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Megadeth: "Eu e Glen que escolhemos o Chris!", diz Shawn

Por João Vitor Hatum de Mendonça
Fonte: Rust In Page
Postado em 04 de setembro de 2009

Kevin Stewart-Panko do site Hellbound.ca conduziu recentemente uma entrevista com Shawn Drover. Confira alguns trechos abaixo.

Hellbound.ca: Seu irmão [Glen Drover] deixou a banda. Da sua perspectiva, estando em uma banda com seu irmão, qual o impacto que isto teve em você?

Drover: Eu odiei, mas quando percebi que esta era a coisa certa a se fazer pra ele, eu o apoiei. Claro, eu sinto falta do meu irmão. Nós sempre nos demos muito bem e basicamente tocamos juntos nas mesmas bandas a vida inteira, exceto por alguns pequenos períodos, como quando ele esteve no King Diamond por três anos. Inicialmente, eu fiz de tudo pra fazê-lo mudar de idéia. Depois percebi que esta era a coisa certa a se fazer. Ele elegantemente se retirou e o fez na hora certa. Nós tínhamos uma pausa de 11 semanas antes de começarmos a turnê na Europa. Ele tinha uma escolha: aguentar a turnê no resto do mundo e então dizer que não poderia mais ou sair naquele momento. Nós conversamos sobre isto e ele disse que não poderia continuar. Ele não poderia dar 100% e eu entendi isto e respeitei. Com isto, quando tudo aquilo acabou, nós tínhamos que encontrar um guitarrista. No fim das contas, eu e Glen fomos quem escolheu Chris [Broderick]. Tínhamos uma lista muito pequena de pessoas que conhecíamos que poderiam, em primeiro lugar, tocar as músicas e em segundo lugar, que fossem pouco problemáticas. Há todas estas bobagens que vêm com os músicos às vezes, como a pessoa ter um grande ego ou gostar de cheirar formigas ou qualquer outra coisa. Você quer alguém que seja o menos problemático e Chris era o cara e dentro de 24 horas depois da saída de Glen, Chris estava na banda. Ele veio e falou com Dave e foi tudo muito rápido. Mas isto aconteceu por causa de mim e Glen recomendarmos Chris. Tudo deu certo, mas com certeza foi difícil

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Hellbound.ca: Você já teve que levar em consideração em algum momento ao longo dos anos este tipo de decisão familiar?

Drover: Não, porque minha situação é diferente. A única razão de Glen ter decidio fazer isto foi porque ele tinha um menino muito novo. Quando ele se juntou ao Megadeth, seu filho estava com apenas dois anos e com o tempo dois e meio ou três, e ele realmente sentiu falta de estar com seu filho e isto o consumia. Foi muito difícil, perceber que ele tinha apenas um filho - o único filho que ele terá - e ele só tem uma chance de ver seu filho crescer e ele não estava bem com isto. Meus filhos são crescidos, então minha situação é completamente diferente.

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Hellbound.ca: Continuando, o novo álbum foi gravado no estúdio Vic's Garage?

Drover: Sim, o Vic's Garage foi construido no sul da Califórnia, no norte de San Diego que é onde James [Lomenzo] e Dave moram. Chris mora perto de L.A. Eu sou o único que mora fora do estado. Mas sim, tivemos o estúdio construido exatamente para isto, gravar o "Endgame", e para gravações futuras também. Também tínhamos uma grande área de depósitos e ensaios; é meio que um lugar multi-uso e foi realmente uma jogada muito esperta de Dave porque sempre que você vai ensaiar em L.A., você tem que ir ao prédio de ensaio e isto lhe custa o olho da cara e isto é um pé no saco porque você depende das pessoas que são donas do prédio para saber quando o prédio está disponível. É a mesma coisa com o estúdio onde você depende do horário. Agora estamos em uma situação diferente e com uma atmosfera tranquila para as gravações do disco e este é o nosso espaço. Estou muito feliz que ele tenha feito isto, no fim das contas se tornou algo muito legal e obviamente iremos usá-lo no futuro porque é o nosso estúdio.

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Hellbound.ca: Como as coisas acontecem do ponto de vista logístico quando vocês querem se reunir para compor ou ensaiar?

Drover: Estou a um avião de lá. Estou a quatro horas de distância. Então, caso precise, é só organizar as coisas na gerência e tudo mais e você vai. É bem fácil. Várias bandas hoje em dia não vivem exatamente no mesmo local e elas funcionam. É extremamente mais fácil do que em 2004 quando Dave era o único que vivia na California. Glen estava em Toronto, eu em Atlanta e James [MacDonough] vivia na Flórida. É com certeza bem mais fácil ter três caras da banda vivendo na mesma área.

Hellbound.ca: Até aqui, a reação, discussões online e até alguns comentários que Chris fez em entrevistas mencionam que o novo diso tem uma pegada mais old-shcool. Eu estava me perguntando qual sua influência na direção que o novo disco tomou?

Drover: Sabe de uma coisa cara? É apenas um punhado de música de metal. Se as pessoas acham tudo isto, num bom sentido, e isto as fazem feliz, então é ótimo e eu estou com eles. Nós não fomos lá e falamos, "Ok, temos que fazer esta música soar como algo do 'Peace Sells'" e coisas do tipo. As coisas sairam assim e isto dá a impressão às pessoas de que lembra este ou aquele disco, então é ótimo. Mas não fomos lá com esta intenção. Apenas queríamos ir lá e fazer o melhor disco que podemos e espero que o consenso seja positivo. Os que ouviram o disco até agora, a maioria das reações têm sido muito positivas e estou grato por isto, mas não temos uma fórmula específica.

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Sobre João Vitor Hatum de Mendonça

Nascido no interior de São Paulo em 1988, hoje graduado no curso de Bacharelado em Ciência da Computação, fanático por Rock e Heavy Metal desde pirralho, sendo, hoje, um dos responsáveis pelo site Rust In Page e criador do blog Inside Loud. A paixão pelo Rock surgiu lá pelos 10 anos de idade com um álbum do Aerosmith e, desde então, teve (e ainda tem) entre seus músicos e bandas favoritas nomes como Iron Maiden, Judas Priest, Megadeth, Rush e Van Halen. Mas, independente de rótulos e conceitos pré-definidos, seu gosto musical viaja desde o som mais pesado de um Carcass, até os experimentalismos de um Mr. Bungle e o som mais moderno de um Stone Sour, apenas ouvindo o que lhe agrada e soa bem aos ouvidos. Hoje, além de trabalhar na área de Computação e ser um 'músico' casual, despende parte de seu tempo no blog Inside Loud, em homenagem a uma de suas maiores paixões: a boa e velha música.
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