Covers: da homenagem à sobrevivência da música
Por Carlos Alexandre Oliveira
Postado em 24 de fevereiro de 2015
Em todos os cantos do nosso país estamos tendo um boom de bandas covers, festivais, casas de show, bares e estabelecimentos lotados.
Em Belém do Pará não é diferente, temos bandas excelentes, bandas com músicos que você fica impressionado pelo trabalho, técnica e feeling dos caras.
O mercado dos covers está acabando com o rock e metal na minha cidade, recentemente em uma conversa com uma amigo baterista de duas bandas excelentes na cidade discursamos sobre medidas de reviver a cena em Belém.
Esse músico me revelou que receberá com sua banda cover o cachê de R$ 900 reais para fazer cover de uma banda de rock alternativo americano em um festival só de covers.
Recentemente tivemos muitos lançamentos em Belém do rock e do metal onde os consumidores do rock não fazem ideia que existam. Conheço os produtores de eventos de metal e rock em Belém, e eles ficam felizes quando Destruction, Exodus e outras bandas de nome internacional e nacional como o Angra enchem a casa, sendo que casa cheia em Belém é 450 pessoas, com ingressos que são no máximo R$ 100,00 (cem reais) e de contrastes temos este festival de covers que espera no minimo 800 pessoas que provavelmente vão ao evento, eventos de covers em Belém custam de dez a quarenta reais.
Algumas de nossas melhores bandas abandonaram seus trabalhos autorais para ganhar a vida como bandas covers. Uma pena que esse seja o retrato atual do rock em Belém e no Brasil, e há quem diga que as bandas nacionais não fazem um trabalho de qualidade e por isso não tem notoriedade, e todos sabemos que isso além de idiota é totalmente preconceituoso.
A única forma de salvarmos a música pesada e autoral será que é declarar uma guerra aos covers?
Tenho medo que um dia o The Iron Maidens em Belém reúna mais pessoas no que um show do lendário Stress.
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