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Guns N' Roses: No altar onde somente os gigantes permanecem

Por Ronaldo Celoto
Postado em 21 de dezembro de 2013

I - Introdução

"Há muitos anos antes de Cristo, em uma tribo indígena, contava-se que a lua era uma deusa que ao despontar a noite, beijava e enchia de luz os rostos das mais belas virgens índias da aldeia - as cunhantãs. Sempre que ela se escondia atrás das montanhas, levava para si as moças de sua preferência e as transformava em estrelas no firmamento. Um dia, tendo parado para descansar e beber água pois estava com muita sede após esta longa cavalgada, uma jovem de nome NAIÁ sentou-se à beira de um lago, viu em sua superfície a imagem da deusa amada: a lua refletida em suas águas. Cega pelo seu sonho, lançou-se ao fundo e se afogou". Começa aqui a história dos dois discos da banda de rock que foi, durante o final da década de 80 até o lançamento simultâneo dos mesmos, a maior do planeta. Começa a saga de "Use Your Illusion I" e "Use Your Illusion II", e, do próprio GUNS N´ ROSES que (aproveitando a metáfora propositalmente trazida pela fábula supracitada), cegos pelo sonho de tornarem-se os reis atemporais do Olimpo entre todas as bandas, atiraram-se no lago dos sonhos e afogaram-se em seu próprio ego, engolidos em uma musicalidade genial, mas que lançou-os às desavenças e à inevitável (apesar de um disco de covers posterior) separação.

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II - A Primeira Ilusão: Evolução Musical, Transformação Pessoal e Um Mergulho No Baú dos Primeiros Registros

O mainstream, a pressão e o desejo implícito em AXL ROSE e seus capangas de repente, não era mais apenas tocar canções diretas, influenciados pelos excessos dos maravilhosos HANOI ROCKS e com uma pincelada de AEROSMITH e um pouco mais do maravilhoso rock setentista. Eles desafiaram a si mesmos, e, dividiram a trama em duas partes. A primeira, agora comentada, nasce com uma canção também datada: "Right Next Door To Hell", abrindo em compassos a locomotiva do inferno, numa parceria sempre especial com IZZY STRADLIN, o grande fazedor de hits da banda e talvez o mais "feeling" em termos espirituais de todos os músicos. Eu disse "feeling" espiritual, não de presença de palco, porque neste quesito, SLASH ainda é imbatível.

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É sem dúvida uma canção com a alma dos meninos de Los Angeles. Poderia ter entrado no inigualável "Appetite For Destruction", que não passaria despercebida. Ao contrário, seria um belo cartão postal. E com ela, AXL segue dizendo para quem quiser: "I´ll take a nicotine, caffeine, sugar fix".

"Dust N´Bones" é a canção seguida, que destrói o impacto inicial e traz a impressão de que a banda resolveu registrar e prensar tudo que criava, sem seleção musical, e, dai, por ventura haveria uma explicação para dois discos duplos lançados simultaneamente e tantas canções irregulares mescladas a alguns clássicos. Mas é uma boa música, longe de ser totalmente dispensável, e, traz a curiosidade de ter IZZY nos vocais.

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"Live and Let Die" ressuscita não apenas a banda aos ouvidos de quem estranhou a canção anterior, mas o próprio PAUL MCCARTNEY, que desde o final dos anos 80 passava um tanto despercebido na mídia, mantendo a postura e o título de ex-Beatle, mas já devendo um sucesso ou uma reinvenção de si mesmo, que ocorria levemente apenas com "Flowers In The Dirt" (mas isto é história para outra resenha). A música é maravilhosa, e, a versão do GUNS´N´ROSES é épica. Maravilhoso trabalho de SLASH, diga-se de passagem, nesta recriação.

E então, os ouvidos despretensiosos do ouvinte da "primeira ilusão" começam a imaginar que estaríamos diante de um novo "Exile On Main Street" (ROLLING STONES) ou um "White Album" (BEATLES). Nem uma coisa nem outra, mas talvez, um pouco de tudo isto também. O fato é que desde o início, o álbum surpreende e mostra uma musicalidade impressionante.

