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A importância de Rita Lee para o Rock Brasileiro, em história escrita por linhas tortas

Por Bruce William
Postado em 12 de julho de 2023

Durante a participação do jornalista Igor Miranda no episódio 04 do Rockstar, podcast de entrevista conduzido por Zé Luiz da 89 FM A Rádio Rock, foram discutidos vários temas em um apanhado geral sobre a história do rock feito no Brasil, e um deles foi a importância de Rita Lee para a consolidação do gênero no país.

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Foto: Reprodução
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Nos anos setenta, o cenário do rock brasileiro passou por uma revolução musical, liderada pelos Mutantes e marcada pela presença de artistas como Rita Lee. Com uma abordagem progressiva e psicodélica, os Mutantes e outros músicos que surgiram nessa época, como Raul Seixas e Secos e Molhados, criaram uma resposta à Jovem Guarda e ao movimento da Tropicália, apesar das dificuldades que eles enfrentavam, gerando uma fusão de estilos que quebrou a barreira entre o rock e a MPB e foram fundamentais para o desenvolvimento do gênero no país.

As coisas eram um bocado complicadas por causa do momento político social que a gente vivia naquela época. "E eu sinto até que o desenvolvimento do Rock no Brasil na década de 70 foi um pouco atrapalhado por conta disso", diz Igor. "Porque todo o material gravado tinha que estar à disposição ali dos censores, você tinha que encontrar subterfúgios na parte das letras. Tinha algumas coisas que não tinham nada a ver, mas mesmo assim era encarado como subversivo. Então, até trazer também esses discos para o Brasil, os relatos são variados de que discos importantes eram mais difíceis de serem encontrados aqui, de bandas dos Estados Unidos, do Reino Unido e tudo mais. Porque a gente tinha um contexto que não favorecia. Então, o rock brasileiro teve um desenvolvimento muito peculiar, muito à parte e muito abrasileirado, porque eram muitas das referências que o pessoal tinha. Não tinha como você, o tempo todo, fazer essa antropofagia que a Jovem Guarda fez com relação aos Beatles, de consumir tudo aquilo ali".

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Neste ponto, Zé Luiz comenta que, depois de sair dos Mutantes, Rita Lee lançou o "Fruto Proibido", onde ela conseguiu abrir uma porta muito grande: "Eu acho a Rita icônica, ela e Raul Seixas, talvez as duas figuras... depois a gente vai falar de Renato Russo, mas os dois, para mim, são as figuras mais icônicas do rock nacional, que teriam a cara numa camiseta, que aí vira comércio também".

"Concordo", responde Igor. "Eu acho, inclusive, a história da Rita Lee, ela é escrita de forma certa por linhas tortas. Porque se discute muito sobre... Ah, ela foi dispensada dos Mutantes porque ela não era boa, então o Arnaldo e o Sérgio devem se arrepender e tudo mais. Tá, pro lado dos Mutantes, isso aí não ficou legal mesmo. Mas, pro lado da Rita, a gente não teria essa carreira fantástica se não tivesse acontecido isso. Acabou rompendo e gerando duas coisas muito diferentes. Os Mutantes foram para um lado mais prog, aí acabou não tendo a continuidade esperada. E a Rita Lee, apesar do início sofrido, ela se tornou um fenômeno, inclusive de vendas. Mais uma vez entrando na questão comercial, porque ela é a recordista de vendas do rock brasileiro. Isso é pouco citado, mas é a artista que mais vendeu discos do rock brasileiro, considerando todos os gêneros aqui no Brasil ela está no top 10, top 5 também".

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"E o detalhe que vocês têm que imaginar no caso da Rita, né, é uma mulher, num mundo machista, um país machista, um meio machista do rock na época", comenta Zé Luiz. "E ela não só lançava, como ela compunha. Ela tinha parceiros também, mas ela compunha, ela tocava, ela cantava, e ela produzia. Os shows da Rita, eu vi alguns assim, cara, que ela era... Procurava fazer algo muito grandioso num país que não tinha condições de fazer. E fazia exatamente muito, muito legal".

Igor emenda comentando: "E é engraçado que isso dialoga um pouco com a origem do rock brasileiro, porque também é muitíssimo pouco comentada, a primeira gravação de rock no Brasil foi feita por uma mulher, uma mulher do samba, inclusive, a Nora Ney. E tem duas características interessantes nessa primeira gravação: primeiro, feita por uma mulher, e, justamente, uma mulher ser a maior artista que temos de vendas do rock brasileiro. E segundo, é uma releitura, né, uma versão brasileira de 'Rock Around the Clock' do Bill Haley, que a gente também tinha muito disso né de artistas que faziam versões de artistas que pegavam as músicas da Gringa e traziam para cá traduziam a letra e fazer uma versão própria".

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O vídeo completo da participação de Igor Miranda no Rockstar da 89 FM A Rádio Rock pode ser visto no player abaixo. O trecho acima está por volta dos seis minutos.

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Sobre Bruce William

Quando Socram chegou no Whiplash.net era tudo mato, JPA lhe entregou uma foice e disse "go ahead!". Usou vários nomes, chegou a hora do "verdadeiro". Nunca teve pretensão de se dizer jornalista, no máximo historiador do rock, já que é formado na área. Continua apaixonado por uma Fuchsbau, que fica mais linda a cada dia que passa ♥. Na foto com a Melody, que já virou estrelinha...
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