O macabro ritual sobrenatural feito pelo Barão Vermelho para afastar a uruca do fracasso
Por Bruce William
Postado em 07 de janeiro de 2023
No vídeo a seguir, que se trata do episódio de nº 35 do Conexão Legiônica, Júlio Ettore conta a cabulosa história de um ritual macabro feito pelo Barão Vermelho, que estava passando por sérios problemas após a saída de Cazuza, no final de 1985.
Vamos conferir um resumo do que é relatado no vídeo. Vale muito a pena assistir na íntegra, pois nele há muitos detalhes e informações que não estão aqui neste artigo.
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Júlio conta como a banda testou outros vocalistas até que foi decidido que Frejat assumiria o posto. Embora Cazuza mantivesse uma boa relação com a banda, outras pessoas haviam "escolhido um lado", virando as costas para a banda, e com isso o ex-vocalista acabou sendo meio que favorecido pelas circunstâncias. Nisto o Barão acabou "descendo ladeira abaixo". Lançaram um disco, "Declare Guerra", e o primeiro show deste novo trabalho aconteceu em junho de 1986 no MASP de São Paulo.
E como conta Júlio, foi a partir deste show - que por si só já foi um desastre, pois não havia ninguém na plateia e no meio dele aconteceram dois "apagões" - é que começou o inferno astral da banda. "Em 1986, 1987 foram quinze meses de uma zica interminável", diz, citando o descaso da gravadora, o incrível erro na prensagem do disco que fez com que 90% de sua tiragem de 30 mil cópias estivesse com defeito, então as pessoas iam na loja, compravam o disco, chegavam em casa e ao tentar ouvir, percebiam que ele estava arranhado. Voltavam para a loja para trocar, descobriam que todos ali estavam com o mesmo problema. Então acabavam desistindo e pegando um disco de outra banda.
A música título havia ficado datada devido a um plano econômico do governo que fez muito sucesso na época, o disco naufragou, e a banda foi demitida da gravadora, acabando por assinar um contrato de graça com outra gravadora (WEA), Maurício Barros decidiu sair, o novo disco ("Rock'n Geral") não vendeu praticamente nada e os shows da turnê, nas palavras do Júlio, "Foram uma desgraça: Inundações, temporais, apagões, milhões de forças estranhas estavam atrapalhando o caminho do grupo. Até em cima de caminhão, na festa de emancipação de Arraial do Cabo, a banda tocou".
Neste ponto do vídeo Júlio faz uma imitação IMPAGÁVEL do baterista Guto Goffi contando como estavam complicadas as coisas, vale a pena conferir! :)
Resumindo: o Barão estava no quinto álbum de sua carreira, havia recebido Disco de Ouro no passado (pelo "Maior Abandonado", de 1984) mas não conseguia pagar as contas, eles atravessavam o pior momento desde a fundação da banda. Eis que uma prima do Guto sugeriu que eles fossem até uma Mãe de Santo. "Na verdade eles não lembram qual era a crença dela, se era uma Cartomante, uma Vidente, uma Mãe de Santo. Era uma moça que ficava no bairro de Ramos, no subúrbio carioca. Ela tinha melhorado a vida desta prima do Guto. E foi difícil convencer os outros três, porque o Maurício era católico convicto, o Frejat nasceu judeu e virou ateu, e o Dé não acreditava em nada. O Guto era o único que tinha mais fé".
Júlio mostra então a descrição dos eventos conforme o livro "Barão Vermelho - porque a gente é assim", e que vamos reproduzir apenas em trechos aqui: "Inicialmente, foram submetidos a uma pequena entrevista, durante a qual a vidente os olhava através de um copo d'água, em cujo interior boiava um olho de cabra(...) daí a senhora disse assim: 'não sei como vocês estão juntos!'. Perguntaram como sair dessa, e ela respondeu: 'sigam-me'..."
Os integrantes do Barão entraram em uma sala com chão de taco e lustre brilhante onde, seguindo as instruções da mulher, eles formaram uma grande roda e ficaram segurando um lençol limpíssimo aberto na altura da cintura, enquanto repetiam tudo que ela falava. "De repente aconteceu um forte barulho de terra e coisas caindo... de outro plano!" Após uns dez minutos o lençol foi removido e embaixo deles havia muito barro, charutos, caixas de fósforos, pedaços de cabelo, camiseta do Dé e um caixão com um bonequinho deitado com um punhal cravado no coração! A mulher tirou o bonequinho do fundo do caixão e sacou o punhal cravado no peito". A única reação da banda foi uma piada feita pelo Frejat: "Esse era pra mim".
No álbum seguinte, "Carnaval", o Barão voltou a sorrir. O feitiço havia sido desfeito.

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