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"Don´t Cry" faz as honras românticas e apresenta novamente, a veia criativa de IZZY/AXL em parceria. Uma belíssima canção, executada em exaustão nas rádios de todo mundo, mas até hoje, não perde a força e a pureza pela qual foi concebida. Como curiosidade, a participação de SHANNON HOON (Blind Melon) nos backing vocais.

"Talk to me softly... There´s something in your eyes", diz AXL, de forma suave como quem telefona em baixo tom à namorada e a encontra em lágrimas, e, com toda boa vontade do mundo, apenas pede, em uníssono: "Don´t you cry all tonight... There´s a heaven above you baby". Eis uma chamada "balada romântica" para fazer parte de todas as coletâneas duplas em todas as décadas futuras, quando o assunto ligar-se ao rock e seus momentos românticos. Até aqui, palmas para o GUNS N´ ROSES. E o vídeo abaixo mostra também a preocupação da banda em investir em histórias e reproduzir o clima ébrio e belamente tórrido da canção.

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"Perfect Crime" e "You Ain´t The First" novamente trazem a sensação embriagante de que o disco perde-se em meio a sobras de estúdio, mas elas estão lá, e, fazem parte da sequência da obra. Talvez, por eu não dar tanto destaque a estas duas músicas, algum fã mais apaixonado não concorde tanto com esta análise, mas uma resenha sobre "Use Your Illusion I e II" não pode ser do tamanho de uma bíblia, e, é preciso ter uma certa objetividade em eleger canções que alcançam o rótulo de monumentais, e, separar um pouco algumas que, como ouvinte, não me acrescentaram muita emoção. Espero que entendam, um pouco, a intenção disto, para que possamos prosseguir, afinal, são dois discos inteiros. Novamente, IZZY assume os vocais, em "You Ain´t The First".

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"Bad Obsession" faz de novo as honras dos aclamados anos 70, com um riff poderosíssimo e uma levada de harmônica e refrões que lembram um afiado THE FACES em seu auge, e, os ROLLING STONES na sua transição entre "Brown Sugar" e "Tumbling Dice". A veia é mais do que espiritual neste momento, e, mantém-se acesa com "Back Off Bitch", outro hard com requintes de JAGGER/RICHARDS, despretensioso e, por isto mesmo, gostoso de se ouvir.

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Mas era hora de soar um pouco HANOI ROCKS novamente, e, a acelerada vem com "Double Talking Jive", belo arremesso em direção aos céus do rock direto e potente, trazendo de volta a paixão de quem acredita e espera desta banda no mínimo, um petardo. Pois, dito e feito. Grande música. Destaque, novamente, para a co-participação de IZZY na composição dos vocais.

Eis que então, a velocidade novamente, dá lugar à tranquilidade, mas não uma qualquer. Surge enfim, uma das mais belas canções dos anos 90: "November Rain", uma tragédia shakespeariana escrita em única mão por AXL ROSE, entoada como se fosse uma sinfonia. A estrofe inicial, de um homem que olha nos olhos da amada, e, prenuncia um amor reprimido, e, em seguida, avisa-a que nada dura para sempre, pois os corações encontram-se em constante transformação. E, enquanto isso, as chuvas de novembro impedem-no de segurar firmemente uma vela em direção ao destino. E, no meio de toda esta epifania, o poeta conclui que é difícil manter um coração aberto, quando há momentos em que até os amigos mais íntimos parecem nos magoar. E, quem sabe um dia, sonha o poeta, que todos os temores possam acabar, e, ela (sua amada) possa realmente ama-lo novamente. E então será hora de não mais preocupar-se com a escuridão, pois nem mesmo ela durará para sempre, e, nem mesmo a fria chuva de novembro também o fará.

