Angra e Jeff Scott Soto: Resenha e fotos do show em Porto Alegre
Resenha - Angra e Jeff Scott Soto (Bar Opinião, Porto Alegre, 12/04/2024)
Por Guilherme Dias
Postado em 16 de abril de 2024
Na noite do dia 12 de abril, uma sexta-feira, o Angra visitou Porto Alegre para apresentar a "Cycles of Pain Tour" pela segunda vez. O local foi o mesmo de novembro do ano passado, o tradicional Bar Opinião. Recentemente, o Angra lançou o single "Tide of Changes", com a participação especial de Jeff Scott Soto, o que motivou o grupo a convidá-lo para uma série de shows pelo Brasil, sendo a capital gaúcha um dos lugares escolhidos.
Fotos por: Liny Oliveira
A abertura foi realizada por Toffoli, liderado por Luiz Toffoli (guitarra), conta também com Cássio Marcos (vocal), Douglas Máximo (baixo) e Pedro Tinello (bateria). No repertório, músicas do disco "Enigma Garden", lançado em 2023, com algumas músicas já conhecidas por parte do público, pois eles mesmos realizaram a abertura do Angra no ano passado. A novidade ficou com as composições que estão sendo gravadas para um novo álbum que será lançado neste ano, como a virtuosa "Gates of the Underworld", mostrando que o direcionamento musical será na linha do prog metal, como no álbum anterior. Ao apresentar os colegas de banda, Luiz disse: "boa noite, Curiti…", mas foi interrompido por Cássio e corrigiu: "boa noite, Porto Alegre" e pediu desculpas pelo erro, afinal, estão na estrada e o próximo show será em Curitiba. Rasgou elogios para todos os músicos que estão o acompanhando, pediu para o público segui-los nas redes sociais e para darem um grito se estavam gostando. Após os gritos por parte da plateia, Cássio apresentou o guitarrista e pediu para os gaúchos ajudarem os artistas locais e levantarem os braços para a clássica foto do palco com banda e público.
Logo em seguida, o palco foi montado com bancos altos, microfones e violões para Jeff Scott Soto e Leo Mancini. Jeff já se apresentou em Porto Alegre diversas vezes, mas a última havia sido apenas em 2018, com uma de suas bandas, o Sons of Apollo. Como um ótimo frontman que é, Jeff já chegou comunicativo, perguntando como o público estava e pedindo para fazerem barulho. A primeira foi "Livin’ the Life", cover da fictícia banda do filme Rock Star, chamada de "Steel Dragon", com a qual Jeff gravou alguns vocais. "Eu estou aqui no Brasil celebrando 40 anos de rock and roll, comecei em 1984 com 18 anos de idade, com o Yngwie Malmsteen.", disse Jeff, antes de apresentar "Mysterious (This Time It’s Serious)" do Talisman, banda que fundou junto com Marcel Jacob em 1989. "Estamos muito felizes, pois conheço a galera do Angra há anos, mas essa é a primeira vez que vamos tocar juntos." comentou Jeff antes de apresentar "Alive" do Sons of Apollo.
Com um retorno excelente por parte dos fãs, o vocalista apresentou Leo Mancini (violão), comentou a parceria de mais de 20 anos entre eles e anunciou "Eyes of Love", faixa que abre "Prism", seu segundo álbum solo, lançado em 2002. "Temos pouco tempo, então vamos para mais uma. A próxima é de uma banda que não tocamos há quatro anos e com a qual nunca fizemos uma turnê, pois temos dois membros do Eclipse, dois do Work of Art e eu, representando o Talisman, essa é do W.E.T.", disse Jeff, referindo-se a "Comes Down Like Rain", do primeiro álbum do projeto, lançado em 2009.
"Léo disse que se tivéssemos essa próxima todos ficariam loucos. Se vocês não ficarem loucos darei um soco no Léo, não me decepcione, Porto Alegre", brincou Jeff ao anunciar "Carry On Wayward Son" do Kansas e o público realmente ficou louco e cantou junto, sem necessidade de qualquer briga no palco. "Vocês querem mais uma do Talisman? Essa é Talisman com "Seal" disse Soto para anunciar a radiofônica "Crazy". "Temos tempo para mais uma, mas sem problemas, pois depois vai começar o metal de verdade. Acho que vocês conhecem a próxima, quero ouvir vocês!", comunicou Soto ao anunciar "I’ll Be Waiting", do Talisman, e grande parte do público cantou junto. Antes de sair do palco pela primeira vez, Jeff agradeceu ao Angra pelo convite e fez um anúncio: "Estarei tocando novamente aqui nesse mesmo lugar, venham nos ver na próxima sexta-feira", e, então, um cartaz apareceu nos telões do Bar Opinião, informando que Jeff Scott Soto é a atração surpresa em um festival em que as bandas Sinistra, Jelusick e Clash Bulldogs já haviam sido anunciadas. Ou seja, os fãs não vão ter tempo de sentir saudade e poderão assistir ao cantor com a sua banda completa em um pequeno intervalo de tempo.
