegou de surpresa. 'For The Heart I Once Had' possui os vocais mais pop do álbum, acompanhados da bateria e do baixo. O verso 'miado' é especialmente interessante. No refrão há mais energia e a canção começa a alçar vôo. Depois de um curto trecho de guitarra por Emppu, mais outro verso. O refrão é ENORME. Um pouco depois tudo se acalma, há um piano, Anette e a orquestra. Seria essa música sobre o garoto morto? Infância? Novamente o refrão, com a banda e a orquestra dando tudo o que têm".
"O começo da canção seguinte logo me lembra 'Greek Mary’s Blood'. Violão e algum tipo de bateria voltada para acústicos. Marco canta suavemente uma melodia mística, um pouco folk até, e Anette fica em segundo plano. É como uma canção folclórica irlandesa, também pelo nome: 'The Islander'. Um violino se junta e a música inicia um dueto: 'This is for long forgotten light at the end of the world…' ('Essa é a por muito tempo esquecida luz no fim do mundo...'). Uma composição infinitamente linda de Marco que termina em sons do oceano. Desses sons começa a bela canção seguinte, e leva um tempo para eu perceber que é instrumental. É bastante bonita. Há uma atmosfera escocesa e forte temática celta. 'Last of the Wilds" cresce adiante e termina numa solene e genuína kantele finlandesa (instrumento de cordas típico da região)".
"A próxima faixa começa pesada novamente. Grandiosos corais ao fundo. Emppu detona na guitarra e Anette prevalece cantando. Marco entra no refrão. Anette então continua ao fundo. De volta ao verso, que tem uma atmosfera de aguardo, ansiedade. Outro refrão, grandioso, belo. Emppu começa um solo direto do segundo refrão. De volta ao vocal de Anette, a música pára um pouco para respirar, somente com a bateria e a orquestra. O som da orquestra cresce, com um violino celta e os maravilhosos vocais de Anette. Marco também continua. 'Howl! Seven Days To The Wolves!' O refrão é simplesmente o melhor. Essa é a melhor faixa do disco até agora!"
"A última música - 'Meadows Of Heaven' - começa com um cello, logo acompanhada do piano e do violino, onde Anette canta uma melodia bela e tranquila. O refrão tem mais força, seguido novamente de um verso mais calmo. Uma gaita de foles ou coisa do tipo continua com uma flauta. A bateria surge e logo depois a orquestra, Anette e um grande coral. Emppu ataca com um poderoso solo de guitarra. Após o solo, é hora de se acalmar um pouco, com Anette novamente cantando junto ao piano e ao violino. Entra a orquestra e chegamos a outro refrão. Logo ao fim da canção, há um coral gospel e uma vocalista de soul; cada pêlo do meu corpo fica eriçado. Que canção magnífica! É uma intensa experiência física, meu pulso está perto de 200 quando ela chega ao fim. Um grande encerramento para um grande disco!"
"Em resumo, depois de apenas uma audição é impossível dizer se é ou não o melhor álbum do Nightwish. Sinto-me como quando ouvi 'Once' pela primeira vez; tenho de me conter um pouco e gostaria de ouvir o disco novamente, para que pudesse compreender pelo menos algo do que ouvi. A performance de Anette é impecável e o jeito com que usa sua maravilhosa voz coroa este opus. Há uma tremenda variedade de emoções neste álbum, de sensível a explosiva. O tema celta que surge nos últimos momentos do disco foi uma surpresa. O deixou mais colorido e, ao menos para mim, elevou a atmosfera, fã que sou de tudo que é irlandês".
"Ainda assim, citando Henrik do SONATA ARTICA, escrever sobre música é como ler notícias com um piano: é absurdo tentar caracterizar esse tipo de trabalho com um texto, e todos ouvirão de maneira diferente. Foi dito que é o álbum finlandês mais caro da história. Depois de ouvi-lo, fica claro que o investimento valeu a pena - o resultado final se aproxima da perfeição. Já há dois vídeos feitos com canções do álbum, por Antti Jokinen em Los Angeles".
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