Pete Townshend comparou seu álbum punk favorito a clássico do The Who
Por André Garcia
Postado em 22 de outubro de 2023
O punk surgiu como uma radical ruptura com a geração anterior e com os valores e ideais da cultura hippie. Musicalmente, o rock progressivo foi declarado seu inimigo, mas havia um aspecto paradoxal naquele movimento: enquanto Beatles, Rolling Stones e The Who eram grandes influências pelo que tinham feito nos anos 60, a garotada torcia o nariz para eles em 1977 como velhos vendidos e decadentes.
Uma das figuras mais amadas e odiadas ao mesmo tempo pelos punks era Pete Townshend, guitarrista, líder e compositor do The Who. Mesmo assim, ele curtia aquelas bandas, especialmente os Sex Pistols. Conforme publicado pela Far Out Magazine, em entrevista ao programa de rádio King Biscuit Flower Hour em 1979 ele declarou:
"Meu álbum favorito da época [do Punk] foi o álbum dos Sex Pistols, produzido por Chris Thomas, 'Never Mind The Bollocks'. Para mim, 'Pretty Vacant' [...] é como uma 'My Generation' moderna, na verdade. Não é tão óbvia quanto 'My Generation', mas segue a mesma linha. O incrível é que os shows eram tão frenéticos, tão violentos... Especialmente nos primeiros seis meses da coisa, com bandas como The Clash, The Vibrators e Sex Pistols."
"[...] Os Sex Pistols não podiam nem tocar em público: eram tão ruins que eles tinham que tocar em shows não anunciados. Consequentemente, pouquíssimos os viram se apresentar. Eu mesmo nunca os vi se apresentar."
Em entrevista à Time em 1995, com um distanciamento maior, ele voltou ao assunto: "Três artistas extraordinários como os Sex Pistols, The Clash e Elvis Costello sob o rótulo do punk realmente indicam como essas categorias falham. O que estava acontecendo na época era a necessidade de outra onda. Suponho que todos queriam que uma banda o fizesse como aconteceu com os Beatles. Acabou não sendo apenas uma banda, mas várias bandas."
"Os Sex Pistols eram obviamente os mais significativos porque foram os primeiros, e porque [Malcolm] McLaren os estava organizando e permitindo sua anarquia. Ele deu a eles o espaço para tocar, o espaço para serem anárquicos. Mas também porque considero Paul Cook e Steve Jones ótimos músicos de rock n roll. Eles dizem que não sabiam tocar, mas, na verdade, sabiam tocar muito, muito bem. John Lydon é um astro! Sabe, ele é um astro! Ele é simplesmente um astro mundial. Você o via e sabia: 'Ele vai ser famoso'."
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