Old Skull: Death Metal - Apodrecendo lentamente...
Por Maicon Leite
Fonte: Hell Divine
Postado em 13 de março de 2014
OLD SKULL - Death Metal – Apodrecendo lentamente... Parte 1
Por Maicon Leite
A primeira parte da matéria "Death Metal – Apodrecendo lentamente...!" foi originalmente publicada na quarta edição da revista virtual HELL DIVINE, na seção "Old Skull", que fala exclusivamente do som pesado feito nos anos 80/90, seja ele Thrash, Speed, Death ou Crossover. A ideia da seção é pesquisar sobre assuntos específicos, buscando levar conhecimento aos leitores, da forma mais simples e dinâmica possível, seja para quem está iniciando agora ou para quem já é perito no assunto. A matéria original está disponível no seguinte link:
http://issuu.com/helldivinemagazine/docs/hell_divine_julho_2011_n04_isuu
Em "Death Metal – Apodrecendo lentamente...!" abordamos as origens da cena Death Metal, falando de algumas de suas principais bandas, ou, aquelas que deram o pontapé inicial para que o estilo deslanchasse de vez. É sabido que o gênero trata-se de uma derivação do Thrash e até mesmo do Hardcore, que por sua vez já eram agressivos o suficiente para causar espanto perante o público, que tinham em nomes como Venom e Motorhead como as bandas mais violentas até então (até surgir o Slayer!).
OBS: com este texto não queremos achar o embrião do Death Metal, mas sim o que influenciou sua "criação" e aperfeiçoou seu surgimento.
Partindo dessas duas bandas - bastante agressivas para sua época - acabaram surgindo os primeiros grupos de Thrash, e em especial os alemães, que sofriam influências gigantescas destas duas lendas inglesas, e foi assim que Sodom, Kreator e Destruction moldaram sua sonoridade, baseada em velocidade e muita agressividade. Nos EUA, Slayer e Metallica davam o pontapé inicial com o Thrash, enquanto da Suécia vinha o Bathory, e posteriormente uma enxurrada de bandas que vieram a criar o famoso "Death Metal sueco", como Dismember e Entombed e seguido do Melodic Death Metal do At The Gates, In Flames e Dark Tranquility. Logicamente não podemos esquecer o Hellhammer/Celtic Frost, da Suíça, e que são elementos chave nessa cena tão efervescente.
Nos EUA a cena crescia de forma estrondosa, e aos poucos o mundo via se revelar uma das maiores potências da "podreira" mundial, através de baluartes como Master, Mantas (posteriormente Death), Morbid Angel, Possessed e Obituary, por exemplo, que se tornaram referência quando se fala do gênero. No final dos anos 80 e começo dos 90, já era impossível conter o avanço irrefreável de tantas bandas, algumas fazendo tanto sucesso que se tornaram as "queridinhas" de suas gravadoras. O período fértil despejou discos fenomenais do Cannibal Corpse, Carcass, Bolt Thrower, Benediction, Napalm Death, Monstrosity e tantos outros que fica complicado citar aqui.
Como de praxe, vamos ilustrar aqui um pouco do que rolou naquela época, através de resenhas de clássicos que foram não menos do que fundamentais para construir o alicerce e mantê-lo firme durante tanto tempo. Que fique bem claro que estes cinco discos foram escolhidos a dedo e que merecidamente muitos outros deveriam figurar aqui, mas por falta de espaço (seria preciso uma HELL DIVINE inteira pra isso) deixaremos estes arregaços como exemplo. Divirta-se com esta primeira parte!
Discos essenciais:
Master
Master
1985/1990
Paul Speckmann, este é o nome! Enquanto a maioria dos "deathbangers" enaltece outros caras, Paul sempre se manteve fiel a aquilo que ajudou a criar, sem alterar a sonoridade clássica do Master nem se enveredar por caminhos suspeitos. Pagando o preço por ser um dos desbravadores do estilo, o Master teve com o seu primeiro álbum, autointitulado, uma projeção interessante no meio, fazendo com que muitos grupos se espelhassem em sua sonoridade, elevando-a aos extremos. Este primeiro álbum, que leva o nome da banda, possui dois lançamentos: o de 1990, considerado o oficial, e o de 1985, que foi lançado oficialmente somente em 2003. Independente disso é correto afirmar que composições do naipe como "Terrorizer", "Funeral Bitch", "Pay to Die", "Mangled Civilization", "Master", e até mesmo o matador cover para "Children of the Grave" do Black Sabbath (com algumas rotações a mais...), são importantes para o desenvolvimento do estilo. Hoje em dia Paul continua o mesmo, com os mesmo ideais, porém, com uma barba gigantesca(!). Para quem viu a banda ao vivo aqui no Brasil nas duas recentes turnês, saibam que estiveram diante de uma lenda do Metal.
