Anal Cunt: Seth Putnam fala de seu vício em drogas e álcool
Por Andras Ellendersen
Fonte: Blabbermouth
Postado em 14 de junho de 2011
Seis meses antes de sua morte, Seth Putnam do ANAL CUNT deu uma longa entrevista ao hellbound.ca. Putnam discutiu seus pensamentos sobre a morte; porque ele ainda usava drogas e álcool após passar por um coma; e o que talvez pudesse ser escrito em sua lápide. Confira abaixo trechos da entrevista.
Hellbound.ca: Sua overdose e seu coma em 2004 foram bem documentados. Como sua vida mudou desde que você passou por isso e foi hospitalizado, ou sua vida mudou de alguma forma?
Seth Putnam: Eu acordei do coma e não conseguia mover nenhuma parte do meu corpo por um longo período de tempo. Eu não conseguia andar bem. Quando eu estava no hospital, os médicos descobriram que eu estava depressivo e me colocaram em anti-depressivos. Então talvez seja a melhor coisa que já me aconteceu, pois não estou mais depressivo sempre e não quero me matar o tempo todo. Neste momento, estou usando Celexa. Eles inicialmente me colocaram em Prozac e então me trocaram para o Celexa.
Hellbound.ca: Agora que você está sob anti-depressivos, você parou de usar drogas ou beber?
Seth Putnam: Não. Eu não posso ficar muito doido como eu ficava antes do coma porque eu não consigo aguentar. Mas eu ainda uso muito. Eu ainda posso me acabar com bebida e álcool. Mas eu não faço isso tanto assim. Então talvez possa ser uma dose de heroína ou de cocaína, ou uma dose de bebida alcóolica. Qualquer coisa possível.
Hellbound.ca: Depois que você saiu do coma e começou a se recuperar, você alguma vez já pensou em mudar a sua vida? Isso não estava no destino?
Seth Putnam: No minuto em que acordei, pedi a minha namorada para ir à loja de bebidas alcoólicas. Ela não queria ir e eu fiquei tipo, "Pare de ser um saco e vá para a loja de bebidas." Então eu disse, "Me tire da cama e eu mesmo irei," e eu percebi que não podia mover nenhuma parte do meu corpo. Depois de sair do hospital, meus amigos me levaram em uma cadeira de rodas para um bar. O dia mais legal desde então foi quando eu fumei um monte de crack. Foi a primeira vez que usei crack em quase um ano.
Hellbound.ca: Se você ouve alguém dizer que você é maluco ou idiota por continuar a usar drogas e a beber depois do que aconteceu, como você responde?
Seth Putnam: Bom, assim que eu saí, eu afundei em drogas novamente. Agora estou mais no controle de mim mesmo. Eu fui nessa coisa chamada administração da redução de danos. Aprendemos a não nos acabar toda hora. Acho que eu descobri como manter o controle de mim mesmo, coisa que eu não podia fazer antes do coma.
Hellbound.ca: Seus amigos se preocupam com você poder acabar como um G. G. Allin (que morreu de overdose), e com o fato de que talvez você não seja tão sortudo da próxima vez?
Seth Putnam: Metade dos meus amigos usam drogas e a outra metade anda na linha. Meus amigos corretos entendem o que eu sou. Eles se preocupam comigo, mas entendem que eu farei o que eu farei. Agora eu sei como me controlar então não vou chegar a uma overdose. Não vou me colocar nessa posição porque eu não quero que meu corpo fique f*dido novamente.
Hellbound.ca: Seu amigo John McCarthy do POST MORTEM se foi há alguns anos atrás. Você ficou surpreso que ele morreu e você ainda está aqui apesar do que fez?
Seth Putnam: Ele estava com problemas e ficando bêbado com Listerine e coisas deste tipo. Mas eu fiquei surpreso quando ele morreu. A coisa mais estranha era que ele era um avô aos 40 anos. Mesmo quando ele teve seu primeiro filho eu havia achado estranho. Ele foi um dos meus melhores amigos de todos os tempos. Eu poderia dizer coisas ruins sobre ele mas eu não vou porque as coisas boas predominam sobre as coisas ruins. Em 2008, tocamos em um show na Califórnia com o ANAL BLAST e THE MEAT SHITS. As pessoas estavam apostando em quem ia morrer primeiro, eu ou Don Decker do ANAL BLAST. Don morreu tipo um ano depois.
Hellbound.ca: Quando você morrer, o que estará escrito em sua lápide?
Seth Putnam: Eu não tenho idéia. Depende de quem escreverá. Espero que não seja alguém gay.
Agradecimentos: Samuel Coutinho
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