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Palavras são pouco para descrever tamanha beleza lírica. A história que, de repente, transforma-se em uma tragédia cinematográfica no vídeo feito para a música, a genialidade de AXL transformando-o em uma espécie de STEVEN TYLER com requintes de ELTON JOHN (nesta canção), a harmonia sonora da banda, o maravilhoso solo de SLASH e o trabalho sincronizado do baixo de DUFF e da base de IZZY, a boa pegada de MATT DORUM nas baquetas, tudo caminha para um momento ímpar e que para sempre será lembrado na história do GUNS N´ ROSES. Sim, a faixa "November Rain" é o grande e maior legado de "Use Your Illusion I".

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E lá vamos nós, depois do ressonar shakespeariano, a atravessar os jardins gêmeos, com as canções "The Garden" (participação de ALICE COOPER) e "Garden Of Eden" (mais uma canção ao estilo HANOI ROCKS, direta e absoluta).

"Don´t Damn Me" e "Bad Apples" mostram um SLASH compositor de forma despretensiosa, ao lado de DAVID LANK e DUFF/IZZY/ROSE sucessivamente. Belo trabalho de guitarras base na segunda delas, e, mais uma homenagem ao bom e velho rock´n´roll mesclado ao blues. Refrão fácil, agradável e direto. Afinal, estamos em meio ao estabelecimento de uma banda no pedestal máximo da fama, e, justamente por isto, à desilusão e às intrigas que viriam depois destes dois trabalhos. E a letra de "Bad Apples" combina muito bem com a requinte do rockstar perceptivo: "Diamonds and fast cars/Money to burn/I got my head in the clouds/I got these thoughts to churn". E então, em meio às facilidades e aos excessos de sua vida, ele mesmo, por si só, conclui: "But what I don´t understand is that/My world ain´t gettin´ no brighter/If I could touch the sky/Well I would float on by/While everybody´s talkin´/Hell I´m just another guy". Sem perceber, esta talvez seja uma das mais importantes canções para explicar o que os músicos do GUNS N´ ROSES viviam e viveriam da pior forma, no entardecer de suas vidas. Em especial, AXL, que já apresentava sinais de múltiplas personalidades dentro de si.

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"Dead Horse" vem a seguir, uma canção com ingredientes que poderiam inseri-la no álbum "Lies". Não é tão bela quanto a fantástica "One In a Million", mas cavalga pelo arco-íris justamente desta semelhança instrumental, lembrando também em grande parte a deliciosa "Dead Flowers", dos sempre impiedosos ROLLING STONES. E vale lembrar que "Dead Horse" segue a mesma sentença de "Bad Apples", mas desta vez, AXL (que a compôs sozinho), de forma autobiográfica, já proclama: "Enjoado desta vida/Não que você devesse se importar/Eu não sou o único/Com quem compartilho estes sentimentos/Ninguém entende/Porque nós estamos aqui/Estamos procurando por respostas/Que nunca aparecem".

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E o túmulo continua a ser cavado, mais alguns palmos para baixo. Até que "Coma", a última canção, parece traduzir exatamente isto, o início, proclamado pela abertura das portas do inferno (na primeira canção), a busca pelo amor que consola em "Don´t Cry", a passagem pelos jardins confusos da alma ("Garden" e "Garden of Eden", a chuva de novembro ("November Rain") que nunca para de cair, o colapso de uma estrela que entra em processo de cataclisma mental e espiritual sentido em "Bad Apples" e "Dead Horse", e, ao final, a passagem para o estágio de entrega, a coma. Numa parceria inusitada e estranha de AXL/SLASH, esta canção mergulha insistentemente pela viagem dentro e fora do espírito, mas a sonoridade é confusa, embora competente.

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E assim, encerra-se a tragédia mais do que confirmada, de um ídolo a experimentar a primeira parte dos estimulantes para sua ilusão. A ideia da concepção da trama, em si, é magnífica. E "Use Your Illusion I" não peca pelos extremismos.

