Bebel Gilberto: "Quando conheci o Cazuza, todos fazíamos loucura"
Postado em 17 de agosto de 2014
Em entrevista a Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, em agosto de 2014, Bebel Gilberto comentou, entre outros temas, sobre a amizade com Cazuza. Leia alguns trechos abaixo.
CAZUZA ONTEM
Quando conheci o Cazuza, todos fazíamos loucura. Mas ele não era tudo isso que as pessoas dizem.
Você chegava na casa dele e o Cazuza tava lendo Nietzsche, já tinha ido à praia, ele comia camarão com chuchu, sabe? Era extremamente bem informado, viajado, intelectual mesmo. É triste só ligarem ele à coisa de ser porra louca. A doença [Aids] criou esse rótulo doidão. Não tem nada a ver com a qualidade da música dele, do grande amigo que ele era, o grande protetor, irmão, que na madrugada ia te levar de carro em casa. Quem leva alguém às 4h hoje? Ele ficava com medo que eu dirigisse e me levava, olha que fofo?
A gente passava na padaria Ipanema, pegava um pão que tava saindo, ia pra casa. Sim, ficávamos acordados a noite inteira. Mas a gente tomava café da manhã, dormíamos três horas e íamos pra praia de novo. Ressaca. Eram outros tempos, era muito, muito legal, era outra vida.
CAZUZA HOJE
Ele seria que nem eu: animado, feliz, querido. Um pouco mais calmo, talvez. Quem é inteligente, né [se acalma depois de certo tempo]. Ou não vive.
Se não tivesse tido um Cazuza na minha vida, eu provavelmente teria sido um pouco mais catita, como dizem. A gente virou meio irreverente. Não perde tempo. Não passa a tarde com quem não tem nada a ver com a gente. Não dá pano pra manga. Fala a verdade na cara. Mentiras sinceras me interessam.
A entrevista pode ser lida na íntegra no link abaixo.
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