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X Japan: confira estréia da nova banda do ex-baixista

Por Emanuel Seagal
Fonte: JaMe Brasil
Postado em 18 de julho de 2009

A noite do dia 22 de junho começou como qualquer outra no WHISKEY A GO GO, com um set de bandas novas querendo ser notadas e uma multidão querendo se divertir. Porém, conforme a noite foi passando, o público começou a crescer e um sentimento de ansiedade aparecia, tanto nas bandas quanto nos fãs: a maior parte das bandas se apresentando naquela noite cresceu escutando as bandas dos membros do The Killing Red Addiction - o ponto alto da noite.

Os quatro integrantes do The Killing Red Addiction são veteranos da cena de rock indie do Japão e todos eles já passaram por bandas muito conhecidas. O vocalista Dynamite Tommy fez parte da banda COLOR, considerada uma das bandas fundadoras do visual kei. Desde então, ele se tornou o produtor de bandas como DIR EN GREY e o fundador e presidente do selo FREE-WILL. O baixista, TAIJI costumava fazer parte do X JAPAN, além de passagens por LOUDNESS e CLOUD NINE. KENZI também já está na ativa há algum tempo, como o baterista do KAMAITACHI e THE DEAD P☆P STARS e o vocalista do ∀NTI FEMINISM. Na guitarra estava TATSU, da popular banda de hardcore GASTUNK. Apenas algumas pessoas na platéia o conheciam, mas no fim da noite, a multidão vibrava por ele tanto quanto para os outros.

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Depois da performance de cada banda, era apresentada a seguinte, em uma contagem regressiva até chegar a vez do The Killing Red Addiction. O Lemon Drop Kick encerrou a contagem com um set breve, mas energético, e os roadies foram preparar o palco para o The Killing Red Addiction. Arrumar a grande bateria Pearl de KENZI, ajustar dois baixos de TAIJI e duas guitarras de TATSU e colocar os pedestais dos microfones nos lugares certos levou algum tempo. Cada momento pesava com a ansiedade do público e das bandas de abertura. O toque final para os trabalhosos ajustes foi uma grande lona azul colocada no meio do palco, fazendo todos pensarem por que ela estava lá.

Após alguns momentos tensos, as luzes se acenderam aos poucos, calando a platéia, e TAIJI desceu ao palco por uma escada lateral para começar o show. Com o rosto escondido por um capuz e por seus cabelos longos, ele começou um complicado solo de baixo que acabou virando The Star Spangled Banner. Depois do hino, ele determinou o passo de algo mais casual e complexo. Aos poucos ele foi diminuindo, e KENZI, usando um robe vermelho e um incomum saco de batatas na cabeça, apareceu no palco e foi até o microfone para falar, "Isso vai começar nosso show, mas costuma ser diferente. Nós não tocamos música. Somos um testemunho de nossa atitude. Nós podemos ter o mesmo estilo e podemos nos tornar um essa noite".

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Com isso, ele tirou o saco da cabeça e correu para a lateral do palco, onde roadies esperavam com lâmpadas fluorescentes extremamente longas. Enquanto esperavam pelo que ia acontecer a seguir, as reações da platéia foram da excitação à curiosidade enquanto eles imaginavam o que KENZI faria com as lâmpadas. Para aqueles que provavelmente já haviam testemunhado isso em vários shows do ∀NTI FEMINISM, foi apenas uma pequena surpresa; para o resto do público, pode ter sido chocante quando KENZI quebrou as três lâmpadas no próprio peito no meio do palco, espalhando vidro por todos os lados. Com grandes pedaços de vidro ainda em sua mão, ele a arrastou no peito arrancando sangue, antes de mordê-la e espalhar mais sangue pelo palco. Com vidro por todo o centro do palco, a proposta da grande lona azul ficou clara quando KENZI voltou para sua bateria e os roadies correram para tirar a lona com os cacos de vidro.

