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Roberto Carlos

Por Márcio Ribeiro (Creedance Kiddo)
Postado em 06 de abril de 2006

Verdade seja dita: é difícil pensar no Roberto Carlos de hoje e imaginá-lo como o simbolo máximo do rock nacional. No entanto, é imensa a sua importância para o gênero, como também para a linguagem, moda e modos, imitado pela maioria dos jovens durante parte dos anos sessenta no Brasil. Graças à divulgação conseguida em seu programa de televisão "Jovem Guarda", em 1965, Roberto Carlos passou a ser o modelo escolhido pelos jovens para representar o adolescente moderno. Ou como se dizia na época, o "garotão papo firme", mora?

Com roupas e cabelos inspirados nos Beatles, Roberto Carlos ditou a moda jovem no Brasil. Estando seu nome e imagem sempre associados ao rock‘n’roll, Roberto se torna o grande divulgador desta música estrangeira no chamado sul maravilha. Com a popularização do rock, vem com ele a guitarra elétrica, maravilha da modernidade que choca os olhos e os ouvidos de muitos xenófobos. Porém, ao se aproximar dos trinta anos de idade, Roberto Carlos deu as costas para o rock e seguiu o lucrativo caminho das baladas românticas. Apesar de ainda gravar algumas pérolas na década de setenta, como um roqueiro, ele já estava esquecido por todos.

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Nascido no Espírito Santo, na então pequena e pacata cidade de Cachoeiro do Itapemirim, Roberto Carlos Braga veio ao mundo no dia 19 de abril de 1941. Filho caçula do casal Robertino Braga e Laura Moreira Braga, cresceu com os irmãos, Lauro Roberto (1932), Carlos Alberto (1933) e Norma Moreira (1935). Criança alegre e atirada, o "Zunga", como era chamado, aprendeu violão e piano inicialmente com a mãe e depois no Conservatório Musical de Cachoeiro. Junto com a música, Roberto Carlos era atraído pelo cinema e teve em Bob Nelson, ator cowboy brasileiro que cantava e tocava violão, nos moldes dos americanos Roy Rogers e Gene Autry, seu primeiro ídolo. De tanto cantar suas músicas pela casa, sua mãe, Dona Laura, sugere que seu menino cante no programa matinal infantil de Jair Teixeira, da Rádio Cachoeiro de Itapemirim.

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E foi assim que, aos nove anos, Roberto Carlos teve sua estréia em uma rádio nacional. O menino venceu o medo e cantou o bolero "Amor y Más Amor", um sucesso da época na voz de Fernando Borel. A partir desta primeira experiência, Roberto passou a freqüentar a rádio regularmente, tornando-se uma pequena atração nas manhãs de domingo. Este primeiro contato com o "show biz" lhe serviu para amadurecer sua confiança para cantar em público.

Foi como um sonhador que Roberto Carlos passou as férias escolares de 1955 na casa de sua madrinha, em Niterói, estado do Rio de Janeiro, no bairro de Fonseca. Sua intenção era cantar em uma rádio carioca e ser descoberto. Com o consentimento dos pais, permaneceu em Niterói. Seus pais acabaram se mudando no ano seguinte, para a cidade do Rio de Janeiro, onde passaram a morar no bairro de Lins de Vasconcelos.

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Roberto participava de programas de auditório na rádio Mayrink Veiga, onde geralmente cantava sucessos de Tito Madi e Dolores Duran. Antes que o ano acabasse, suas atenções seriam seqüestradas por um outro tipo de som diferente. Era Bill Haley & the Comets, tocando uma música de ritmo alucinante que fazia seu coração disparar. Logo, Roberto já estava ouvindo e sabendo identificar as músicas de gente como Gene Vincent, Chuck Berry e Little Richard. Porém, o grande impacto mesmo se chamava Elvis Presley.

