"Sou uma artista, não uma fêmea que você catou no palco", jogou Yoko Ono na cara de Lennon
Por André Garcia
Postado em 25 de março de 2024
Ao longo da história do classic rock houve aqueles casais que deram o que falar: Eric Clapton e Pattie Boyd, Sid Vicious e Nancy Spungen, Ozzy e Sharon Osbourne, Kurt Cobain e Courtney Love, Tommy Lee a Pamela Anderson… E até nisso os Beatles foram pioneiros, já que o primeiro casal a estremecer o mundo da música foi John Lennon e Yoko Ono.
John conheceu Yoko, se apaixonou por ela de tal forma que se divorciou para ficar com ela. Como dois pré-adolescentes, eles se tornaram inseparáveis. Em todo canto que um ia, lá estava o outro — inclusive na cabine de controle do estúdio durante as gravações dos Beatles. Por conta do desinteresse de Lennon pela banda, Ono acabou estigmatizada como o pivô da separação da maior banda de todos os tempos. Não são poucos os que a odeiam até hoje por isso.
Gostem os fãs ou não, o fato é que ela mudou para melhor a vida do ex-beatle em muitos aspectos. Em entrevista para Barbara Grautark publicada pela Newsweek em 1980 ele revelou a lição que aprendeu graças à franqueza de Yoko.
"Desde o dia que conheci [Yoko] ela reivindicou para si o mesmo espaço, os mesmos direitos. Eu não entendi o que ela queria dizer; eu disse 'Você diz tipo um contrato? Você pode ter o que você quiser, mas não espere nada de mim, [não espere] que eu mude em alguma coisa. Não invada meu espaço.' E ela disse 'Então a resposta é que eu não posso ficar aqui, porque não há espaço no lugar onde você está — tudo gira em torno de você, e eu não consigo respirar nessa atmosfera. Eu sou uma artista, não sou uma fêmea que você catou atrás do palco.'"
"Bem, eu saquei [o que ela estava dizendo], depois [de um tempo], e sou grato pelo que ela me ensinou. [...] Eu estava acostumado a uma situação onde o jornal era para EU ler, depois que eu já tivesse lido que alguém poderia pegar. Não passava pela minha cabeça que outra pessoa poderia querer ler primeiro. [...] E o que Yoko fez para mim, além de me despertar para ser um feminista, foi me libertar daquela situação. [...] Ela me disse 'Você está sem calças'. Ninguém havia ousado me dizer aquilo antes. Ela ainda hoje me diz a verdade, e ainda hoje é doloroso."
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