Como curiosidade, e, para explicar o subtítulo que dei neste tópico, ao referir-me a um "mergulho no baú dos primeiros registros", este álbum traz faixas que podem inicialmente ser encontradas (ainda que com alguma mínima diferença) em uma das primeiras demos da banda, a conhecida "Rumbo Tapes". São elas: "Back Off Bitch", "Bad Obsession", "Don´t Cry", "November Rain" (pessoalmente, eu possuo um álbum bootleg onde ela é tocada inteiramente acústica) e "The Garden", embora tenham sofrido uma melhor roupagem no produto final, obviamente. Mas é importante citar isto, para realçar a versatilidade criativa da banda, em seus primórdios, antes mesmo do fabuloso "Appetite For Destruction".

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III - A Segunda Ilusão: Guerra Civil, Estranheza Introspectiva e Um Chamado das Portas do Céu

Já era a vez do ídolo, enquanto respirava do estágio pós-coma, resolver protestar. E assim nascia "Civil War", a meu ver, entre as três mais belas canções do GUNS N´ ROSES na chamada "era das ilusões". Nela, o ídolo caminha, a observar os homens que lutam e que morrem, e, a declamar: "Você vestiu uma braçadeira preta/Quando atiraram no homem/Que disse que a paz poderia durar para sempre/E nas minhas primeiras memórias/Eles atiraram em Kennedy/Eu fiquei paralisado quando aprendi a ver/Então eu nunca me importei com o Vietnã/Nós temos as paredes de Washington para nos lembrar/Que você não pode acreditar na liberdade/Quando ela não está em suas mãos/Quando todos estão lutando por sua terra prometida".

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Melodia, lirismo, compassos épicos ecoam aos quatro ventos, a cada vez que AXL ainda insiste em gritar (lembrando que DUFF e SLASH também participaram de forma brilhante na composição da canção): "E eu não preciso de sua guerra civil/Que alimenta os ricos enquanto enterra os pobres". Realmente, esta música é uma obra-prima.

"14 Years" é uma mensagem do amor na forma de antônimos. É uma canção gostosa e rítmica, que, pessoalmente, eu adoro. A letra é uma espécie de "Eduardo e Mônica" após 14 anos de casamento, pois as contrariedades de atitude entre ambos os personagens são tão latentes e até mesmo hilárias, e, a banda aproveita este sarcasmos para construir um gostoso "cabaret-rock" dos bons, ao estilo já feito com "Move To The City", de autoria de IZZY e presente no EP "Live Like a Suicide". A voz na música coube a IZZY.

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"Yesterdays" é a terceira faixa, e, novamente, a banda acerta em cheio. Bela parceria de AXL com WEST ARKEEN, DEL JAMES e BILLY MCCLOUD. É o amadurecimento de um astro que percebe que ontem haviam tantas coisas que nunca haviam lhe contado. Mas que também olha para a frente e diz: "Porque os dias passados não significam nada para mim/Fotos antigas que eu sempre verei/O tempo apenas desbota as páginas/No meu livro de memórias".

Mais uma cover se apresenta. E não é uma qualquer, mas sim, a antológica "Knocking on Heaven´s Door", de BOB DYLAN, numa releitura para além de boa. Ela está simplesmente magnífica !!! A meu ver, superior à original (questão de gosto pessoal). Tornou-se, inclusive, sucesso em todo o mundo, e, canção obrigatória em todos os shows da banda até hoje. E, mais importante: reapresentou BOB DYLAN para o público brasileiro. Sim, foi a partir desta regravação, que de repente, discos como "Highway 61 Revisited", "The Freewheelin´ Bob Dylan", "Desire" e "Blonde on Blonde", por exemplo,s puderam ser novamente escutados. Resolvi postar abaixo, o vídeo da apresentação estratosférica que a banda fez, anos antes (1988), no palco do THE RITZ.

