Ghost: estudos da simbologia utilizada pela banda
Por César Rezende
Postado em 17 de abril de 2018
Caro leitor, já se perguntou porque a banda Ghost apresenta-se regida por um Papa Emeritus acompanhado por outros cinco músicos vestidos de sacerdotes? O que a simbologia escolhida pela banda representa e porque escolheram cada uma?
Primeiramente devemos saber que a banda é originária da Suécia. A nítida releitura obscura do catolicismo e a representação fúnebre dos componentes religiosos podem ser explicados por eventos históricos – inquisição, catequização de povos pagãos e guerras religiosas – que geraram muitos problemas sociais e conflitos culturais para os países nórdicos. A representação teatral da banda Ghost pode ser, dentre outras possibilidades, entendida como a visão dos povos não cristãos, ou seja, dos camponeses, a respeito das autoridades religiosas católicas e dos sacerdotes que chegavam em sua pátria. As guerras e conflitos religiosos sempre geraram muitas perdas, acarretando uma aversão e uma leitura de que a religião oposta era a clara representação do mal.
Todos os Papas Emeritus eleitos pela banda até o presente trazem consigo a cruz celta invertida, fazendo assim a alusão ao fato de que uma frente religiosa era adversa a outra.
No logo da banda podemos observar que há a presença de duas fases da lua – crescente na letra "G" e minguante na letra "T" – considerando-se que as fases da lua eram sagradas por grande parte dos povos pagãos por representarem uma divindade e também por serem a ilustração dos ciclos da natureza. Aliás, vale ressaltar que a palavra "pagão" deriva do grego e possui sua raiz como sinônimo de camponês. Ainda analisando o logo da banda Ghost, é possível comparar a grafia da letra "G" como simbolismo representativo do composto cinábrio, ou sulfeto de mercúrio (em nomenclatura química), visto pelos olhos da Alquimia. Os alquimistas acreditavam que o elemento enxofre – também representante do masculino – e o elemento mercúrio – representante do feminino – eram os componentes fundamentais para a geração de outros elementos estudados a época. O cinábrio, quando em estado sólido, apresenta-se em cor vermelha vivaz, por vezes podendo ser comparado a uma "pedra de sangue". Sendo assim, o composto em questão era extremamente importante para os primeiros/as pesquisadores/as da era posterior ao século I.

Os cinco instrumentistas componentes da banda Ghost representam singularmente os cinco elementos fundamentais, entendido pelos alquimistas como base de tudo que existe, sendo eles: água, fogo, terra, ar e éter (elemento que permite o suporte de tudo o que existe, bem como por onde tudo se deslocava, sendo um meio para o deslocamento da luz e do som, por exemplo). Uma curiosidade interessante é o fato do éter ter sido descartado pelos cientistas posteriores aos alquimistas, historicamente mais próximos de era contemporânea. Porém, com os avanços nos estudos nas áreas de cosmologia e astrofísica, entende-se que há o que denomina-se como matéria escura e que permeia todo o Universo, sendo passível interpretar como algo análogo ao éter descrito primordialmente.
Resumindo, podemos entender que a banda representa o modo como alquimistas (cientistas) e os povos pagãos (camponeses) percebiam as figuras religiosas que representavam a Igreja Católica na época, pois com as guerras religiosas o estado de medo e trevas instalava-se quase que em totalidade na pátria onde ocorria.
Vale ressaltar que os países nórdicos atualmente são compostos em sua grande maioria por ateus (número superior a 70%), o que representa que não acreditam nem em Deus e nem no Diabo. Resta apenas a manifestação artística e teatral que faz com que possamos conhecer culturas diferentes e ter diferentes pontos de vista para observar e interpretar tudo a nossa volta.
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