Pantera: o luxo da turnê sul-americana com o Kiss em 1997
Por Nacho Belgrande
Fonte: Playa Del Nacho
Postado em 29 de novembro de 2013
Em sua autobiografia, OFFICIAL TRUTH: 101 PROOF -THE INSIDE STORY OF PANTERA, o baixista REX BROWN, como não poderia deixar de ser, relata vários episódios cômicos – e alguns trágicos – ocorridos durante as diversas voltas ao mundo que a banda deu. Nos parágrafos abaixo, o músico narra sua experiência com o luxo e a riqueza que cercaram o Pantera em uma turnê pela América do Sul [que excluiu o Brasil] com o KISS em 1997.
[...]
A turnê de divulgação de ‘Trendkill’ também nos levou de volta à América do Sul durante 1997, dessa vez com o KISS, que eram heróis para mim e Dime, e estávamos no auge de nossas carreiras. O KISS sempre vendeu muito bem por lá e na posição onde você quer números significativos, eles queriam a maior banda de abertura que conseguissem ter, e nesse caso, era o Pantera. Nós não vimos muito com os caras do KISS, exceto por algumas noites quando fomos todos até o Hard Rock Café em Buenos Aires, Argentina.
Aquela era uma turnê sem álcool para eles porque Ace estava de volta, então eles não saíam muito e nem nós, mas enquanto as razões deles para não saírem se baseavam na abstinência, as nossas se tratavam da possibilidade de causar caos e carnificina fora das quatro paredes do hotel. Então, só ficávamos no bar do hotel ou em quartos do hotel que tivessem um bar.
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Eu nunca vou me esquecer do meu quarto em Santiago, Chile, no [hotel] Intercontinental. Quando eu abri a porta pela primeira vez, um cara vestido com um smoking esquisito pega minhas malas e começa a pendurá-las no closet, e eu só pensando, "que porra é essa?"
Cá estou eu em Santiago e tenho esse puta quarto dividido entre tudo quando é tipo de áreas diferentes para café da manhã, sala de estar, quarto de dormir, e daí outra área tinha um arranjo gigante de frutas e um monte de garrafas de vinho, tudo organizado para mim pela [filial da gravadora] Warner Brothers Chile, E tem esse cara. Que viagem! Depois de ele guardar todas as minhas coisas, esse cara ainda está ali, parado, de pé.
Daí eu telefonei pro [roadie de Rex] Jeff [Dudd] e disse, "Mano, vem pro meu quarto. Tem um cara aqui, parado." E ele responde: "Como assim?"
"Eu não sei, ele só tá ali, parado de pé, parece que ele quer uma gorjeta ou algo do tipo", eu disse a ele. Daí Jeff vem e nós dois olhamos pro cara e perguntamos, "E aí, mano, o que é que você FAZ na real?"
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"Ah, eu sou seu mordomo pessoal", o cara diz, daí eu mando, "Porra! Bem, vai pegar uma garrafa de Jack Daniels pra gente e começa a servir. Manda descer, baby!"
E foi isso que ele fez. Na verdade, ele fazia tudo que quiséssemos. Se quiséssemos algo pra comer, ele ia e pegava. Ele lavava nossas roupas e tudo mais. Era louco demais. Nos divertimos muito com esse cara no fim das contas e acabou que todos os outros caras também tinham cada um seu próprio mordomo.
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