Como a maioria dos jovens de sua época, principalmente os da zona norte do Rio, o rock passa ser a maior fonte de inspiração para a expressão própria. Celly Campello, Carlos Gonzaga, Sérgio Murilo, e Demétrius tornam-se nomes de suma importância da nova música do jovem, o "roque enroll". Surgiam os programas de auditório na rádio e televisão dedicados ao rock, dando oportunidade para atrações emergentes, apresentados por nomes como Carlos Imperial e Jair de Taumaturgo. Foi através de Otávio III, na época assistente de Chiara de Garcia, que produzia o programa Teletour, da TV Tupi do Rio de Janeiro, que Roberto Carlos foi convidado a se apresentar na televisão cantando "Tutti Frutti."

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Em 1957, Roberto passou a freqüentar um ponto de bochicho no bairro da Tijuca, não muito longe de sua escola, na Praça da Bandeira. Levado pelo colega de escola Arlênio Lívio, o ponto ficava na esquina da Rua Haddock Lobo com a Rua do Matoso. Lá, reuniam-se no Bar do Divino, onde paqueravam as meninas que passavam para pegar a sessão no Cinema Madri, ao lado. Em frente, do outro lado da rua, havia ainda, para a diversão dos rapazes, o salão de sinuca AKI. É neste meio que Roberto Carlos conhece e passa a fazer parte da Turma do Matoso, um grupo de rapazes que regularmente freqüentam o ponto. Entre seus membros estão Sebastião Maia que todos chamavam de Tim, José Roberto, mais conhecido como China, Edson Trindade, Wellington e Erasmo Esteves, que mais tarde adotaria o nome Erasmo Carlos.

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Apesar de fazer parte da turma, Erasmo - que já trabalhava para ajudar a mãe - aparecia menos no ponto. Roberto e Erasmo teriam se conhecido quando Roberto estava precisando da letra da música "Hound Dog" e alguém lembrou que um outro componente da turma colecionava tudo sobre Elvis Presley. Era o Erasmo.

Roberto e Erasmo logo perceberam que apesar de suas diferenças - Erasmo nascido no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, sempre foi fuçador, trabalhando desde cedo para ter suas coisas, enquanto Roberto, mais sonhador, é de cidade pequena do interior, com uma familia cuja a situação financeira era menos apertada - tinham grande afinidade musical. Uma forte amizade logo se formou.

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Com tanta gente interessada em música, não demorou muito para se formar um grupo vocal. Organizada e liderada por Erasmo, a banda era formada por Erasmo, Edson, China, e Arlênio, mas contava com freqüentes participações de Roberto. O grupo se chamava The Snack’s. Mais tarde, com a entrada de Tim Maia, o grupo mudaria de nome, passando a se chamar The Sputiniks.

Foi através de um contato de Erasmo que The Sputiniks estreariam na televisão carioca, participando do "Clube do Rock", um quadro de 15 minutos dentro do programa "Meio Dia", de Jaci Campos, na TV Tupi. O quadro, apresentado por Carlos Imperial, tinha como objetivo apresentar apenas artistas que tocavam o que chamavam de "o ritmo do momento." Logo, a voz forte de Tim Maia sobressaiu e passou a ser a atração principal da banda. Apresentações seguidas levariam a um convite para gravar um compacto. Pelo selo Mocambo, lançam "Para Sempre" / "Namorado" seguido depois por "Calipso Rock" / "Mustafá", ambos de 78rpm.

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Conta a história que, após o ensaio do The Sputiniks, em uma segunda visita do conjunto ao "Clube do Rock", Roberto Carlos comentara com Carlos Imperial que ele sabia imitar Elvis Presley. Imperial, interessado, aprova sua interpretação e lhe dá um momento solo no programa. Tim Maia, vendo Roberto querendo aparecer mais do que os outros, expulsa-o do grupo. Não importa: Roberto Carlos cantando "Tutti Frutti" e "Teddy Bear" tinha grande aprovação do público. Ele passa então a comparecer regularmente ao programa, já sendo apresentado por Imperial como o Elvis brasileiro.

Aparentemente, foi idéia do colega Edson de se formar outro grupo vocal. Erasmo, Edson, Arlênio e China deixam Tim Maia e formam o grupo The Snakes, nome de uma popular guitarra nacional. Outro membro do The Snakes a alcançar o estrelato posterior seria o guitarrista Jorge Ben – mais tarde adotando o nome Jorge Benjor.

