Ratos de Porão: por que as letras do clássico álbum "Brasil" seguem tão atuais
Por Igor Miranda
Fonte: Meteoro Brasil
Postado em 13 de março de 2021
O Ratos de Porão chegou a outro patamar com seu quarto álbum de estúdio, intitulado simplesmente "Brasil". Lançado em 1989, o trabalho não só refinou a pegada crossover thrash da banda como, também, trouxe letras bem pontuais sobre o que acontecia em nosso país naqueles tempos de redemocratização.
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Mais de 30 anos se passaram e muitos fãs consideram que as letras de "Brasil" seguem bastante atuais. Em entrevista ao canal Meteoro Brasil no YouTube, João Gordo abordou esse assunto e buscou explicar por que nada parece ter mudado no país. As falas foram transcritas pelo Whiplash.Net.
O gancho para o assunto foi a letra de "Retrocesso", com a leitura do trecho: "Cuidado com o poder do regime militar; O tempo vai retroceder e o DOI-CODI (órgão de repressão do regime militar) vai voltar no Brasil".
Inicialmente, João Gordo declarou: "Cada disco do Ratos mostra um período político. Esse período de 1989 era bem na época da superinflação, pré-Collor, Plano Bresser, essas coisas doidas".
O vocalista destacou que não há nada de profético nas músicas do álbum "Brasil", diferentemente do que muitos dizem. "Aí você fala: 'pô, o cara é profeta'. Profeta nada, o Brasil é que não muda. Se mudou, mudou para pior - muito pior", comentou ele, mencionando faixas como "Retrocesso", "Amazônia Nunca Mais" e "Farsa Nacionalista".
Há um aspecto ainda mais contemporâneo da música "Farsa Nacionalista", de acordo com João. "A 'Farsa Nacionalista' foi feita para os carecas do subúrbio, trogloditas e ignorantes. São os bolsominions de hoje. Até as músicas que não tinham muito sentido naquela época agora fazem sentido no século 21. É muito louco isso daí", disse.
Gordo ressaltou a visão pessimista que sempre teve com relação a tudo que acontece no Brasil. "Nos anos 2000, eu fiquei otimista, mas de repente foi tudo... brasileiro é f*da. É bem corrupto, bem pilantra. Isso já vem da história do pau-brasil. O brasileiro é assim, não tem como mudar esse DNA", refletiu.
Na concepção do vocalista, o que acontece hoje no Brasil é "muito bizarro". "Isso é o apocalipse da Bíblia. 'Arrependei-vos, irmãos'", afirmou, citando a pandemia de Covid-19 e a forma como o governo brasileiro tem lidado com a doença.
A entrevista completa pode ser assistida no player de vídeo a seguir.
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