A ideia de jerico dos Beatles que gravadora impediu e que Biquini Cavadão fez e se deu mal
Por Gustavo Maiato
Postado em 08 de setembro de 2023
Quem viveu os anos 1980 lembra que o disco de vinil era a principal forma de se consumir música na época e que as rádios utilizavam justamente esses itens para tocar os hits das bandas nas estações.
Em entrevista ao Corredor 5, Bruno Gouveia, do Biquini Cavadão, relembrou uma história quando decidiram lançar discos de vinil sem a marcação física que mostra qual faixa está sendo executada pela agulha do toca-discos.
Essa ideia, que os Beatles tiveram lá atrás e a gravadora recusou, acabou se mostrando péssima, já que os DJs tinham dificuldade de tocar as músicas da banda nas rádios.
"Não queríamos entrar no estúdio sem saber o que íamos fazer, todos concordamos com isso. Só que o que fizemos foi muito interessante. A questão da troca de faixas nos álbuns era algo que não queríamos. Você sabe, nos discos de vinil, você pode contar quantas faixas tem porque há uma faixa mais larga que indica onde a agulha deve ser colocada. Nós não incluímos essa marcação, então, quando uma música terminava, colocávamos um ruído.
Imagine a empolgação dos DJs das rádios para tocar a música! [risos]. Foi uma ideia incrível, mas você sabe quem teve essa ideia antes e não conseguiu realizar? Os Beatles. 'Revolver' deveria ser assim, mas a gravadora não permitiu. Eu não sabia disso na época, mas acabamos fazendo o disco que os Beatles queriam ter feito com 'Revolver', dentro desse contexto. Claro, não estou comparando nosso álbum com 'Revolver' dos Beatles, mas estávamos em uma fase de experimentação, tentando coisas novas e ousadas."
Estatísticas sobre vinil
Por falar em consumo de discos de vinil, hoje em dia essa moda acabou retornando para os apaixonados. Conforme relatório do Top Entertainment Trends 2023, transcrito por Bruce William, o mais curioso é que metade de quem compra esse produto não tem toca-discos em casa.
"Os números da pesquisa da Luminate também mostram que apenas 15% dos amantes de música em geral possuem um toca-discos, enquanto 31% da Geração Z gostaria que os artistas fornecessem mais opções de merchandising. Além disso, as pessoas que gostam de rock são cerca de 8% mais propensas a comprar e ouvir discos de vinil, enquanto membros da comunidade LGBTQ+ têm 25% mais chances de usar um toca-discos.
Em 2022, a venda de discos de vinil superou pela primeira vez desde 1987 a venda de CDs nos Estados Unidos, de acordo com a Luminate. O sucesso do vinil pode ser atribuído ao fato de que os super fãs estão alimentando a cultura de comprar para possuir em vez de comprar para ouvir, como explicou Rob Crutchley, do grupo britânico da indústria de comércio de música BPI, em uma entrevista de 2020 ao The Times", conclui o estudo.
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