Opinião: A sofisticação do Led Zeppelin
Por Agamenon Magalhães Júnior
Fonte: O livro de Mick Wall.
Postado em 16 de janeiro de 2018
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Tenho uma teoria sobre o sucesso do Led Zeppelin: acho que o grupo inglês fez tanto sucesso porque soube se renovar, evoluir com o decorrer dos anos. Claro que não faltaram talento, genialidade e inspiração; entretanto, seus integrantes não se acomodaram com a ideia de repetir a própria fórmula de sucesso. A cada álbum lançado, eles "rasgavam" a bula e se obrigavam a recomeçar um trabalho com experiências diferentes.
Do primeiro álbum ao último, a música do grupo, em sentido ascendente, se sofisticou a ponto de fazer história em outros gêneros musicais. A marca do Led se encontra do rock’n’roll ao blues, passa pelo reggae e, não fazendo por menos, mostrou personalidade no pop – tudo isso sem perder seu som poderoso e inconfundível.
O último álbum da banda (lançado antes da morte do baterista John Bonham), In Through The Out Door, revela o grau de sofisticação ao qual o Led chegara. À época, as estrelas da banda passavam por um momento difícil. O vocalista Robert Plant se recuperava do impacto da morte de seu filho Karac; e o guitarrista Jimmy Page tentava se livrar do vício da cocaína. Por isso, a direção musical do álbum foi ditada pelo baixista John Paul Jones.
O ponto alto deste trabalho está na curiosa faixa "Fool In The Rain". A música, inspiradíssima, traz em si uma característica fundamental do Led: a fusão de gêneros numa mesma canção, dando a ela traços únicos. Está tudo ali, num caldeirão sonoro: a batida precisa e inconfundível de Bonham; o teclado, lá pelas tantas, sugere uma influência caribenha e (por causa duma visita de Page ao Brasil meses antes) tem até uma inesperada "batida de escola de samba carioca" (com som de apito e tudo). O que a música tem de surpreendente também tem de bonita. Um mosaico transformado em arte.
Gravação primorosa também se fez em "All My Love". Balada tão excitante que parece um sussurro da poesia. Até acho que ela rivaliza com "Stairway To Heaven" em lirismo: ela tem elementos fortes do pop, a voz sensual (às vezes erótica) de Plant, a guitarra discreta de Page e um teclado que não excede a linha do bom gosto.
"I’m Gonna Crawl" fecha o álbum com chave de ouro. Eu a considero a faixa mais contemporânea. Um blues moderníssimo e cheio de vida. Aliás, ele contém gás suficiente para se manter "incendiário" entre as paradas mais juvenis. Gosto aqui do toque delicado da guitarra de Page.
A arte da capa do álbum é uma das mais bonitas na discografia da banda. Em tons de sépia com uma pincelada levemente colorida, retrata um bar decadente em Nova Orleans visto por alguém pelo lado de fora (a mancha representa o lugar em que se passou a manga da blusa para enxergar melhor).
In Through The Out Door é o canto do cisne do Led, álbum que ainda hoje serve como padrão de arte musical.
Agamenon Magalhães Júnior é ensaísta e professor.
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