A mulher ousada que despertou em Ney Matogrosso vontade de fazer shows com nudez
Por Gustavo Maiato
Postado em 07 de setembro de 2023
Nascida em 1920 em Itararé, interior de São Paulo, Elvira Pagã deu seus primeiros passos no mundo do entretenimento ainda na infância. Aos cinco anos, ela e sua família mudaram-se para o Rio de Janeiro, onde ela teve a oportunidade de estudar em um colégio de freiras.
Na adolescência, começou a trilhar sua carreira artística ao lado de sua irmã Rosina, formando a adorável dupla das "Irmãs Pagãs". Juntas, encantaram plateias com seus sambas e marchinhas de carnaval em turnês por todo o Brasil e até mesmo no exterior.
Em entrevista ao Persona, Ney Matogrosso contou o impacto que teve ao ver uma performance de Elvira. Foi lá que ele ficou curioso com essa questão de se apresentar seminu, característica de suas próprias apresentações mais para frente.
"Quando eu era criança, minha mãe não costumava frequentar estações de rádio, mas em um dia ela decidiu me levar a um programa de rádio. Foi lá que eu vi essa mulher linda, Elvira Pagã, com uma roupa feita de farrapos de pele de onça, parecendo saída de uma revistinha daquela época, talvez a "’Rainha da Floresta da Mata’.
Na verdade, eu pensava que fosse ela, fiquei confuso. Aquela imagem me impactou profundamente, pois nunca tinha visto uma mulher seminua, aparentemente gostando de estar daquela forma, certo? Se exibindo. Foi chocante, mas ao mesmo tempo despertou minha curiosidade. Eu queria entender por que ela fazia aquilo, o que estava por trás daquela atitude".
Histórias de Ney Matogrosso
Outra curiosidade sobre a carreira de Ney Matogrosso foi a vez em que ele beijou Mar’tnalia conforme relato para Marília Gabriela.
"Quando eu falava que gostava de mulheres, os gays ficavam enlouquecidos e diziam que isso não existia. Existir existe. Não sou uma quimera. Só que com o passar do tempo, não é que me desinteressei. Vou te dar um exemplo. Eu dirigi o show da Mar’tnália. Fiz a luz do show. No dia da estreia, estávamos no camarim e ela é muito livre e solta.
Eu estava sentado e ela veio só de calcinha. Normal, tudo bem, sem problema. Então, alguém disse para tirarmos uma foto. Eu pensei: não vamos tirar uma foto dela nua, né? Ela disse que queria tirar. Então, fui atrás dela, segurei os seios dela para tapar. Na hora que estávamos abraçados, ela virou e me deu um beijo na boca.
O contato com a pele dela me deixou meio perturbado. Não cheguei a ficar excitado, mas a pele dela é uma delícia. Parece uma seda, sabe? Aquilo me deu uma mexida. Pensei: então esse meu lado não está adormecido totalmente! [risos]".
Ney Matogrosso é uma das figuras mais icônicas e revolucionárias da música brasileira. Ele ganhou notoriedade como o vocalista extravagante e andrógino da banda Secos & Molhados nos anos 70, um período em que desafiou normas de gênero e expandiu os limites da expressão artística. Com sua voz poderosa e presença de palco magnética, Ney Matogrosso se destacou como um dos pioneiros da música popular brasileira, sendo aclamado por sua ousadia e originalidade.
Entre seus principais hits depois na carreira solo, destacam-se músicas como "Sangue Latino" e "O Vira," que se tornaram hinos do movimento tropicalista e representam a fusão única de influências do artista.
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