Instimista, Ian McCulloch surpreende SP
Fonte: Terra Música
Postado em 30 de julho de 2004
A quinta passagem do cantor e compositor Ian McCulloch pelo Brasil reuniu músicos brasileiros e ingleses no palco do Credicard Hall, em São Paulo, surpreendendo o público com uma apresentação irretocável em que brilharam a voz do líder do Echo & The Bunnymen, suas versões para canções clássicas de Leonard Cohen, Velvet Underground e David Bowie, além de interpretações intimistas para as canções dos Bunnymens.
"Caipirinha", grita um fã, sentado em uma das primeiras mesas do Directv Music Hall, relembrando a paixão do vocalista pela bebida brasileira. Ian McCulloch, com o violão em punho, não dá atenção, conta "one, two, three, four" e a batida inconfundível de Sweet Jane, do Velvet Underground, preenche o ambiente, para delírio do público presente. É a quarta música do show e a magia parece tomar o local.
Acompanhado por Paul Fleming (teclados) e Goudie Gordon (guitarra), Ian canta com paixão e devoção o clássico de Lou Reed. Na seqüência, a bela balada Rust acalma o ânimo da audiência. A banda continua com The Disease, do clássico segundo álbum dos Bunnymen, Heaven Up Here, e emenda com uma reverente cover de Suzanne, de Leonard Cohen.
Ian parece estar a vontade. Canta bem, sussura frases inaudíveis enquanto devora taças de vinho tinto. E fuma. E impressiona. Para todos aqueles que ironizaram a quinta (!) passagem do cantor por terras brasileiras, Ian apresenta covers irrepreensíveis de Pale Blue Eyes (Velvet), Walk on The Wild Side (Lou Reed), Heroes (Bowie) e Lover, Lover, Lover (Cohen). Ainda mostrou clássicos do Echo, como a dobradinha Pictures on My Wall/Read It In Books, ao lado de canções mais 'novas' como Nothing Lasts Forever, What Are You Going To Do With Your Life?, Get in The Car e History Chimes. Improvisou The Game e Rescue e mostrou belas facetas solo (Start Again, Candleland, Slideling e Baby Hold On). O inusitado e surreal da apresentação foi ver Supla (não se aguentando de felicidade) cantando The Killing Moon e Leo Jaime fazendo o riff e o backing vocal em Lips Like Sugar (contando com o acrescimo dos brasileiros Da Lua na percussão e Sílvio Mazzuca no baixo acústico), duas participações que preencheram com raríssima beleza uma noite praticamente perfeita.
Para o bis, Ian eleva o microfone, abandona o banquinho em que esteve sentado durante todo o show, e convoca o público para a frente do palco. É ali, com o público aos pés, que ele arrasa com I'm Waiting For My Man (outra do Velvet) e fecha a noite com The Killing Moon, como se tomando de volta a letra que Supla havia cantado no meio do show.
Ao lado do microfone, quatro copos de vinho esperam o vocalista. Ian agradece, diz adeus e levanta um deles como brinde. Na saída, fãs surpresos lotam a porta do camarim esperando por um autógrafo. Ian retornou ao Brasil disposto a mostrar boa música. E conseguiu.
O líder da banda britânica Echo and The Bunnymen corre o País em uma turnê acústica que termina nesta sexta no Claro Hall, no Rio de Janeiro, com participação do guitarrista Frejat, do Barão Vermelho.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Justin Hawkins (The Darkness) considera história do Iron Maiden mais relevante que a do Oasis
Show do System of a Down em São Paulo entre os maiores momentos do ano para revista inglesa
Show do Slipknot no Resurrection Fest 2025 é disponibilizado online
A música "complicada" do Pink Floyd que Nick Mason acha que ninguém dá valor
Novo álbum do Sleep Token é escolhido o pior do ano por tradicional jornal
A farsa da falta de público: por que a indústria musical insiste em abandonar o Nordeste
Bruce Dickinson revela os três vocalistas que criaram o estilo heavy metal de cantar
A banda de rock nacional que nunca foi gigante: "Se foi grande, cadê meu Honda Civic?"
O músico que atropelou o Aerosmith no palco; "Ele acabou com a gente"
Sleep Token ganha disco de ouro no Reino Unido com novo álbum
Novo boletim de saúde revela o que realmente aconteceu com Clemente
O vocalista que irritou James Hetfield por cantar bem demais; "ele continua me desafiando"
O último grito na Fundição Progresso: Planet Hemp e o barulho que vira eternidade
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
Paulo Ricardo e a loucura em hotel nos anos 1980: "Eu já tinha perdido o pudor!"
Roger Waters, ex-Pink Floyd, relembra o dia que conheceu John Lennon - e se arrependeu
Heavy Metal: os dez melhores álbuns lançados em 2009

A banda que se autodestruiu por "conceito ridículo", segundo Bono do U2



