Resenha - Cabeça Dinossauro - Titãs
Por Thiago Calsa Nunes
Postado em 24 de outubro de 2000
O ano é 1986. Ano em que é instalado no Brasil o plano cruzado. Isso representa uma redução significativa no preço dos discos e qualquer banda que fizesse um disco razoável poderia vender horrores, e quem fizesse um bom...
E os Titãs não deixam a oportunidade passar.
Os Titãs vinham de ressaca porque um de seus vocalistas, Arnaldo Antunes, e o guitarrista, Tony Beloto, haviam sido presos por envolvimento em heroína. Isso refletiu diretamente nas músicas. Os Titãs também estavam atrás de uma identidade própria.
Em Abril de 86, os Titãs entram no estúdio Nas Nuvens, no Rio de Janeiro para gravar o que seria um marco do rock no Brasil: "Cabeça dinossauro", sendo o mais pesado da história do Brasil até então.
"Igreja", "Porrada", "Dívidas", "Bichos escrotos", o disco era uma porradaria sem limites, pesado do início ao fim, tanto no instrumental, quanto nas letras. A única faixa que pode se dizer que não era com volume alto era "Família", o resto eram riffs infernais.
Várias músicas faziam referência ao episódio de prisão dos integrantes como "Estado violência" e o clássico "Polícia" ("Polícia para quem precisa, polícia para quem precisa de polícia"). Outra música bastante tocada também foi "Homem Primata".
"Cabeça dinossauro" fez uma revolução na música brasileira, ninguém tinha feito ainda algo tão pesado e demolidor. O Brasil nunca tivera letras tão diretas e objetivas e, mais que isso, o disco conseguiu um alto índice de vendas.
O disco marcou o auge dos Titãs na cena roqueira e pode-se afirmar com toda convicção que depois de "Cabeça dinossauro", o rock brasileiro nunca mais foi o mesmo.
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