Possessed
Seven Churches
1985
Ah, "Seven Churches"… Quem nunca ouviu este clássico? O serviço prestado ao Metal por Jeff Becerra (vocal/baixo), Larry LaLonde e Mike Torrao (guitarras) e Mike Sus (bateria) jamais será esquecido ou jogado as traças. Cada uma das músicas aqui contidas é de extrema importância, começando por "The Exorcist", que inclusive já foi listada em uma publicação como uma das melhores canções de Heavy Metal de todos os tempos. Só que se formos analisar o álbum de cabo a rabo, veremos que ainda temos "Burning in Hell", "Holy Hell", "Twisted Minds" e "Death Metal", por exemplo, que também representam o álbum com igual energia e vigor. Os vocais urrados de Jeff se tornaram influência direta para muitas bandas e não é de hoje que o pessoal do Sepultura, ou, ex-Sepultura, endeusam o quarteto. Max e Iggor sempre declararam que amam a banda, tanto que, reunidos novamente, fizeram um cover matador para "The Exorcist". Essencial, caros amigos.
Death
Scream Bloody Gore
1987
Assim como Speckmann, Chuck Schuldiner teve papel mais do que fundamental na criação do Metal da morte. Seu estilo único, tanto de criação das músicas como de administrar a carreira da banda com punho firme, fizeram do Death uma banda cultuada, lendária e magnífica. Antes de "Scream Bloody Gore" vieram várias demos, que aos poucos iriam definindo o estilo de Chuck. Uma delas, "Death by Metal", circulou pelo underground, ainda sob o nome Mantas. Tal demo fez um estardalhaço entre os "tape traders". Já como Death, dentre várias mudanças de formação, é lançada outra demo que chamou atenção: "Reign of Terror". A partir daí, o Death criou vida e as coisas finalmente andaram. "Scream Bloody Gore" conta com Chuck fazendo vocais, guitarra e baixo, e Chris Reifert na bateria, porém o resultado saiu mais do que satisfatório, gerando clássicos atemporais como "Infernal Death", "Zombie Ritual" e "Evil Dead". A capa, desenhada pelo mestre Ed. Repka, e a produção assinada por Randy Burns ajudaram a banda a crescer ainda mais, e o restante da história todos sabem...
Obituary
Slowly We Rot
1989
"Slowly We Rot" provavelmente seja um dos meus discos preferidos, não apenas do Death Metal, mas sim de todos os tempos. Qualidades para isso não faltam, aliás, sobram... Aquela capa, "podrona", o som, pesado e sujo, variando da lentidão apocalíptica ao massacre veloz, estão lá, prontos para serem degustados, como vermes em um cadáver putrefato. As doze faixas, totalizando pouco mais de meia hora, nunca significaram tanto para uma geração, sedenta por músicas cada vez mais extremas. "Internal Bleeding", "Til Death", "Slowly We Rot", "Gates to Hell", "Words of Evil"... Todas representam o estilo "BITÚ" de fazer som extremo, muitas vezes mais centrado no peso do que na velocidade. O vocalista John Tardy criou um timbre inigualável, até hoje inimitável, marcando assim esse Imprescindível registro para qualquer fã de música pesada.
Massacre
From Beyond
1991
Ah, os "vokills" de Kam Lee são o que existe de melhor! Formado por ex-membros do Death, o Massacre contava com Rick Rozz (guitarra), Terry Butler (baixo) e Bill Andrews (bateria), que não economizaram no peso e na hora de pisar no acelerador, não se faziam de rogados. Gravado no requisitado estúdio Morrisound, em Tampa/Flórida, "From Beyond" tem como destaques "Dawn of Eternity", "Cryptic Remains", "Biohazard" e "Succubus", dentre tantos outros sons de qualidade. Coincidentemente, ou não, a capa de "From Beyond" também foi feita por Ed Repka, que ainda hoje em dia continua a registrar de forma visual toda a singularidade estilística das bandas de Thrash e Death. Enfim, não haveria opção melhor para fechar esta coluna, não é mesmo? Agora é esperar a banda vir para o Brasil, promovendo seu espetacular novo disco, "Back From Beyond".
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