Uma pequena pausa para ajustes no palco e, às 23 horas e 5 minutos, a introdução de Holy Land (1995), "Crossing", pôde ser ouvida nas caixas de som, introduzindo a entrada de Fabio Lione (vocal), Rafael Bittencourt e Marcelo Barbosa (guitarras), Felipe Andreoli (baixo) e Bruno Valverde (bateria) no palco para "Nothing to Say". Após muitos gritos de "Angra, Angra, Angra" pela plateia, Lione agradeceu e "Angels Cry" foi apresentada. Sem perder tempo, foi a vez de "Newborn Me" do disco "Secret Garden" (2014).
"Nesta noite teremos muitas coisas, surpresas e setlist diferente, mas agora eu preciso da coisa mais importante, eu preciso de vocês para cantar comigo a música que se chama "Lisbon", disse Lione, ao apresentar a única composição do "Fireworks" (1999) na noite. Mais uma vez conversando com o público, Lione informou: "Agora vamos tocar uma do novo CD, vocês gostaram dele? A primeira parte é em português e a segunda em inglês, vamos cantar a parte em português de Lenine junto com o Rafael? Essa se chama "Vida Seca". Na sequência, mais uma do "Cycles of Pain": "Dead Man on Display".
Em um pequeno momento de descontração, Lione fez o tradicional duelo de canto com os fãs, fazendo todo mundo gritar bastante. "A próxima é uma música icônica e dá nome ao quarto disco da banda: Rebirth.", disse Lione. "Rebirth" foi muito bem recebida como sempre, assim como "Morning Star", do "Temple of Shadows" (2004). Entre uma música e outra, Lione seguiu comunicativo: "Agora, uma música muito antiga, vocês vão me ajudar? É do primeiro CD e se chama ‘Time’". Em mais uma brincadeira, Lione perguntou se o público estava cansado e simulou uma saída do palco desejando um "boa noite, tchau!", mas logo voltou e contou o número de músicas do repertório com os dedos e disse que ainda faltava muito para terminar o espetáculo e apresentou a faixa título do último álbum, "Cycles of Pain".
Uma pequena pausa para os roadies colocarem bancos e posicionarem os microfones no centro do palco. Com tudo pronto, Rafael foi ao microfone dizer: "E aí, Opinião. Vocês acreditam que estava no set que eu deveria trazer o meu violão e eu esqueci? Mas tudo foi resolvido graças ao Leo Mancini, que me ajudou e emprestou o seu violão.". O pequeno repertório acústico iniciou com "Silent Call", balada do "Secret Garden", que não era apresentada ao vivo desde 2017. Em seguida, Rafael conversou novamente com a plateia e ao ouvir alguns fãs gritando o nome do seu canal nas redes sociais, Rafael pediu para assistirem a entrevista que fez com Daniel Matos, irmão de André Matos. E para homenagear André, o guitarrista chamou o "Mago" Lione para o palco e apresentaram "Make Believe" do álbum "Holy Land", presente no repertório pela primeira vez na atual turnê. Antes disso, Rafael e Lione questionaram o público: "Quem estava aqui no último show? Qual nós tocamos no acústico?", o público então respondeu "Gentle Change" e Rafael continuou: "Então vamos tocar ‘Make Believe’".
Com o restante dos músicos de volta ao palco, o show seguiu com a novata "Ride Into the Storm" e a antiga "Silence and Distance". Para a canção seguinte, Lione mencionou que gosta muito de baladas e que gostaria de ver todos cantando junto, se referindo a "Bleeding Heart", presente no EP "Hunters and Prey", de 2002. Próximo do final da noite, Lione convidou Soto para cantar o single "Tide of Changes - Part 1 & 2" e "The Show Must Go On", cover do Queen, que é frequentemente apresentada nos tributos ao Queen realizados por Jeff e nos shows solo de Fábio Lione. Mais uma pausa para, dessa vez, o Angra retornar para o bis com a dobradinha de "Carry On" e "Nova Era". Foi uma noite incrível, em que mesmo pela segunda vez na mesma turnê, o Angra levou para Porto Alegre um repertório renovado e a magnífica presença de Soto. Não tem quem não tenha saído plenamente satisfeito com tudo o que foi apresentado na noite, tamanha foi a qualidade sonora, a interação do telão, as luzes com as música e tudo o que foi apresentado pelos músicos no palco.
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