Guttroll: Fazendo seu próprio caminho no Metal nacional
Por Vicente Reckziegel
Postado em 04 de setembro de 2021
Se o seu chão é o Metal Extremo, você não pode deixar de prestigiar o trabalho do Power trio Guttroll, fortemente calcado no Metal old school dos anos 80, mas sem soar datado ou como uma simples cópia. O Guttroll tem personalidade própria, como pode ser comprovada nessa entrevista realizada com os membros da banda, Rafael Ojeriza, Alex Melo e Túlio Lobo. Confiram...
Vicente – Antes de tudo, nos fale um pouco sobre o início da banda. Como se deu a formação e chegaram ao nome Guttroll?
Rafael Ojeriza = Primeiramente prazer podermos trocar essa ideia com você Vicente. Muito obrigado pelo espaço destinado
Cara, nossa banda teve início de uma forma totalmente casual, em um festival de música na cidade de Petrópolis chamado Solstício do Som.
A última noite do evento é aberta aos músicos e público para fazerem jam e assim aconteceu nosso encontro, eu e Alex já havíamos tocado juntos em outras bandas e nos encontramos no evento, então chamamos um guitarrista e um baixista e assim tivemos a primeira apresentação da banda.
Devido a vibe que rolou naquela noite a gente pegou contato dos outros músicos e acabamos assim dando continuidade ao trabalho.
Depois a gente precisava de um nome pra banda e após várias e várias ideias, entendemos que precisávamos de um nome único, que não tivesse nada parecido. e assim chegamos ao nome Guttroll.
Gutt vísceras e roll de rolo e essa é a ideia de que nossa banda seja realmente um rolo visceral, tanto na sonoridade e apresentações.
Vicente – Vocês acabam de lançar o Single "Rules". Nos conte mais sobre ele, a gravação foi totalmente analógica, certo?
Alex Melo = Sim, gravação totalmente analógica.
Conhecemos o trabalho de Lisciel Franco em seu estúdio Forestlab por meio da internet e então aconteceu que quando estávamos compondo as músicas já discutíamos a forma que seriam gravadas e não tivemos dúvida nenhuma em gravar tudo de uma forma totalmente analógica.
Afinal os grandes discos de metal, aqueles que a galera bate cabeça de verdade todos foram feitos dessa forma, com um som tirado na unha, tirado no feeling na pressão de verdade, tocado a vera sem nenhuma firula ou modificação digital.
E a resposta que temos tido de fãs e pessoas que acompanham novidades do meio metal é exatamente a que queríamos, dizem que quando escutam nosso som, percebem que estamos ali sabe.
Isso ai não tem preço.
Vicente – A letra de "Rules" é forte, um grito de revolta contra o sistema vigente. O quanto são importantes as letras para o Guttroll?
Rafael Ojeriza = Ao menos atualmente não temos intuito de escrever letras abstratas, achamos realmente importante passar uma mensagem em nossas letras e também em nossos clipes.
Não queremos que todos concordem e achem que é aquilo ali que deve ser, mas que ao menos sirva como um despertar para alguns, sirva ao menos para que possamos discutir o motivo de nossas desigualdades atuais.
Vicente – E existe a expectativa de um disco completo a ser lançado ainda este ano. O que é possível adiantar sobre o mesmo aos fãs?
Alex Melo = Sim, nosso disco está finalizado, já estamos com a capa pronta e fizemos todos os ajustes legais necessários para lançamento.
Agora estamos em negociações com gravadoras.
O que é possível adiantar é que o disco terá 9 músicas inéditas e que estamos preparando também um clipe para que o pacote venha completo.
A ansiedade é grande tanto da gente quanto de todos que tem nos acompanhado, mas falta pouco, o certo é que até o final desse ano tudo vai acontecer.
Vicente – Como "Rules" se encaixa nesse trabalho?
Tulio Lobo = Rules foi a primeira composição da banda e por isso temos por ela um apresso enorme.
Vejo Rules como um cartão de visitas da banda.
Aquela música que vem pra abrir o caminho para as demais, vem com a pressão necessária para preparar o ouvinte para a próxima.
Vicente – Como vocês analisam o cenário do Metal nacional atualmente?
Rafael Ojeriza = O metal nacional está cada vez mais mostrando sua força, mostrando que a arte de verdade sempre sobreviverá.
Sempre olho pra trás e agradeço a nosso precursores, gente que abriu caminho em uma época bem mais difícil que a nossa, bandas como Sarcófago, Sepultura, Overdose, Volkana, Dorsal Atlântica, Morbid Death, Pus, Ratos de Porão, Krisiun, Torture Squad entre tantas outras que nos trouxeram até aqui.
Os festivais online de qualidade altíssima que temos assistido é de bater no peito com orgulho. Ver todo o movimento que está acontecendo é foda demais!
Vicente – Com a pandemia, todos os setores econômicos ficaram prejudicados, mas a música foi um dos maiores prejudicados. Como vocês analisam tudo que aconteceu e o quanto foi prejudicial à banda todo esse tempo sem poder tocar?
Tulio Lobo = O pior em toda essa pandemia foi ver tantas pessoas morrerem e tantas outras passando por necessidades.
Isso é triste e lamentável para nós como humanidade.
Em relação a banda acredito que tenhamos utilizado esse tempo sem apresentações de forma positiva, pois a gente continuou compondo, estudando e se dedicando. A Guttroll não parou na pandemia.
Mesmo que em dado momento tenhamos ficado cada um em sua casa, até que pudemos voltar a ensaiar.
O ponto pior de verdade para a banda foi a gente ficar fora dos palcos, pois lá que está a verdadeira adrenalina e isso ai faz falta sempre.
A proximidade com as pessoas, as respostas que temos ao vivo, isso é insubstituível.
Vicente – Qual foi a banda ou artista que os fizeram ter interesse na música, em trilhar o caminho sempre muito difícil de fazer música pesada no Brasil?
Rafael Ojeriza = Difícil falar de um ou outro artista, a gente quando é moleque começa geralmente ouvindo os clássicos, Metallica, Megadeth, Sepultura, Cannibal Corpse, Dorsal Atlântica, Nevermore, Exodus, Kreator, Morbid Angel, Iron Maiden, Anthrax, Black Sabbath, AC/DC, Led Zeppelin, Deep Purple, sinceramente nunca tinha pensado o quanto é difícil responder a essa pergunta pois se for enumerar a gente não para mais.
Em relação a fazer música pesada nunca achei difícil, difícil é viver dessa arte como é difícil com tantas outras.
Mas acredito sim que você fazendo um trabalho sério, com dedicação, com verdade naquilo que você se propõe, pode até demorar a acontecer, mas se a base for sólida e bem construída tem espaço para todos.
Vicente – Por fim, deixe um recado para todos que curtem ou querem conhecer mais sobre a banda.
Alex Melo = Primeiramente gostaríamos de agradecer a todos que de alguma forma nos ajudaram a chegar até aqui.
A Guttroll tem como DNA a honestidade, não estamos aqui brincando de bandinha, estamos trabalhando de verdade para entregar a nossos fãs a verdade tanto em nossas composições, letras e principalmente nosso som.
Nossa procura é poder olhar pra trás e nos orgulhar do que fizemos, sem ter dúvidas de que fizemos o melhor que podíamos fazer, sem nos envergonhar de nada!
Vicente muito obrigado meu irmão!
Esperamos você e todos os seus seguidores no mosh pit.
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