Billy Corgan conta como a fama do Nirvana prejudicou o Smashing Pumpkins
Por André Garcia
Postado em 08 de janeiro de 2023
No começo da segunda metade da década de 90, houve um intervalo de alguns anos entre a implosão do grunge e a ascensão do Radiohead ao estrelato. Nesse intervalo, o Smashing Pumpkins foi possivelmente o maior expoente do rock alternativo.
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Misturando a inquietação de David Bowie, o post punk do The Cure, o experimentalismo do Sonic Youth e a sombria sonoridade de Seattle, Billy Corgan brilhou como poucos. Em seu auge, ele empilhou prêmios desenvolvendo narrativas e pintando quadros musicais com suas composições.
Em 2021, seu álbum de estreia "Gish" completou 20 anos. Para celebrar a data, conforme publicado pela Far Out Magazine, Corgan deu uma entrevista para o podcast Why Not Now, onde, entre outras coisas, disse que foi negativamente afetado pelo sucesso estratosférico feito pelo Nirvana com "Nevermind".
"O Smashing Pumpkins tinha lançado um disco, que foi bem-sucedido, mas, quando fomos promovê-lo, o do Nirvana saiu. Todo mundo sabe que 'Nevermind' foi um álbum gigantesco, depois saiu o do Pearl Jam também, na mesma época, e eles ficaram gigantescos. De repente, deixei de ser alguém muito bem-sucedido em minha área, pois mudaram todas as regras em minha área. Tudo que eu tinha construído para ser e realizar já não era mais tão relevante. Eu entrei em uma depressão estranha, porque sentia não como se algo tivesse sido tirado de mim, mas a mudança me fez sentir inadequado de um jeito que eu não estava preparado."
Além de ter se sentido eclipsado pelo Nirvana, Billy Corgan já confessou sentir que, com o "Nevermind", a banda "roubou" seu som de guitarra. Para piorar, em 1991 Courtney Love o trocou por Kurt Cobain. Após o fim da banda, o Smashing Pumpkins conseguiu realmente fazer sucesso, após o lançamento de "Mellon Collie and the Infinite Sadness" (1995).
Apesar de tudo, Corgan considera Nirvana "a melhor banda dos anos 90", como já declarou em sessão de perguntas e respostas com fãs no Instagram.
Smashing Pumpkins
O Smashing Pumpkins foi formado por Billy Corgan em Chicago em 1988. Misturando o post punk gótico do The Cure e o vanguardista punk progressivo do Sonic Youth, foi relacionado ao movimento grunge em sua estreia com "Gish" (1991) e seu sucessor, "Siamese Dreams" (1993).
A partir de 1994, o grunge implodiu, arrastando consigo as bandas envolvidas com o movimento. O Smashing Pumpkins contrariou isso chegando a seu auge de popularidade com a ambiciosa opera-rock "Mellon Collie and the Infinite Sadness" (1995).
Se mostrando um fenômeno global, entre 1996 e 97 faturou prêmio de Melhor Artista Alternativo no American Music Awards; Melhor banda de Rock no MTV Europa Music Awards; e no MTV Video Awards levou Melhor Vídeo Alternativo com "1979" e cinco outros prêmios com "Tonight Tonight". Embalado, faturou Melhor Performance de rock pesado em 1997 com "Bullet with Butterfly Wings" e novamente no ano seguinte na mesma categoria com "The End Is the Beginning Is the End" (da trilha sonora do filme Batman & Robin).
Após perder a mãe e passar por um divórcio, Billy Corgan levou a banda por um caminho mais eletrônico em "Adore" (1998), e a encerrou após "Machina/The Machines of God". Eles voltaram em 2005, e desde então vem intercalando retornos e sumiços.
O retorno mais recente foi para o lançamento de "ATUM" em três partes, uma em novembro 2022, outra após a virada do ano em janeiro, e a última em abril.
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