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"Get In The Ring" é uma deliciosa canção rocker. É GUNS N´ ROSES inspiradíssimo, trabalhando com os elementos que caracterizaram o seu som, e, aparentando-se novamente nos ombros do grande AEROSMITH, mas sem deixar de ser GUNS N´ ROSES. É importante frisar, antes de continuar esta segunda parte da resenha, que eu insisto em traçar algumas comparações e delatar as influências musicais da banda, porque simplesmente o GUNS N´ ROSES trouxe de volta a melhor das vertentes do rock´n´roll mais cru que poderia ser recriado, e, eles conseguiram criar uma identidade própria e espetacular, a partir das bandas que ouviram. Eles não são cópia de nenhuma delas. Eles são pura e simplesmente, de 1986 a 1992, repita-se: a maior banda do mundo !!! Peço que os fãs mais exaltados não levem estas comparações para uma ótica de diminuição da importância destes músicos, ao contrário, estou a exalta-los e estou a dizer que eles são fantásticos justamente porque inspiraram-se em bandas fenomenais.

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"Shotgun Blues" é um rock pesado e direto, um pulsar elétrico efervescido nos melhores moldes de um punk-glam da maior estirpe. Um simples e belo trabalho da banda.

"Breakdown" é um delicioso descanso, depois da paulada, uma espécie de mergulho nas raízes do southern-rock, de forma maravilhosa, com direito a pianos e demais aperitivos. AXL ROSE assina novamente esta composição sozinho. Uma bela mostra de seu amadurecimento como músico, e, também, das diferentes direções que cada um deles passaria a tomar a partir daí. Pessoalmente, me permito novamente dizer (como já disse antes nesta resenha): adoro esta canção.

E então surge novamente e extremamente inspiradíssimo o sempre rebelde e autêntico IZZY STRADLIN, para recomeçar a botar mais lenha na fogueira, com "Pretty Tied Up", a canção que se tornou imortalizada por servir de abertura na primeira passagem da banda no Brasil, durante o festival "Rock in Rio II". Petardo, do início ao fim. É a chamada "sonzeira" fabulosa.

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"Locomotive" brinca um pouco com as iniciais aparências de uma "Walk This Way" despretensiosa, para trazer um riff brilhante de SLASH. É uma canção com altos e baixos. Se fosse mais curta, como por exemplo, "Mr. Brownstone", seria perfeita, mas com seus quase nove minutos, torna-se repetitiva demais.

"So Fine" reinventa DUFF na alcunha de compositor, e, desta vez, trata-se de uma homenagem pessoal a uma pessoa por ele muito querida. Nela, o próprio DUFF assume os vocais, mostrando-se um bom cantor.

Ufa... parece longo o percurso descritivo dos dois álbuns, mas é impossível não comentar todas as pequenas pérolas trazidas por eles. E, falando em pérola, apresento-vos a mais brilhante de todas neste álbum, nesta "segunda ilusão" (na minha opinião), a acima de qualquer suspeita "Estranged", canção que traduz a veia de toda a ilusão perseguida de forma autobiográfica pela banda nos dois trabalhos. AXL diz, com propriedade: "When you´re talking to yourself/And nobody´s home/ You can fool yourself/You came in this world alone (alone)".

É uma canção mágica, lisérgica, hard, que tem requintes espirituais e interpessoais de canções como "Hello Hooray" ou "My God" (ALICE COOPER), e, viaja pelas passagens setentistas de uma "Seasons Of Weather" (AEROSMITH), mas sem parecer com nenhuma delas (apenas tendo em comum a viagem para dentro de si mesmo), e, sendo infinitamente superior às três mencionadas. Ouso dizer que "Estranged" é uma das mais fortes canções da década (1991-2000) em que o disco foi apresentado.

O trabalho lúcido e lírico de SLASH em "Estranged", vale dizer, é dos melhores já feitos por um guitarrista de hard rock. Os encaixes são precisos, e inteligência e a criatividade melódica são ímpares.

E, enquanto a música é conduzida como que a tornar-se uma mágica fábula, surge novamente a voz de AXL, a refletir: "Jovem de coração e se torna tão difícil esperar/Quando ninguém que eu conheço parece poder me ajudar agora/Velho de coração, mas eu não devo hesitar/Se eu tiver de encontrar minha própria saída/Continuo falando comigo e não tem ninguém em casa (sozinho)".

