Para o Pink Floyd não somos apenas homens comuns
Por Ricardo Bellucci
Postado em 28 de setembro de 2024
E, afinal de contas, somos apenas homens comuns. Somos. Refletir sobre isso, sobre essa realidade, a tênue linha da vida é uma das marcas registradas do Pink Floyd. Como em Us And Them, por exemplo.
Um dos temas mais presentes na obra do Floyd é o fato de o indivíduo, enquanto persona única, desaparecer em meio a multidão, tragado pelos movimentos da vida cotidiana, perdido nos labirintos do consumismo, tragado pelo trabalho monótono, pouco criativo. E, afinal de contas, somos apenas homens comuns. Somos, vivendo na fina teia da vida moderna, que tem a capacidade de nos enreda, prender, sem que sequer tenhamos a menor percepção disso. O tempo, esse elemento implacável, passa. Será que a vida "moderna" nos permite viver o tempo?
Refletir sobre isso tudo, isso o Floyd faz, com maestria. Não é apenas uma banda de rock progressivo, vai além. Seus shows e vídeos tem a capacidade de refletir, detalhe a detalhe, os traços essenciais presentes em suas letras, emocionando. Praticamente uma construção filosófica. Sim, uma banda filosófica, ou então a pedra filosofal do rock progressivo.
O Pink Floyd não é apenas uma banda para se ouvir, degustar e ver, não, trata-se de uma experiência muito mais complexa. Sentir. Um sentimento que leva ao coração e a mente, nos proporcionando momentos de real valorização da nossa existência. E, afinal de contas, somos apenas homens comuns. Somos. Nenhuma banda percebeu isso tão bem como o Pink Floyd. Porém, não basta se dizer tudo isso em palavra. É preciso sentir. Sinta toda a potência existencial do Pink Floyd neste turbilhão de emoções e sentimentos chamada Us And Them em um vídeo magistral de Sara Serna & Jko Sanchez.
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