A música mais pesada que existe não tem Ozzy Osbourne, do Black Sabbath, nos vocais
Por Marcos Ráinier de Sá
Postado em 25 de abril de 2020
Certa vez um amigo de longa data pediu ajuda para despertar e me enviou uma mensagem que dizia "me passa a música mais pesada que existe, quero ouvir para acordar". Em poucos segundos respondi sem pestanejar, a música mais pesada que existe chama-se "Black Sabbath", mas em uma versão ao vivo sem Ozzy Osbourne nos vocais. Sim, você leu certo.
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O BLACK SABBATH como todos sabemos é o principal nome quando falamos do nascimento do Heavy Metal setentista. Seu peso e obscuridade deram ao Rock Pesado uma nova face sem precedentes, que aliados a outros nomes da época (como o DEEP PURPLE, que deu velocidade ao Metal), criaram a base que influenciou o Heavy Metal em sua década mais importante, os anos 80. Dentre os elementos que tornavam o BLACK SABBATH tão singular podemos citar o peso da guitarra de Tony Iommi, as letras que pareciam ter saído de um conto de terror e a voz de Ozzy Osbourne, que trazia uma angústia e desespero perfeitos para a temática proposta pela banda. Toda essa atmosfera foi entregue ao mundo na faixa-título que deu nome a banda e a seu primeiro álbum, "Black Sabbath". Perfeita do início ao fim, mas seria possível torná-la melhor? A resposta é sim, e o próprio SABBATH fez isso.
Como muitos sabem, Ozzy foi despedido da banda no fim da década de 70 sendo substituído pelo fenomenal Ronnie James Dio, ex-ELF e RAINBOW, que deu nova sonoridade a banda e nos presenteou com o excelente "Heaven and Hell" (confesso não gostar muito do "Mob Rules"). Dio saiu da banda e para substituí-lo outro nome de peso foi escolhido, o ex-DEEP PURPLE Ian Gillan (sua contratação tem uma história para lá de bizarra, mas é assunto para outra hora).
Com Gillan o BLACK SABBATH gravou apenas um álbum de estúdio, denominado "Born Again". O disco é amado e odiado com a mesma intensidade. Eu mesmo confesso que demorei anos para admirar o disco, sendo que hoje a sua versão demo (sem mixagem, farei uma resenha a respeito) é o meu disco de Metal preferido. Como é de se imaginar, o SABBATH continuou tocando seus clássicos da primeira fase com Gillan nos vocais (e também tocava "Smoke on the Water", diga-se), e numa gravação ao vivo nesta fase me deparei com a música mais pesada que já ouvi: "Black Sabbath" ao vivo, com Gillan.
Certamente muitos vão dizer que é impossível cantar a música melhor que Ozzy, ou que existem milhares de músicas mais pesadas, porém o peso que falo não são vocais guturais ou guitarras extremamente rápidas, peso para mim é o clima criado por uma música.
Se Ozzy parece cantar a música do inferno, Gillan foi até lá brigar com o Diabo e voltou para contar a história. Ele não só encarnou a música, como a colocou em outro patamar, com gritos e risadas que parecem ter saído do mais sombrios filme de terror (ou das profundezas da Terra, vai saber). Para completar, a guitarra de Iommi parece estar mais pesada do que nunca (a into e solo nesta versão são estrondosos), e o fato de saber que tudo aquilo estava sendo feito em um palco me faz pensar no quão impactante e assustador foi presenciar isto tudo ao vivo (eu vi "Black Sabbath" ao vivo com Ozzy, importante ressaltar).
Senhoras e senhores, irei morrer afirmando que está é a música mais pesada que existe.
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