O dia que Eloy Casagrande saiu do palco para usar o banheiro no meio de um show
Por Mateus Ribeiro
Postado em 28 de fevereiro de 2024
O baterista Eloy Casagrande, que integrou o Sepultura entre 2011 e 2024, também foi membro da banda de apoio de Andre Matos. E foi durante um show do finado cantor e compositor que Eloy passou por um baita perrengue, que ele relatou em um vídeo compartilhado no seu canal do Youtube.
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"Foi no ano de 2008, quando eu tocava na banda do Andre Matos. A gente foi fazer um show em Salvador, na Bahia. A gente foi um dia antes [do show], pra fazer uma sessão de autógrafos na cidade.
Então, no dia seguinte, seria o show, a gente ficou hospedado no hotel. Eu lembro que eu levantei cedo, fui dar uma volta na cidade, porque eu não conhecia Salvador até então. Eu lembro que no final da tarde, um pouco antes do horário do show, eu comecei a me sentir mal, a ter um mal estar. Comecei a ter febre, cólicas fortes e eu tive que fazer inúmeras visitas ao banheiro", disse Eloy, que mesmo com todas as dificuldades, foi para o local onde o show seria realizado.
"Eu estava estragado, estava mal. Estava interditado, enfim. Chegou a hora do show, a gente foi lá pro pico né? O show aconteceu na Concha Acústica de Salvador, que é um lugar belíssimo. Enfim, eu lembro que eu estava passando mal antes do show, entrei no palco, eu tava me sentindo fraco. E na metade do show, tive uma cólica brutal, daí eu avisei o meu roadie. Falei: ‘Avisa a banda que eu preciso sair do palco um pouco, preciso ir ao banheiro’."
Felizmente, a banda conseguiu segurar as pontas enquanto Eloy resolvia os seus problemas.
"Daí a banda soube muito bem lidar com isso. Teve solo de guitarra, daí o Andre fez ali um solo de piano. Depois de uns cinco minutos eu voltei, assumi de novo a batera, terminei o show, mas me sentindo muito mal, com dores abdominais, febre.
No dia seguinte, a gente não voltaria pra casa. Eu não sei o que aconteceu na logística desse show, mas a gente ficaria um dia a mais em Salvador, seria pra gente dar uma volta na cidade. Eu fiquei o dia todo passando mal no hotel, a banda também não conseguiu sair, porque eles estavam revezando os cuidados comigo, cada hora um vinha no meu quarto pra me ajudar, pra saber como eu estava.
Só um dia depois do show que a gente voltou pra casa, eu fui ao médico, fiz alguns exames e eu estava com Salmonella. Foi provavelmente o ovo que eu comi no hotel, porque eu não tinha comido ovo em casa."
O vídeo pode ser assistido no player a seguir.
Eloy Casagrande fora do Sepultura
A banda Sepultura anunciou no dia 27 de fevereiro de 2024 que Eloy Casagrande não era mais o baterista da banda. O anúncio foi feito através de postagem compartilhada nas mídias sociais do grupo, que pode ser conferida a seguir.
"O Sepultura tem um compromisso com os seus fãs de entregar uma turnê - ao longo dos próximos 18 meses- que vai celebrar os 40 anos da banda e também a sua despedida dos palcos.
Intitulada ‘Celebrating Life Through Death’, a tour, como bem definiu o grupo no momento do anúncio em dezembro [de 2023], é uma ‘morte consciente e planejada’. Por mais que soe poética, essa foi também a maneira de dizer ao público que muitas conversas aconteceram para essa tomada de decisão. Uma turnê dessa magnitude só sai do papel diante do comprometimento, da ética e da lealdade dos integrantes com os seus fãs, além do respeito com a história da banda - algo que Andreas Kisser, Derrick Green e Paulo Xisto têm como prioridade.
No último dia 6 de fevereiro, poucos dias antes do primeiro ensaio, em uma reunião extraordinária, o baterista Eloy Casagrande comunicou à banda e aos empresários a sua saída do Sepultura para seguir carreira em outro projeto.
A banda foi pega de surpresa, sem aviso prévio ou qualquer tipo de debate sobre como fazer a transição. A comunicação foi feita e ele se desligou imediatamente da banda, abandonando tudo relacionado ao Sepultura."
Eloy também se pronunciou e agradeceu ao Sepultura pelos 13 anos que passou como integrante do quarteto.
"Gostaria de comunicar a minha saída do Sepultura. Ter feito parte da maior banda de metal brasileira foi das melhores e mais ricas experiências da minha vida. Só agradeço a cada um dos integrantes e a toda equipe.
Foi uma história de quase 13 anos, em que tive a oportunidade de aprender e contribuir com cada música, show e gravação. Foram anos de muita entrega, intensidade e comprometimento. Foram 3 discos muito bem recebidos pela crítica, inúmeros shows nos 5 continentes e muita história pra contar. Então, por isso, antes de mais nada, reitero meu agradecimento ao Sepultura e aos fãs por tudo o que passamos.
Talvez para os fãs da banda não faça sentido neste momento, mas decisões precisaram ser tomadas pensando em novos ciclos que virão. Somos feitos de escolhas e elas nem sempre se dão de maneira fácil. A minha saída jamais apagará meu respeito e gratidão à banda.
Felizmente há muito por vir. Espero seguir fazendo muita música e arte. Vejo vocês em breve na estrada!"
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