Arcturus
Postado em 06 de abril de 2006
Por Jorge Bernhardt
O Arcturus foi formado no começo da década de 90 com o tecladista Sverd se juntando ao baterista Hellhammer (baterista também do Mayhem). O epíteto que representa a banda, Arcturus, foi escolhido por ser o nome da estrela mais brilhante da constelação Boötes, com magnitude visual de 0.24, tipo espectral KO e 36 anos–luz distante daqui.
Em março de 1991 foi lançado o EP "My Angel" com apenas 2 músicas e lançado por uma pequena gravadora francesa em edição limitada de 1.100 cópias. Depois disso entraram na banda o vocalista Garm (Ulver, ex-Borknagar) e o guitarrista Samoth (Emperor). Com essa formação foi gravado um mini-CD, novamente com edição muito limitada chamado "Constellation" e lançado pelo selo do próprio Samoth, Nocturnal Art Productions.
A cena underground já começava a se entusiasmar com o Arcturus e sua forma bastante especial de fazer Black Metal, e a banda assim ia ganhando espaço e reconhecimento. Mas ainda tinha muito para acontecer com a banda.
Com a prisão de Samoth por incendiar igrejas, a banda foi obrigada a achar um novo guitarrista. Além disso, a banda decidiu colocar um baixista. Para a guitarra veio o virtuoso August (da banda de prog metal Tritonus) e para o baixo veio Skoll, do Ved Buens Ende.
Em 1996 lançaram o primeiro disco "full-lenght", chamado "Aspera Hiems Synfonia", pelo pequeno selo underground Ancient Lore Creations. Diferente de muitas coisas nesse estilo, a produção é de primeira, assim como os músicos. Como diz o adesivo que vem na caixa do cd: "Uma reunião da elite dos músicos de Black Metal da Noruega compondo obscura e severa arte sinfônica! Com membros do Ulver, Mayhem e Ved Buens Ende". O disco mistura partes de Black Metal mais agressivo com partes totalmente sinfônicas, solos virtuosos de guitarra e vocais misturando urros e partes tipicamente Black Metal a partes melódicas. A banda assinou contrato com a Century Black (divisão de Black Metal da Century Media) para distribuição.
Algum tempo depois do lançamento do primeiro álbum da banda foi relançado o disco "Constellation" em vinil com as músicas originais desse álbum, além das músicas do EP "My Angel" e coisas inéditas. Várias das músicas do "Constellation" são versões diferentes de músicas do primeiro disco da banda, "Aspera Hiems Synfonia".
Antes de lançar o segundo álbum, novamente aconteceu uma mudança na formação da banda: o guitarrista August (Carl August Tidemann) saiu da banda para se dedicar mais à sua outra banda, Tritonus, e, além disso, gravou um disco solo chamado "Stylystic Changes". Esse é um fato bsatante curioso e provavelmente nunca antes visto: um guitarrista sair de uma banda que pratica black metal – apesar de não exatamente na sua vertente mais pura – para lançar um álbum solo instrumental repleto de influências eruditas e de estilos como jazz e fusion.
Para o lugar de August entrou o guitarrista Knut M. Valle. Apesar de não ter ocorrido outra mudança "física" na formação da banda, os músicos pararam de utilizar pseudônimos para utilizarem seus nomes reais a partir do segundo álbum da banda. São eles: Jan Axel Von Blomberg, (HellHammer, na bateria); Steinard Sverd Johnsen (Sverd, nos teclados); Hugh Stevens James Mingry (Skoll, no baixo); Garm Wolf (Garm, nos vocais); e o já citado Knut M. Valle. Com essa formação, o grupo lançou seu segundo disco, "La Masquerade Infernale", pelo selo Misanthropy, que apresentou um Arcturus extremamente diferente, criativo e original, praticamente largando tudo do black metal fazendo uso apenas de vocais limpos, músicas muito mais orquestrais e até uso de samplers. É claro que tudo envolvido numa aura obscura e lúgubre, mas de extremo bom gosto. O guitarrista Knut M. Valle certamente é bastante inferior tecnicamente a August, mas teve um bom rendimento no disco e em 3 canções o ex-guitarrista do conjunto fez participações especiais. Destacam-se canções como "Ad Astra" com uma bela performance de piano e melodias muito bem construídas e "Alone", que lembra um pouco do estilo musical anteriormente praticado pela banda, com uma bateria que soa bastante black metal em certos momentos.
No começo de 1999 mais um grande passo ocorrera na carreira do Arcturus: a banda decidira-se por lançar um álbum apenas com versões diferentes – algumas (a maioria, na verdade) bastante influenciadas por techno e estilos eletrônicos – de suas músicas. Foi lançado "Master Of Disguise" com versões de obras dos dois primeiros discos da banda, que certamente não é para fãs de black metal, mas é de altíssima qualidade, e as novas versões, apesar de extremamente inusitadas, por vezes equiparam-se às originais em termos qualitativos.
O Arcturus é certamente uma das bandas mais surpreendentes da atualidade. Nunca se sabe o que virá da banda. Porém, sempre com trabalhos diferentes e originais, a banda mantém sua qualidade.
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