Death: "feliz aniversário Chuck Schuldiner!"
Por Samuel Coutinho
Fonte: noisecreep.com
Postado em 14 de maio de 2012
Neste domingo, dia 13 de maio Chuck Schuldiner completaria 45 anos, mas o legado do falecido líder do DEATH foi interrompido no auge de sua carreira, com sua morte prematura há mais de dez anos atrás.
Com reedições contínuas e ambiciosas e uma série de raridades aparecendo regularmente, o progresso musical desse cara a partir de 1984 a 2001 foi preservado, reparado quando necessário, e relatado por amigos, colegas e companheiros de viagem que o conheceram melhor. Mas isso não muda a tragédia brutal deste pilar do heavy metal que se foi aos 34 anos.
Ele merecia viver muito mais tempo, para levar o metal de volta ao topo da música em todas as partes do mundo. A partir de entrevistas realizadas para um livro sobre a vida de Chuck, aqui está um cartão de aniversário para o um falecido líder do death metal, assinado por antigos companheiros de banda Matt Olivo, Chris Reifert, Paul Masvidal, e Richard Christy, em alguns marcos importantes ao longo do caminho.
Em 1985, a formação do Death brevemente incluía Chuck Schuldiner, o baterista/vocalista Kam Lee, Scott Carlson e Matt Olivo ambos da lendária banda de grindcore de Michigan, REPULSION. Apesar da qualidade do som ser bem cruel, isso não atrapalhava a fidelidade das múltiplas cópias em fitas cassete que alimentaram o movimento death metal. O Death e o Repulsion fizando uma cover do CELTIC FROST que era a coisa mais pesada e imaginável.
Matt Olivo: "Nós estávamos pensando em dar uma chance ao Death. Nós queríamos fazer uma carreira e foi incrível. Foram bons tempos. Quando nós ensaiávamos, Kam cantava uma música, Chuck cantava uma melodia e em seguida Scott. Tínhamos três vocalistas matadores na banda e todos nos demos muito bem. Naquela época não havia absolutamente nenhuma distração externa. Não tíanhamos contas, esposas ou empregos. Bem, nós tínhamos este trabalho mas nós não ganhávamos nada com ele. Foi apenas um sonho, cara. Nós só sabíamos que íamos fazer boa música, viver bem, sair em turnê, e ter alguns bons momentos".
Schuldiner deixou a Flórida para perseguir seu sonho, desembarcando em San Francisco e se juntando ao jovem baterista Chris Reifert, agora do AUTOPSY. A dupla se esforçou para encontrar mentes fanáticas por death metal, mas logo conseguiram um acordo com um selo independende nova-iorquino chamado Combat Records. Com Schuldiner tocando baixo, a dupla gravou Scream Bloody Gore em 1987.
Chris Reifert: "A Combat Records nos colocou em um fantástico estúdio de Hollywood, o Music Grinder, que para mim parecia um hangar de aviões. Era enorme e totalmente profissional. Então descobrimos que iríamos trabalhar com o Randy Burns, que foi incrível, porque ele gravou o 'Seven Churches' do POSSESSED, e ele estava trabalhando com o DARK ANGEL no 'Darkness Descends'. Estávamos trabalhando com um cara de peso. Nós nunca poderíamos encontrar um baixista, apesar de tudo. Nós tentamos e foi difícil. Nós colocamos anúncios em lojas de discos ou lojas de música mas nada acontecia. Era assim na Califórnia naquela época, por se tratar de death metal. Eu acho que tentamos um cara uma vez no baixo mas não funcionou. Ele não conseguiu passar nos testes, você sabe, nunca esteve no palco. Nossa sorte estava zerada, e foi muito desanimador".
O Death estreou seu segundo álbum "Leprosy", e teve um enorme impacto na cena metal internacional. Embora no início o guitarrista Rick Rozz tenha aparecido no álbum, Paul Masvidal do CYNIC o substituiu antes de uma turnê triunfante do México em 1989.
Paul Masvidal: "Eu não sabia que o Death fosse tão grande. Tocamos nesses lugares pequenos, eu diria para milhares de crianças, e era como se fossemos os BEATLES. A molecada, eles estavam famintos naquela época, e eu não sei se eles ainda estão. Acho que a maioria desses lugares que talvez não recebam shows com frequência, como nas grandes cidades americanas ou cidades da Europa, carecem disso. Essa molecada eram todos uns loucos, eram maiores do que a própria banda, fervorosos e com energia de sobra. Foi divertido, eu tive um grande momento. Foi legal até chegar na parte em que Chuck havia feito muito em nome de si mesmo com apenas dois álbuns, como foi em 'Scream Bloody Gore' e 'Leprosy'".
Como a reputação do Death crescendo e o death metal se espalhando entre o meio mainstream, Chuck continuou a injetar música mais complexa com a abordagem básica de sua banda. Com a chegada do quarto álbum, "Human" de 1991, Schuldiner tinha agrupado Masvidal e Sean Reinert do Cynic para forjar um death metal mais complexo e progressivo.
Paul Masvidal: "Chuck se sentiu bem seguro quanto ao álbum e eu acho que ele tinha muita raiva, energia e agressividade. Mas, ao mesmo tempo, houve ainda um lado conservador dele, onde ele não pularia de um penhasco sem saber o que teria lá embaixo. Ele manteve sua linguagem intacta. Foi assim que ele agiu como um produtor, de certa forma, recuando um pouco aqui e ali".
Na década de 1990, com o heavy metal se esforçando para se manter apesar da pouca audiência, o Death continuou ganhando espaço. Richard Christy se tornou a âncora na bateria no lineup do Death, presenciando a intensidade pessoal de Chuck enquanto a intensidade musical se aprofundava no último álbum do grupo, "The Sound of Perseverance" de 1998.
Richard Christy: "Ele me surpreendeu, Chuck era tão talentoso, um guitarrista muito talentoso e também na forma de compor. Nós estávamos ensaiando a música 'The Sound of Perseverance' sem os vocais e eu não tinha idéia de como estruturar os vocais em torno da música. Era muito complexo. Quando fizemos as demos e pude finalmente ouvir as letras de Chuck e a forma que ele as colocou dentro da música, eu fiquei de cara. Era tão genial, tão criativo e tão cativante. Ele pegou as palavras e apenas as misturou perfeitamente com a música em um complexo bem louco. Então, antes de nós sairmos em turnê, ele teve que aprender a cantar e tocar guitarra junto, isso foi incrível porque aqueles riffs de guitarra são fora do comum. Chuck nunca escreveu riffs pensando: 'eu tenho que fazer isso para que eu possa cantar e tocar ao mesmo tempo'. Ele apenas fazia as letras e cantava durante os demos, e depois dava um jeito como fazer tudo junto. Ele sempre fez isso perfeitamente, ele sempre me surpreendeu, era sempre assim nas gravações".
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