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Roberto Carlos também cantaria ocasionalmente com The Snakes, embora a esta altura já conseguisse apresentações fixas como crooner na boate do Hotel Plaza, em Copacabana. Sempre à espreita de oportunidades de aparecer em programas de rádio e televisão, acaba conseguindo, em 1959, com a ajuda do Chacrinha, um contrato para gravar o seu primeiro compacto solo, pela Polydor. Em um vinil de 78rpm, Roberto Carlos gravou as canções "João e Maria" e uma bossa-nova chamada "Fora do Tom", onde Roberto se esforça para soar como João Gilberto, um dos artistas que ele mais respeitava.

Com Carlos Imperial assessorando sua carreira com maior interesse, Roberto Carlos grava, em 1960, seu segundo disco, "Brotinho Sem Juízo" / "Canção do Amor Nenhum." Fazem campanha entre amigos, amigas e, principalmente, as namoradas dos amigos para que liguem para as rádios pedindo para ouvir a canção. A jogada ajuda Roberto a conseguir uma participação no programa de TV "Hoje É Dia de Rock". O programa acabou fazendo uma votação para saber quem era mais popular, Sergio Murillo, que seria naquele ano denominado o Rei do Rock (com Celly Campello eleita Rainha) e o novato Roberto Carlos. Novamente, graças a seguidos telefonemas de amigas e amigas de amigas, Roberto Carlos foi votado como o favorito.

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Desbancar Sergio Murillo nesta época foi um feito consideravel e o resultado se mostrou em mais um convite para gravar, desta vez o bolero "Não É Por Mim" / "Louco Por Você", seu maior êxito comercial até então, lançado em 1961. Embora com vendas modestas, Roberto Carlos ganhou a oportunidade de gravar o seu primeiro LP, com doze faixas, chamado "Louco Por Você." O disco não vendeu nada, o que não impediu que, no ano seguinte, lançasse seu quarto disco, "Fim de Amor" / "Malena."

Foi somente quando Erasmo Carlos se reaproximou musicalmente de Roberto, com uma nova versão em português para a canção "Splish, Splash", que a situação mudou. Juntos escrevem o lado B, "Parei na Contramão". É o início do verdadeiro sucesso dos dois artistas como também, em nome da superstição, o pacto entre amigos de sempre assinarem suas composições como a dupla Roberto Carlos e Erasmo Carlos, assim como faziam John Lennon e Paul McCartney. "Parei na Contramão" é, camufladamente, um hino à desobediência jovial. A canção será regravado por dezenas de artistas e tocado ao vivo por um número incalculável de bandas.

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O sucesso conseguido deu condições para que Roberto viajasse a São Paulo e conseguisse espaço para divulgar o trabalho no programa "Astros do Disco", da TV Record. Durante o ano de 1963, embora sem lançar nada, a popularidade de Roberto Carlos cresce em uma velocidade inimaginável. Apresentando-se regularmente, tanto nas televisões cariocas como paulistas, seus shows passam a ter grande procura. Quando lança em 1964 o álbum "É Proibido Fumar", o nome Roberto Carlos já era conhecido em todo país. A canção título, assim como "O Calhambeque", serão dois de seus maiores hits dessa fase. "É Proibido Fumar", em particular, será outro sucesso que sobreviverá bem ao teste do tempo, sendo regravada e apresentada por outros artistas ao vivo até hoje.

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O ano de 1965 foi significativo tanto para o rock brasileiro em geral como para a carreira de Roberto Carlos em particular. Chegava ao Brasil todo o impacto dos Beatles. O filme "Os Reis do Iê- Iê- Iê" ("A Hard Day’s Night") é um sucesso estrondoso: milhares de bandas de norte a sul do país são formadas; proliferam os bailes de rock nos fins de semana em uma moda que era, inicialmente, chamada de Iê- Iê- Iê. Roberto lança nesse ano o disco "Roberto Carlos Canta Para a Juventude", que incluía os sucessos "História de um Homem Mau", "Os Sete Cabeludos", "Eu Sou Fã do Monoquini" e o monólogo musicado "Não Quero Ver Você Triste".