Todos os oceanos agora se cruzam. O ambíguo ícone que passeia pelos excessos na primeira parte da obra, entra em coma, e, de repente, vira mensageiro do protesto, bate nas portas do céu e submerge no mundo da estranheza, confronta-se novamente.

E, em meio a este confronto, ele dirige-se a uma nova tentativa de declarar-se culpado por ir em direção ao amor. Nasce aí, "You Could Be Mine", mais um diamante composto pelo "forever young" IZZY STRADLIN. Música certa, riff certo, filme certo para ela ser exibida (Terminator 2), tornou-se o maior sucesso da banda, e, um dos cinco maiores sucessos da era 1991-2000. Definição para ela? Hino !!!

E o ídolo usa uma vez mais, a sua ilusão, para pedir repetidamente, para que a amada não chore mais. Mas, como que a erguer-se do coma, ele resolve pedir de uma forma diferente, escrevendo, para tal, uma carta diferente. Não é preciso dizer que o resultado é uma segunda criação para "Don´t Cry", presente no "Use Your Illusion I". E, da mesma forma que a primeira semente, esta ficou igualmente fabulosa.

E para fechar a ilusão mais do que perdida neste instante (não pela qualidade dos discos, mas pela confusão com que a história inicial se entrecruza em memórias de amor, críticas sociais e políticas, e, uma última tentativa de libertar-se da autoflagelação), AXL ROSE decide cantar um rap. Sim, isto mesmo, um rap. O nome escolhido foi "My World". Pessoalmente, a canção não me agrada, mas, é a evolução que a banda se dispôs a fazer e assumir, com coragem, diante de todos os milhões e milhões que ouviriam o seu resultado.

E a pseudo-poesia então desafia o ouvinte e chama-o à já prevista conclusão: "Você deveria entrar em meu mundo/É um estado sócio psicótico de delírio/Você foi deixada para trás no mundo real/Quantas vezes você acertou e errou/Sua radiografia mostra desfiguração/Eu quero rir até morrer."

A chave para tal enigma é uma guerra psicótica entre ser humano/ídolo. E a ilusão, ao final, venceu ambos. E não seria diferente. Afinal, como foi dito no início do texto, que conta a lenda brasileira da "Vitória-Régia", para simbolizar os limites em que o desejo e a obsessão por algo leva a própria vida de uma pessoa, o GUNS N´ ROSES renasceu e morreu a partir das duas metades da maçã que se dispôs a criar nestes dois álbuns.

Mas, diga-se o que quiser sobre eles, entre altos e baixos, mas o que fica ao final, é uma opinião e uma impressão únicas: São dois clássicos absolutos !!!

IV - Conclusão: No Altar Onde Somente Os Gigantes Permanecem

Rezam os contos que, ao final da lenda indígena que mencionei no início da resenha, "a lua, compadecida, quis recompensar o sacrifício da bela jovem índia, e resolveu transformá-la em uma estrela diferente de todas aquelas que brilham no céu".

O mesmo talvez tenha acontecido com AXL e sua trupe. Compadecidos e sensibilizados com tamanha ousadia pretendida com "Use Your Illusion I e II", os deuses aceitaram o extermínio da banda, mas jamais deixaram de reconhecer a sua importância nos livros e registros da história onde só permanecem os gigantes.

E assim, armas e rosas puderam, juntas, descansar em paz, cientes da enorme contribuição que ofereceram (com os poucos discos que haviam lançado até então), e, que foi responsável para aprová-los na difícil subida rumo os degraus da eternidade.

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Sobre Ronaldo Celoto

Natural do Estado de São Paulo, é escritor, professor, poeta e consultor em direito, política e gestão pública. Bacharel em Direito, com Mestrado em Ciência Política, atualmente cursa Doutorado em Direito, Justiça e Cidadania pela Universidade de Coimbra. Além destas atividades, dedica diariamente parte de seu tempo à pesquisa e produção de artigos científicos, contos, romances, matérias jornalísticas, biografias e resenhas. Seus interesses pessoais são: cinema, política, jornalismo, literatura, sociologia das resistências, ética, direitos humanos e música.
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