A decadência física e mental de Raul Seixas a partir de 1984, segundo Sylvio Passos
Por Gustavo Maiato
Postado em 12 de abril de 2023
Raul Seixas morreu aos 44 anos de idade em 1989 e o laudo médico apontou parada cardiorrespiratória provocada por pancreatite crônica e hipoglicemia. Mas como foi seu declínio a partir de 1984?
Em entrevista ao podcast "Isto Não É", Sylvio Passos, músico, amigo e colecionador de Raul Seixas, explicou como esse processo se deu em sua visão.
"O Raul Seixas sempre soube o que estava fazendo. Ele sabia que no final quem estaria com ele seriam os amigos dele. Eles não poderiam fazer nada por ele. As mídias e os grandes jornalistas do Brasil adoravam o Raul e estavam vendo que ele estava deteriorando. Ele entrou em um processo de não administrar a própria carreira. Ele dizia que não queria ser um artista fake e ficar bonitinho na televisão sendo que a realidade dele era visceral. Ele não ia ser um produto descartável. Eu e Raul tínhamos uma identificação muito grande. Essa característica do Raul era igual ao pessoal da periferia.
Ou seja, poderia morrer, mas não se vender ao sistema. No final da vida dele, por essa postura de autenticidade, ele estava sendo mal visto pelos empresários. Como ganhar grana com um cara chapado, doidão e que falava coisa que não podia? O álcool e as mulheres foram os maiores problemas do Raul. São duas coisas parecidas que deixam a gente meio doido, né? [risos]. O que ferrou ele no final foi o álcool. Ele estava entregue mesmo, muito inchado. A decadência dele começa em 1984. A decadência física".
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