Roberto já era o artista mais representativo da juventude brasileira quando a TV Record lhe convidou para dirigir um novo programa, totalmente voltado ao público jovem. O programa, que foi ao ar pela primeira vez em setembro de 1965, foi chamado de "Jovem Guarda". Com Roberto à frente, o sucesso foi absoluto, com índices de IBOPE recordes para a época. Conseguir um ingresso para o programa era o sonho das garotas e uma tarefa dificílima para seus pais. O programa apresentava várias atrações musicais, ajudando a divulgar o trabalho de várias bandas como os Golden Boys, The Clevers, Renato e Seus Blue Caps, e muitos outros. Roberto montava também a sua banda, um trio chamado simplesmente RC3. Conforme foram adicionando integrantes o numeral foi crescendo, chegando até o final da década a RC9.

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Vários cantores que começaram ou embarcaram na onda do rock também passaram pelo programa. São nomes de artistas até hoje reconhecidos como Jerry Adriani, Wanderley Cardoso, Antônio Marcos e Sérgio Reis. Já entre as cantoras, destacavam-se Martinha, Rosemary, Katia Cilene, Meire Pavão, Waldirene, Maritza Fabiani, Adriana e Silvinha.

Destaque especial para o excepcional Ronnie Von apelidado de "O Príncipe", Erasmo Carlos, o "Tremendão" e Wanderléa, a "Ternurinha". E, nessa de distribuir apelidos, Roberto Carlos passou a ser chamado, com toda a propriedade, de "O Rei da Juventude" ou, simplesmente, "O Rei".

Em meio a tanta exposição, seu álbum daquele ano, apropriadamente chamado de "Jovem Guarda", é lançado em novembro, causando um furacão na imprensa. A canção "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno" causa reboliço e controvérsia, sendo seu refrão considerado de linguagem chula e imoral.

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Os cabelos compridos começavam a proliferar entre os jovens, como também calças colantes de duas cores, calças bocas de sino, cintos grandes e coloridos e botas Beatles. Para as meninas, a mini-saia sempre acompanhada de botas de cano alto. Praticamente, qualquer coisa que Roberto Carlos dizia podia virar gíria nova no dia seguinte. Expressões como "é uma brasa, mora", "carango" e "bicho" foram incorporadas ao linguajar brasileiro. A influência de Roberto Carlos foi tanta que todo rock ou rock-balada feito no período passou a ser identificado estilisticamente como Jovem Guarda. O termo passou a denominar uma era, ou melhor, um fenômeno musical, e não mais apenas o nome de um programa de televisão.

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Quase todas as músicas desse álbum, em um momento ou outro, estavam sendo tocadas nas rádios, assim como passaram a ser tocadas músicas do álbum "É Proibido Fumar". Sai novo LP, em 1966, novamente no fim-do-ano – uma prática utilizado pelo cantor durante todo o restante de sua carreira, aproveitando bem o mercado natalino. O álbum, dessa vez, era simplesmente intitulado "Roberto Carlos"; novamente é um recorde de vendas, com vários sucessos estourando nas rádios de todo o Brasil. Canções eternamente lembradas deste período são "Nossa Canção", "Negro Gato" e "Namoradinha de um Amigo Meu".

Com o ano de 1967 veio o auge do programa "Jovem Guarda". O sucesso do Rei Roberto era tanto que foi levantado um investimento para o seu primeiro filme. A trilha sonora que leva o nome do filme, "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura", é o maior fenômeno de vendas na história do rock nacional. Filme meio nonsense, levemente baseado em "Socorro" ("Help!") dos Beatles. Os dois grandes sucessos desse álbum são o rock "Eu Sou Terrível" e a balada de amor "Como É Grande o Meu Amor Por Você". Roberto Carlos faz então sua primeira apresentação internacional tocando em Portugal, com aparições também na televisão lisboeta.

