Death: a história e a glória da banda de Chuck Schuldiner
Por Glauber Soares
Fonte: Encyclopaedia Metallum
Postado em 17 de novembro de 2013
Em meados da década de 80 surgia uma uma das mais influentes bandas da história do metal e uma das precursoras do gênero Death Metal, que autointitula o nome do grupo; "Death". Originários de Orlando, Flórida a banda era liderada por Chuck Schuldiner, seu falecido líder e um dos maiores gênios do metal e da música mundial, cuja influência foi enorme na vida de muitos, tanto pessoal quanto musicalmente.
A banda teve diversos integrantes ao longo da carreira, alguns exemplos de instrumentistas memoráveis que participaram da execução das obras do Death foram: Gene Hoglan, Richard Christy, Steve DiGiorgio, James Murphy, Scott Clendenin, Shannon Hamm e muitos outros que ajudaram a banda a ser o que era e é até hoje!
Mesmo nos dias atuais as músicas ainda são hinos do Metal e os temas descritos nas letras se aplicam em nossa sociedade contemporânea, palavras profundas que combinadas a melodia, técnica, ira e fugacidade das canções dão vida a um processo fascinante e extraordinário de captação sonora, se escutadas com sagacidade e compreensão verá que as melodias são variações imprevisíveis, que demonstram mais do que uma simples ideia, e sim um ciclo complexo que envolve inúmeros elementos disponíveis em nossa orbita auditiva.
Ao longo da carreira do grupo é notável a evolução da banda que demonstra explicitamente seu aperfeiçoamento e mudanças rítmicas, assim sendo, ao escutar a discografia é possível analisar individualmente cada disco e suas peculiaridades. O primeiro álbum da banda foi o Scream Bloody Gore de 1987, um álbum pioneiro do Death Metal, a velocidade e a aversão mostram uma característica fundamental do gênero, logo em seguida nos anos, 88 e 90 são lançados Leprosy e Spiritual Healing FL's que consagraram a história desse coletivo preservando a mesma raiva na execução do som, onde conseguimos nessa fase compreender o que realmente o conjunto tenta nos passar, se observar as letras das músicas pode-se entender que Chuck fala sobre problemas, mentiras, manipulação e defeitos da raça humana, doenças, religião, corrupção, ciência e também sobre filosofias entre a vida e a morte.
No ano de 1991 Death apresenta seu 4º álbum de estúdio, de título Human (humano) que dá ênfase a humanidade e suas características boas e ruins, nossas emoções e compreensão da vida. O Death sempre foi excelente mas atingiu o ápice criativo em 1993 com Individual Thought Patterns que foi o divisor de águas para o avanço técnico e intelectual da banda que daria origem depois a Symbolic e Sound of Perseverance. O título traduzido significa em português: Padrões de pensamentos individuais, e é bastante clara a oscilação e transformação da banda que produz um som mais aprimorado mantendo a base do gênero que eles mesmos foram inventores. É como se pegassem a matéria prima e acrescentassem novas propriedades, o conteúdo trata da mente humana, sua perfeição, nosso psicológico, sentimentos, capacidade racional, pensamentos e imaginação, relacionando o funcionamento de nossas funções cognitivas e como tudo isso atinge nosso cotidiano de diversas formas.
Se já não bastasse o progresso visto no álbum anterior Death lança uma continuação aperfeiçoada do seu predecessor, chamado Symbolic de 1995 (meu álbum predileto que foi lançado exatamente no ano em que eu nasci) que tem uma produção quase impecável, notando-se todos os instrumentos. Nele vemos a mesclagem da total voracidade do estilo e também dos elementos melódicos, "Simbólico" mostra-se bastante progressivo e é simplesmente genial, nas letras Chuck demonstra seu lado mais espiritual e faz diversas críticas profundas sobre a nossa vida e a forma de viver.
E por último e não menos importante, fechando com chave de ouro a discografia desta clássica banda, está Sound of Perseverance de 1998, sem dúvidas o álbum mais complexo da carreira, é nesta fase final da banda que o Death apresenta toda a agressividade e criatividade do Death Metal mesclada com a técnica e ornamento do Metal Progressivo, neste quesito as melodias ora são soturnas e ora são belas e que assim marcam esse disco, que é deveras sagaz e contém uma precisão incontestável.
Após isso, no ano de 2001 Chuck Schuldiner faleceu deixando uma legião imensa de fãs e admiradores, e portanto o Death ficou em luto eterno, não lançando mais nenhum trabalhado, a não ser uma videografia ao vivo que incluem shows em Los Angeles, Eindhoven, Cottbus e o live álbum Virus! Todos gravados antes da morte do frontman do grupo. Concluindo a banda DEATH ousou confrontar os limites de pensamentos do qual as pessoas passaram a vida inteira fugindo e ignorando. Jamais cessou de carregar um forte domínio em forma de arte musical experimental, apesar de extremamente intelectual e ao mesmo tempo violenta. Mesclou essa agressividade com criatividade e isso a distinguiu de outras bandas que seguiam elementos fúteis e sem sentido em suas músicas, além de estarem ocupadas reciclando o mesmo clichê comercial de temáticas chulas, ignorando as questões de existência, da vida, da morte e da sociedade, que se escondem em cada mente humana. Death, se desenvolveu como um grupo de visão expressiva e única, por fim, abraçou o lado mais culto e obscuro!
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