Dragonforce: cena metal nega a existência do racismo, segundo Herman Li
Por Igor Miranda
Postado em 07 de maio de 2021
O guitarrista Herman Li abordou a temática do racismo em entrevista ao Consequence. O integrante do Dragonforce, que veio de Hong Kong e morou na Europa por boa parte de sua vida, relatou experiências em que foi discriminado e atacado por ter origem asiática.
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Inicialmente, Li se recordou das experiências com o racismo na juventude, antes de fazer parte do Dragonforce. "Sempre tive um par de olhos adicional por trás da cabeça porque passei por isso. Alguém já colocou fogo no meu cabelo, aleatoriamente, sem provocação. Foi antes do Dragonforce, no Reino Unido. Eu era só um cara que tocava guitarra, ouvia metal e ia a bares de metal", afirmou.
O músico sabia que não poderia se envolver em brigas em função disso. "Não havia nada a se fazer, às vezes você não sabe o que fazer. Se você entra em uma briga com a pessoa, é você quem vai ter mais problemas", comentou.
Ele também lamentou o aumento dos registros de ataques violentos contra asiáticos, especialmente nos Estados Unidos, onde cresce um sentimento negativo com relação a esse povo devido à Covid-19. Recentemente, uma série de tiroteios em massa ocorreu na cidade americana de Atlanta, com asiáticos como alvos - seis das oito vítimas são asiáticas.
"Isso é terrível e me deixa mais preocupado. Passei por essas experiências, mas chegar ao nível de tiroteios? É terrível. Fico ainda mais preocupado, pois tenho uma filha de quase 2 anos. Em que tipo de sociedade ela vai crescer? É terrível e tudo está cada vez mais ampliado", declarou.
Herman Li e racismo no metal
Em outro momento da conversa, Herman Li falou sobre suas experiências com racismo na indústria musical. Sendo um guitarrista de metal, o integrante do Dragonforce relatou as situações sempre com base nessa cena - que, em sua visão, "nega o racismo".
"Lembro de fazer um show com o Atreyu, em um dia de folga durante o Ozzfest, e alguém me ameaçou, queria me bater depois que o show acabou. Não havia nenhuma razão real, foi na área fora do estacionamento", disse, inicialmente.
Li citou que "não há muitos guitarristas asiáticos, chineses menos ainda" e mencionou mais uma experiência. "Antes do Dragonforce ficar grande, eu recebia telefonemas em minha casa todos os dias, às vezes às 4h da manhã, às vezes às 19h, de alguém fazendo algum sotaque engraçado, me insultando e me passando trotes. Isso ocorreu por meses. Tive que envolver a polícia, mas não conseguiram rastrear o número", afirmou.
O guitarrista declarou que foi "capaz de canalizar essa energia para ficar mais forte e tornar o Dragonforce ainda mais bem-sucedido". Ele aponta, ainda, que a "cena metal nega o racismo".
"Acho que a cena metal nega o racismo dentro dela. Tenho tantas histórias insanas, mas nunca falamos sobre isso. Quando eu dou entrevistas, nunca sou perguntado sobre isso, porque acham que não existe", declarou.
A entrevista completa, em inglês, pode ser lida no Consequence. Outros músicos de origem asiática, como Mike Shinoda (Linkin Park), Kimberly Goss (Sinergy) e Saki (Amahiru), entre outros, também deram suas declarações sobre o assunto.
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