Marko Hietala critica regras rígidas e diz o que pode salvar o metal da estagnação
Por Emanuel Seagal
Postado em 15 de março de 2024
O ex-Nightwish Marko Hietala conversou com Manoel Santos, do Ibagenscast, durante sua passagem por São Paulo em meio a turnê com Tarja Turunen. Na conversa, o finlandês foi questionado sobre a razão do grande número de bandas de metal em seu país, e ponderou sobre a estagnação do metal.
"Temos teorizado bastante sobre isso. Talvez seja o inverno frio e escuro que temos. Escuro e branco, com o gelo e neve, é claro, mas a escuridão é muito presente. Então isso constrói um certo humor negro, um humor macabro, que muitos finlandeses tem. Não sei, pelo menos para mim o heavy metal sempre teve um certo humor negro também. Assim se conecta comigo, como finlandês, muito bem. Já falei sobre isso com muitos caras também, mas temos que lembrar que a Finlândia tem apenas seis milhões de pessoas em todo o país. E agora estou em uma cidade (São Paulo) que já tem o dobro de pessoas", afirmou o músico.
Embora seja um país pequeno, a Finlândia é berço de uma quantidade espantosa de bandas das mais variadas ramificações do metal, como Nightwish, Sonata Arctica, Stratovarius, Amorphis, Korpiklaani, Finntroll, Apocalyptica, Beast in Black, Swallow the Sun, Impaled Nazarene, Shape of Despair, Skepticism e Children of Bodom, mas será que o futuro será tão promissor como as últimas décadas? "Como gênero, o metal ficou grande porque virou parte da cultura nacional de certa forma. Estou aí desde a geração pioneira, e vi muitos caras mais novos, tendo cada vez mais influências de fora da Finlândia e de caras mais velhos como eu, de como cantar e tocar. Foi como uma bola de neve e ficou grande. Ainda é grande. Não como em seu age nos anos 2000, mas ainda é forte", ponderou Marko.
"O que vejo acontecer, como em todos os gêneros, os melhores sobrevivem. Ainda temos o velho jazz e rock dos anos 50. Os melhores dos gêneros sobrevivem. No momento acho que o heavy metal está nessa filtragem. O gênero ficou saturado com bandas que pareciam versões consanguíneas uma das outras, e quando o gênero começa a ficar assim e ter influências de si, ele estagnará. Para manter tudo funcionando é preciso pegar influências e ideias de qualquer lugar. Nenhum gênero ou estilo musical se beneficia por ter regras rígidas, especialmente se for rock. O rock começou como algo rebelde, portanto qualquer regra sobre teoria musical ou vestir roupas pretas, 'Vou colocar uma camiseta rosa', pois a rebeldia é essencial."
Confira o bate-papo completo no canal do Ibagenscast no YouTube.
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