Controlled Test Environment: Entrevista com o vocalista Julio Castro
Por Maicon Leite
Postado em 30 de maio de 2020
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A banda gaúcha CONTROLLED TEST ENVIRONMENT está despontando na cena gaúcha com um novo single nas plataformas digitais, apresentando a nova formação e já anunciando o lançamento de um EP para os próximos meses. Transitando entre o Alternativo, Metal e o Post Hardcore, a banda foi formada na Grande Porto Alegre no segundo semestre de 2018, por Jorge Martins (guitarra) e César Trajano (bateria). Na busca por vocalista fazem uma versão para "Army of Me", da cantora Björk, com a intenção de atrair músicos interessados em desenvolver um trabalho autoral mais experimental. A versão de "Army of Me" é lançada no final de 2019 em todas as plataformas digitais, dando ideia do norte que a banda seguiria em sua sonoridade.
Das audições selecionam Julio Castro, que passa a assumir os vocais do CONTROLLED TEST ENVIRONMENT, apresentando sua estreia em 26 de março, com o lançamento do single "Time Decode". Ao longo de seus quatro minutos a banda procura expressar sua concepção. Durante o processo de gravação do single o baixista James Pugens é integrado ao grupo, sendo logo substituído por Miguel Machado, integrante do Âmbar. Conversamos com Julio para saber quais serão os próximos passos do grupo, mesmo diante da pandemia que tem assolado o mundo e atrasado o trabalho de centenas de bandas.
O CONTROLLED TEST ENVIRONMENT já chama a atenção pelo seu nome, bastante distante dos "clichês" do Metal, e que reflete também em sua sonoridade. A primeira coisa que fiz quando conheci a banda foi associar à música e temática do Fear Factory, com a música "Self Bias Resistor". Como surgiu essa ideia de nome?
Julio Castro: Queríamos ter a possibilidade de testar coisas diferentes, sem interferência externa. Se a vontade fosse fazer eletrônico, faríamos, sem se preocupar com avaliações externas. É o nosso ambiente de teste controlado.
O som do CONTROLLED TEST ENVIRONMENT engloba várias sonoridades, transitando entre o Alternativo, Metal e o Post Hardcore. Sendo um trio, é mais fácil administrar as influências e jogar tudo num liquidificador sonoro até chegar ao som ideal?
Julio Castro: Não, para nós é mais complicado. Se você se identifica com um gênero específico já sabe de onde partir, já sabe o que quer apresentar. A gente nunca sabe como uma música vai ser.
Complementando a questão anterior, nota-se também, no seu caso, uma influência vinda do Metal Melódico, como o Angra. Embora tal influência não seja notada no som, acaba fazendo parte do teu background. E o que mais poderíamos encontrar numa playlist tua hoje em dia?
Julio Castro: Graças ao nosso guitarrista (Jorge Martins) eu acabei conhecendo várias bandas novas e algumas que eu acabei escutando pouco e não dando tanta atenção que mereciam, que talvez passariam despercebidas por mim e que em pouco tempo ouvindo me conquistaram e muito me influenciam hoje em dia, como o TesseracT, Soen, Tool, Reckoning Hour e etc! Em questão de bandas que eu mesmo descobri e eu acabei amando vai de Ghost, Falling In Reverse, Tierramystica, DragonForce, Noturnall! Varia muito do momento também! Tem vezes que gosto de entrar no Spotify e escutar Mayhem e vezes que escuto Bebe Rexha! Independente do estilo, se eu gostar eu adiciono nas minhas Playlists sem problemas!
Ouça o single "Time Decode" no Youtube:
O Rio Grande do Sul é conhecido principalmente pela cena do Metal Extremo, notoriamente focada no Death e Black Metal, com alguma abertura para outros estilos. O CONTROLLED TEST ENVIRONMENT segue uma linha totalmente oposta de tudo. De que forma vocês pretendem se destacar entre estes nichos? Há uma preocupação com isso ou deixarão tudo rolar naturalmente?