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Com a bateria agora se unindo ao baixo de TAIJI, TATSU apareceu com um chapéu coco e saltitando um pouco, e sua guitarra entrou no som. Finalmente, Dynamite Tommy apareceu usando tudo o que poderia escondê-lo: um blusão longo, um gorro, uma máscara cirúrgica e óculos escuros vermelhos que escondiam totalmente seus olhos. Tirando a máscara dramaticamente com um sorriso, ele deu início ao que seria o primeiro de muitos covers da noite além da introdução instrumental. A primeira música, Mokushiroku era da antiga banda de TATSU, o GASTUNK. Ela começou como um speed metal com bateria rápida e grandes técnicas de baixo e guitarra, antes de, aos poucos, se tornar um punk clássico com os vocais de Dynamite Tommy. Porém, antes da canção embalar, ela parou abruptamente após o que pareceu ser apenas um minuto de música.

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Após seus dois covers de músicas do GASTUNK, o The Killing Red Addiction seguiu para a próxima canção da noite, White Riot, do The Clash. A música deu a KENZI a oportunidade de mostrar seu incrível talento e seu estilo fora de tempo, enquanto ele tocava de forma ágil e sem medo, sem se importar em ficar parado – ele até chegou a ficar em pé na bateria em alguns momentos. Ao mesmo tempo, TATSU parecia estar se divertindo muito – talvez demais, já que ele estava se mexendo tanto que trombou com o segundo guitarrista, que estava atrás dele.

Logo depois, Dynamite Tommy começou o primeiro MC da noite, um discurso de pronúncia indistinta, parecido com seu estilo de cantar. Ainda assim, ele falou em inglês com uma pronúncia cuidadosa, apesar de alguns terem dificuldade em entender o que ele estava dizendo: "Prestem atenção nas palavras. Meu inglês não é bom. Vocês conseguem ouvir? Obrigado!".

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Em uma pausa para esperar a resposta, os fãs gritaram e, quando se acalmaram, Dynamite Tommy continuou, "Essa música tem muitos problemas no Japão. Por favor, prestem atenção". Ainda se divertindo muito, TATSU foi para a frente, tocando por cima do MC de Dynamite Tommy, parado apenas pela ordem deste último, "Ei! Por favor, preste atenção".

Após se repetir mais algumas vezes, Dynamite Tommy fez o brincalhão TATSU voltar ao seu lado do palco, e continuou o MC apresentando o cover seguinte, "Essa foi feita no mês passado. É ótima, porque eu quero tocar uma ótima música. Estão prontos? Theme of the Timers!".

Os The Timers foram uma controversa banda japonesa de rock dos anos 80 cujo álbum e canções foram banidos da televisão e do rádio por seus temas anti-guerra e anti-poder nuclear. Theme of the Timers por sua vez, era inspirada no (Theme of) The Monkees, do The Monkees. Ela começou lenta, cantada em um tom baixo, mas logo ganhou ritmo e se tornou a música cativante que deveria ser. Dynamite Tommy tropeçou um pouco nas palavras "We’re the Timers", mas logo riu e se recuperou. A música foi curta, mas, apesar disso, os fãs não desanimaram nem um pouco, já que agora era a vez de TAIJI dizer algumas palavras. Falando com uma voz rouca devido a uma gripe, suas palavras para os fãs foram breves, mas os gritos por ele foram os mais fortes até então, acompanhando o solo de baixo que veio a seguir.

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Confira o restante da matéria neste link.

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Sobre Emanuel Seagal

Descobriu o metal com Iron Maiden e Black Sabbath até chegar ao metal extremo e se apaixonar pelo doom metal. Considera Empyrium e X Japan as melhores bandas do mundo, Foi um dos coordenadores do finado SkyHell Webzine, escreveu para outros veículos no Brasil e exterior, e sempre esteve envolvido com metal, seja com eventos, bandas, gravadoras ou imprensa. Escreve para o Whiplash! desde 2005 mas ainda não entendeu a birra dos leitores com as notícias do Metallica. @emanuel_seagal no Instagram.
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