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Com o Brasil conquistado seguidamente, em três anos, Roberto viaja para França para cantar no Festival Midden, na cidade de Cannes. Com o fim do programa "Jovem Guarda", saindo do ar após três anos de sucesso absoluto, Roberto Carlos investe em uma carreira internacional. Viaja para Itália onde vence o Festival de San Remo, o único estrangeiro a conseguir essa façanha, cantando "Canzone Per Te", de Sérgio Endrigo e Bardotti. De volta ao Brasil, lança "O Inimitável Roberto Carlos" que traz os sucessos "Se Você Pensa", "Ciúme de Você" e "As Canções Que Você Fez Pra Mim". Sua banda nesse disco é, ninguém menos, que Renato e Seus Blue Caps, mais Lafayette. No final do ano, viaja para Santa Cruz de La Sierra para casar com sua noiva, Cleonice Rossi.

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Respeitado como compositor, como intérprete e como símbolo e representante das tendências jovens, Roberto Carlos participa de seu segundo filme, "Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa", co-estrelado pelos amigos Erasmo Carlos e Wanderléa. O filme, assim como o anterior, bate recordes de bilheteria e o disco que se segue ao lançamento do filme já demonstra um Roberto Carlos buscando um amadurecimento em seus temas e, com isso, distanciando-se levemente do rock. O disco, porém, compensa o tom romântico com incursões, por mais leves que fossem, no funk, onde Roberto interpreta material de Tim Maia.

Na vida particular, muita alegria com o nascimento de seu primeiro filho, Roberto Carlos Braga Segundo, no dia 14 de dezembro.

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Em 1970, Roberto Carlos ainda era chamado de "O Rei", mas já não era mais um roqueiro. Fez uma marcante temporada no Canecão, no Rio de Janeiro, onde cantou, entre outras coisas, a música "Jesus Cristo", o que ajudou a mudar sua imagem antiga para uma nova, distanciando-se definitivamente do roqueiro de outros tempos. Até mesmo quando interpreta seus antigos sucessos, fá-lo com outra roupagem.

Em março de 1971, nasce sua filha Luciana Braga, outro motivo de grande alegria do Rei.

Depois, durante parte do ano, roda o seu terceiro e último filme, "Roberto Carlos a Trezentos Quilômetros Por Hora". No filme, Roberto é um mecânico que sonha em ser um grande piloto de corridas. O filme toca em uma real paixão de Roberto Carlos: seu amor por carros possantes. Co-estrelando a película está, novamente, o parceiro Erasmo Carlos.

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O filme foi outro sucesso de bilheteria. O disco seguinte é recheado com excelentes composições românticas. As mais lembradas são "Detalhes", "Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos" e "Como Dois e Dois", esta última uma composição de Caetano Veloso escrita especialmente para Roberto.

A carreira de Roberto Carlos está sacramentada. Chamado de fenômeno único na música brasileira, todos os seus lançamentos são "Discos de Ouro", sempre recebendo grande atenção da imprensa escrita e falada. Assim foi toda a década, embora agora tenhamos um outro Roberto Carlos, totalmente diferente ao que começou sua carreira uma década atrás. Embora respeitado como artista e como pessoa, este Roberto Carlos, cantor romântico, não tem mais lugar em uma conversa entre roqueiros.

Nenhum de seus trabalhos posteriores a década de sessenta são representativos para o rock, embora os da década de setenta ainda tenham representatividade dentro do mercado geral. Durante as décadas de oitenta e noventa, já com uma seqüência de álbuns previsíveis, até suas capas são similares.

Quanto à sua vida particular, Roberto se divorciou em 1979, passando a morar em seguida com a atriz Miriam Rios, um relacionamento que duraria onze anos. Casaria em 1996, com Maria Rita Simões, que viria a falecer de câncer em dezembro de 1999. Roberto Carlos continua vivo e com boa saúde. E que tudo mais vá pro inferno.

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Agradecimentos ao seguintes sites onde podem ser encontradas essas e outras tantas fotos, além de uma biografia mais completa sobre a carreira do Rei após sua fase roqueira:

http://robertocarlos.globo.com/site.html
http://www.geocities.com/r_crescencio/histor.htm
http://www.mulhervirtual.com.br/sub/curiosidaderb.html

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