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Metallica quer um produtor que acompanhe todo o trabalho

Por Vitor Rangel
Fonte: Revolver Magazine
Postado em 14 de julho de 2006

O líder da banda AVENGED SEVENFOLD, M. Shadows, entrevistou os membros do METALLICA, Lars Ulrich (bateria) e James Hetfield (vocais, guitarra) para a última edição da revista Revolver antes do show em Gelredome, em Arnhem, na Holanda, no dia 8 de junho de 2006. Algumas partes da entrevista seguem abaixo:

M. Shadows: Por que vocês decidiram não trabalhar com o Bob Rock no seu novo álbum? E como está o trabalho com Rick Rubin?

Lars Ulrich: Nós estamos apenas começando, sério. ‘St. Anger’ foi como um experimento isolado, onde escrevemos e gravamos tudo ao mesmo tempo no estúdio. Mas nós voltamos a fazer do jeito que fazíamos antes do ‘St. Anger’, que é basicamente uma fase de composição e depois uma fase de gravação. Ao contrário do que todos pensam, nós não estamos na fase de gravação ainda – estamos apenas compondo. Nós tivemos meia dúzia de encontros com Rick, e ele apenas aparece e escuta. Nós estamos sentindo um ao outro, como se estivéssemos nos conhecendo novamente. Assim que começarmos a fase de gravações, que eu espero que seja nesse outono, é quando a grande habilidade dele vai ser usada. Em 1990, quando começamos a trabalhar com Bob, foi porque Bob tinha feito todos os grandes álbuns de rock que estavam sendo lançados naquela época – MOTLEY CRUE, DAVID LEE ROTH, THE CULT – e ele estava envolvido com toda a engenharia das gravações do BON JOVI. Tudo que estava acontecendo no final dos anos 80, era por causa do Bob. E agora, tudo que é ótimo no rock – de SLIPKNOT, SYSTEM OF A DOWN, CHILI PEPPERS à MARS VOLTA, e até os álbuns do JOHNNY CASH e NEIL DIAMOND – é Rick Rubin. A mesma coisa que nos levou ao Bob 15 anos atrás nos trouxe agora ao Rick. Nós queremos trabalhar com um cara que acompanhe em detalhes todo o trabalho. E foi Bob o primeiro a concordar com isso, ele disse ‘Olha, eu não sei mais o que posso lhes oferecer 15 anos depois’. Nós terminamos as frases de cada um. Sabemos o que o outro vai falar, e ele sabe o que falaremos. Nós fizemos, o que, cinco álbuns com ele? E ele realmente foi o quinto membro da banda nos últimos 15 anos. Por mais doloroso que seja, ele concordando com isso tudo foi a primeira coisa importante para nós. Então, até agora, tudo está sendo ótimo.

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M. Shadows: A música mudou bastante desde que vocês começaram, e eu tenho certeza que as suas influências mudaram também. O que os incentiva a continuar tocando, e quais são as suas atuais influências na música e na vida em geral?

Lars Ulrich: Honestamente, são vocês caras! Sério! Vocês lançam música que nos inspiram, e eu aprecio todo o amor que recebemos de vocês, do TRIVIUM, do BULLET FOR MY VALENTINE – todos. É o que nos inspira – escutando pessoas re-re-interpretando o que nós fizemos da mesma maneira que nós re-interpretamos BLACK SABBATH e todos os outros daquela linhagem. Vocês cospem novas coisas na nossa cara, e isso nos mantém com pés no chão e frescos. Nós somos todos apenas fãs de música, e a razão de que fazemos o que fazemos é porque amamos a música. Estamos sempre escutando novas coisas e tentando manter nossas habilidades no seu melhor. E eu diria que apenas estando num ambiente musical que continua se reinventando e se estimulando que seria o que nos inspira. Nós estamos fazendo isso por muito tempo. Existiram tantos altos e baixos e dinâmicas diferentes nas nossas relações. E eu acho que o que realmente está inspirando a gente nesse momento é que estamos todos juntos, nos divertindo. Como você pode ver, não tem nenhum psiquiatra por perto – não tem mais toda aquela merda acontecendo. Phil Towle disse que todo o tempo daquele trabalho que estávamos fazendo três ou quatro anos atrás seria para aparecer no nosso próximo álbum, não o ‘St. Anger’. E é verdade – todo dia indo para o estúdio compor e vendo esses caras, é divertido de novo. Não é tipo, ‘Agora tenho que brigar com James Hetfield todo dia’,sabe o que quero dizer? E está transparecendo em tudo – o jeito que estamos tocamos no palco e toda a vibração.