Julio Castro: A gente se relaciona bem com isso, death metal está na nossa formação, a afinação que utilizamos é total influência do Heartwork do Carcass, faz parte de alguma forma do resultado. Mas concordamos que realmente não soamos nem próximos a esses estilos.
Antes de lançar seu primeiro single oficial, a banda gravou uma versão para "Army of Me", da cantora Björk, com o objetivo de atrair músicos para o projeto, o que culminou com a sua entrada. Sei que antes do CONTROLLED TEST ENVIRONMENT você liderava um tributo ao Ghost como vocalista. Antes disso, quais foram suas experiências musicais?
Julio Castro: Infelizmente ou felizmente a Controlled é minha primeira (Espero que seja a única) banda autoral! Algumas músicas que estamos compondo têm letras 100% minhas. O que é um grande desafio que eu muito agradeço aos caras por me darem a liberdade de cantar o que eu mesmo acredito quando escrevo! Sempre tive projetos de bandas covers como Ghost, Iron Maiden e Joy Division que acabei deixando de lado pelo sonho de ter uma banda autoral!
O lançamento do single "Time Decode" coincidiu justamente com o início da crise da pandemia aqui no Rio Grande do Sul. No que isso interferiu nos planos da banda naquele momento e como vocês tem lidado com a situação atualmente?
Julio Castro: Repensamos muito se seria o momento certo, mas tivemos um retorno surpreendente de Army Of Me quando lançamos nas plataformas digitais. Estávamos percebendo que podíamos perder esse aquecimento e atenção que vínhamos recebendo, acabamos lançando. Mas o lançamento do EP ficou prejudicado, embora estejamos trabalhando muito nele, as gravações finais não tem previsão de ocorrer.
Durante o processo de gravação do single a banda adicionou ao line-up o baixista James Pugens, que tão logo que foi oficializado, abandonou o posto. Neste meio tempo, a banda já oficializou a entrada de Miguel Machado, integrante do Âmbar. Como rolou esse processo? Miguel fará parte apenas das gravações do EP ou, assim que tudo se normalizar, fará parte do line-up para shows?
Julio Castro: James está priorizando a família no momento, o que respeitamos e desejamos o melhor a ele. Miguel encontramos pelo You tube, além de uma ótima performance como músico, o timbre do baixo dele é o que estávamos buscando. Fizemos o convite, ele topou participar do EP, mas não sabemos do futuro. Miguel tem aspirações profissionais que podem levá-lo para fora do RS.
Com todos os shows adiados, as bandas tem buscado nas lives uma forma de se manter integradas com seu público. Você concorda com as lives onde todos os integrantes tem se reunido no mesmo local ou acha algo inconsequente em tempos onde o isolamento social tem se mostrado a arma mais eficaz contra a COVID-19?
Julio Castro: É um caso delicado. Vimos o Katatonia cobrando 10 dólares pela sua live. É uma banda que investiu tempo e grana no álbum novo, talvez dependam disso. É complicado julgar no momento.
Apesar da pandemia, o que vocês tem planejado para os próximos meses? Há chances de termos em mãos novo material?
Julio Castro: O lançamento do EP ficou prejudicado, estamos trabalhando nele, mas as gravações finais não tem previsão de ocorrer. Talvez no fim do ano se tudo isso passar!
Por fim, como tem sido a adaptação dos integrantes perante esta crise que se abateu sobre o mundo? O que isso tem afetado vocês pessoalmente e que lições podemos tirar disso tudo?
Julio Castro: No momento a maior preocupação é a sobrevivência e que todos saiam bem disso, que além da ameaça da doença ainda tem que lidar com um estado ineficiente. Infelizmente nem todos da banda podem ficar em casa, é uma situação tensa, porque antes de ser uma banda somos uma família. E sobre as lições, acho que não acabou ainda para termos conclusões, vai no ensinar muita coisa ainda.
Ouça o single "Time Decode" no Spotify:
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