Malvada esquenta tarde fria e agrada o público no Best of Blues and Rock
Resenha - Malvada (Best of Blues and Rock, São Paulo, 02/06/2023)
Por André Garcia
Postado em 04 de junho de 2023
Mostrando que rock não é só para homens, Malvada foi formada em 2020, composta exclusivamente por mulheres. Seu álbum de estreia "A Noite Vai Ferver" foi lançado em 2021, apresentando um pesado blues, inspirado em mestres setentistas como Led Zeppelin, Deep Purple e Black Sabbath. Desde então, tem frequentado grandes palcos, como o do Angra Festa e o Rock In Rio — Velhas Virgens, Electric Gypsy, Angra e Viper são alguns dos nomes ao lado de quem já tocou.
Fotos: André Velozo
A banda subiu ao palco do Best of Blues and Rock entre o blues clássico de Nanda Moura e o virtuoso hard rock do Extreme. O show começou pouco depois da Nanda Moura, mas com um clima bem diferente: o sol já não batia mais no palco e a temperatura caiu significantemente. Se Nanda precisou encarar o calor, Malvada teve que encarar o frio.

Três homenagens foram distribuídas pelo repertório, o primeiro foi a Rita Lee, velada há cerca de um mês ali mesmo, no Ibirapuera, com "Esse tal de Roque Enrow". Outra raínha do rock relembrada foi Janis Joplin, com um cover do vocalmente desafiador: "Summertime". Jimi Hendrix também foi reverenciado com "Purple Haze".
Bruna Tsuruda (guitarrista) faz bem a linha de tocar para o time nos momentos de base, mas no solo ela se destaca. Eu gostaria de ver a guitarra um pouco mais proeminente em seus futuros trabalhos. Ma Langer (baixista), estilosa, segura o baixo verticalmente como Bill Wyman, dançando e serpenteando com o instrumento. As linhas vocais seguem o estilo de Robert Plant, Janis Joplin e David Coverdale, com melodias que dão uma pitada mais pop e moderna.

Se no show anterior Nanda Moura precisou enfrentar o sol batendo de frente para o palco, Malvada precisou enfrentar o frio do fim de tarde. Uma vantagem do horário foi permitir que fizessem uso da boa iluminação do palco, que mais cedo mal era visível. O som estava muito bom, assim como em todas as outras apresentações. Houve uma breve falha técnica, mas afetou apenas o som da vocalista, para o público foi indiferente.
A apresentação me agradou e me pareceu ter agradado ao público, naquele dia predominantemente formado por fãs de Extreme e Tom Morello. Vimos uma banda que, embora ainda esteja escrevendo apenas o começo de sua história, já teve uma rápida ascensão e ainda tem muita lenha para queimar. Estou certo de que seguiremos ouvindo falar da Malvada por aí pelos próximos anos com novos e mais ousados trabalhos.

Pouco antes delas subirem ao palco, teve a coletiva de imprensa, com Nanda Moura, Tom Morello, a dupla do Extreme o virtuoso Nuno Bettencourt e o ex-Van Halen Gary Cherone, bem como as malvadas Bruna Tsuruda e Ma Langer. As duas tiveram que sair mais cedo para ir direto tocar, mas antes falaram sobre o misto de "desespero e alegria" que era estar ali ao lado de pesos pesados. "Faz uns 10 minutos que consegui parar de tremer", disseram as duas. "Estar aqui é representar toda a mulherada a correr atrás de seus sonhos". Sonho esse em que elas disseram terem apostado todas as fichas nesses três anos.
É ótimo que o Best of Blues and Rock tenha sido aberto por uma banda liderada por uma mulher e outra formada exclusivamente por mulheres. Ainda mais por ser no Ibirapuera, onde semanas antes São Paulo deu adeus a Rita Lee. Malvada desafia a misogenia estrutural que (ainda) existe no rock, desafiando o lugar geralmente reservado às mulheres no gênero.
Lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive sobre o palco tocando rock pesado e cantando sobre bebida, curtição e sexo.
Disso Que Eu Gosto
Prioridades
Pecado Capital
Esse Tal De Roque Enrow (Rita Lee)
Quem Vai Saber
Summertime (Janis Joplin)
O Que Te Faz Bem
Perfeito Imperfeito
Mais Um Gole
Purple Haze (Jimi Hendrix)
A Noite Vai Ferver
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