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James Hetfield: Yeah, com certeza. O fato de não sabermos o nosso potencial, e que ainda estamos lutando pela aquela última coisa – ‘nunca satisfeito’ é ao mesmo tempo uma maldição e uma bênção, sabe? A próxima música que você compõe sempre será a melhor da sua carreira. E bandas como a sua estão nos fazendo lembrar das raízes de onde viemos. Também, estando junto com Rick Rubin, outra entidade. É como ‘Imagine se o METALLICA fizesse um álbum com o Rick Rubin? Whoa, como seria?’ Temos várias coisas não gravadas, e não sabemos para onde podemos ir até tentarmos. Também quando você avança na sua vida, você escuta música diferentemente de quando era mais novo. Músicas de tempos atrás adquirem um novo significado e o inspiram de uma nova maneira – especialmente as letras.

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M. Shadows: Como ter uma família mudou a sua vida na estrada?

James Hetfield: Mudou muita coisa. Apenas o fato de estar fora por longos períodos de tempo, eu não consigo. Eu não vou fazer isso. Não vou perder os meus filhos crescerem, entende? E se estamos viajando – como o Download Festival que é no aniversário da minha filha, nós estamos pegando ela na escola cedo e trazendo pra comemorar. Coisas como essa que são muito importantes – você não tem uma segunda chance. Isso não quer dizer que os shows estarão sempre aparecendo, mas existe uma prioridade. E é ter todos eles vivendo juntos... sério, apresentar eles à banda foi muito importante. Entende, ‘Família encontrando com a banda! Banda encontrando com a família! Vocês viverão juntos, então tratem de se dar bem.’ Então está indo tudo muito bem. E o fato do Lars e eu estarmos juntos no fato de termos crianças, a necessidade de um tempo livre e as prioridades – está sendo o fator salvador dessa banda. Eu acho que se fossemos muito diferentes nessa questão, seria muito difícil de fazer alguma coisa (risadas).

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Lars Ulrich: Isso, antigamente era METALLICA, e agora é família e METALLICA. Como James disse, também tem nos ajudado na nossa relação, porque nossos filhos são exatamente da mesma idade. Nós temos várias diferenças – as coisas que compartilhamos é o METALLICA e a família – então pequenas coisas como essas podem nos ajudar a coexistir , e faz o METALLICA ser melhor. Apenas duas semanas atrás, antes de virmos para cá, nós fizemos um pequeno churrasco do Memorial Day. O filho dele e o meu filho estavam jogando "air hockey" juntos, e eu estava tipo, ‘Wow, isso é realmente legal – as crianças estão se dando bem!’ o fato delas poderem coexistir no mesmo espaço faz tudo ser mais fácil. Você perguntou sobre a vida na estrada, e obviamente os dias que duravam dois anos, bebedeiras sem fim, com infinitas strippers e prostitutas e toda aquela porcaria – é tudo diferente. Naquele tempo, era tudo sobre estar na estrada por mais tempo possível – tipo ‘Eu não quero ir pra casa! Eu quero ficar aqui e transar toda noite!’ E agora é tipo, duas ou três semanas no máximo, e temos que voltar e lidar (com a realidade). Quando eu era da sua idade, eu era do tipo, ‘Porra, ter crianças? Ugh!’ Mas eu me orgulho em dizer que nós temos crianças e ainda podemos tocar rock mais pesado do que nunca no palco. Eu sei que é um clichê, e eu sei que pode soar bobo para um cara de 19 anos, mas nós estamos tocando mais pesado agora e melhor.

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Sobre Vitor Rangel

Um carioca apaixonado pela boa música que no momento está cursando o 5º período de Publicidade na PUC-Rio. Teve seu primeiro contato com o rock ainda na infância, quando sua irmã colocava os discos de Iron Maiden e Pantera no toca-fitas de sua casa. Nos últimos anos, tem se dedicado inteiramente à música e à guitarra. Sua banda favorita é Metallica e também é fã incondicional de Zakk Wylde, Steve Vai e John Petrucci. Escuta de tudo um pouco, desde Madonna até Sepultura. Espera que um dia o Metallica ainda venha fazer um show no Brasil e não tem vergonha em dizer que chorou no show do Black Sabbath, em 2004, no Ozzfest.
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