Josh Homme participa de sessão de perguntas e respostas no Reddit

No dia 15 de março deste ano, o icônico artista e fundador do Queens Of The Stone Age, Josh Homme, participou de um AMA (Ask Me Anything, "Me pergunte qualquer coisa" em português) na plataforma Reddit. O formato de entrevista se dá ao vivo, com a pessoa a ser questionada ficando disposta a responder perguntas livres feitas pelos usuários em um subreddit, uma aba dentro do Reddit voltada para um tema específico e que recebe o nome de "r/".

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Na página principal do subreddit da banda, r/qotsa, existe uma postagem fixada de um usuário que compilou algumas das muitas perguntas feitas e separou as respostas de Homme em vídeos no Youtube. Há também uma mensagem de agradecimento por Homme e um link voltado para a The Sweet Stuff Foundation, uma fundação com objetivo de ajudar músicos em situações de vida complicadas.

Estas foram algumas das perguntas que foram destacadas no subreddit.

u/Lightning42_: Alguma chance de [ter] Them Crooked Vultures 2: Electric Boogaloo?

Josh Homme: "[...] No assunto dos Vultures, não é exatamente o meu trabalho em reunir os Vultures, esse trabalho é do Dave [Grohl]. Meu trabalho é dançar por aí e escrever palavras e escrever música com os caras. Eu quero… Dave sabe disso, eu quero muito os Vultures juntos de novo, juntar a banda para mais um round, porque a banda é muito estranha, a música é meio estranha e perversa e eu tive um momento muito proveitoso nas turnês e em estar naquela banda. [...] Tem alguma chance? Sim, tem sim."

u/Thelizardpeopleband: Algum plano para um documentário sobre a banda? Ou você ou Lanegan?

Josh Homme: "Eu tenho alguns sentimentos mixados em relação a isso, já trouxeram isso antes e… Eu acho que no final das contas, é maravilhoso entender alguém ou se sentir entendido porque esses momentos são bem passageiros na vida e talvez um documentário seja um jeito de entender o que nós tentamos fazer, como uma banda, ou tentar entender como um artista, tentar entender o Lanegan.. É interessante tentar entender um retrato disso. Mas também, a parte de "abra a jaqueta e se revele" é difícil de querer fazer. Já teve muita coisa escrita sobre a banda, eu e Lanegan ao longo dos anos mas falando por mim, algumas vezes eu não gosto muito disso. Eu queria que nós fossemos apenas silhuetas. [...]. Talvez".

u/LittleSavageSuri: Oi Josh! É absolutamente adorável ver você sorrir e gostar de entreter as pessoas em todos os shows. Qual é a sua coisa favorita sobre cada um dos caras do Queens?

Josh Homme: "Essa é uma boa pergunta. Vamos começar com Jon [Theodore]. Ele pensa em baterias o tempo todo. Tipo, ele anda em direção a mim e fala ‘Sabe, eu estava pensando em usar estas peles porosas para toms’, toca no meu ombro e vai embora e eu fico pensando ‘Que p*rra que ele tava falando?’ e eu amo isso. [...] Eu amo o Troy [Van Leeuwen] porque ele é um filho da p*** tão gótico e estiloso. Ele é como um vampiro, no sentido de que você tem que convidar ele. Todos os caras do Queens são assassinos no que eles fazem, eles são muito bons e com essa excelente comunicação, Dean [Fertita] é tipo… Quando eu olho para o Dean, se alguém fosse ficar bem com um capacete da Segunda Guerra Mundial e que eles foram feitos para estar lá, eu meio que inerentemente gosto deles. Dean é meio que uma combinação estranha entre veterano da Segunda Guerra e um pastor de jovens. Você pode confiar no Dean, ele é meio robusto e intenso. Dean e Troy conseguem tocar qualquer coisa e tocam bem. Quando o Troy toca alguma coisa ele faz parecer muito bem. Mikey [Shuman] se tornou essa força… Ele canta muito bem, ele toca muito bem. Eu acho que a coisa mais abrangente quando estamos no palco é que confiamos um no outro".

u/TheGospelOfMark: Lindo Sr. Homme, você faria uma explicação completa sobre os seus equipamentos? Eu sei que você é bem privado quando se trata de equipamento, mas você deixaria nós, aficionados por guitarras, malucos se fizesse!

Josh Homme: "O motivo do porquê que eu não falo sobre o meu equipamento é que, eu sei que é legal descobrir e ouvir o que as pessoas fazem, mas eu acho que eu sempre preferi a jornada e a experiência em ser um explorador nisso tudo. Eu sempre acabo usando as coisas incorretamente ou eu… Eu chamo de ‘A teoria de falta de suprimento, falta de demanda’. Você não precisa de muito do que você tem, você já tem Les Pauls e Marshalls, você não precisa fazer isso… Existem combinações clássicas, eu sei, mas você não precisa que eu faça isso. Eu não falo muito sobre o meu equipamento porque eu trabalhei muito para ter um som diferente e eu quero que você me persiga. Eu não quero te dizer, eu quero que você me persiga e eu não acho que você vai me achar, acho que você vai se encontrar nessa procura para saber o que eu faço e é sobre isso. Meu conselho é: use a coisa errada incorretamente. Dois erros não fazem um certo, mas quarenta erros fazem um estranho. Qualquer um que diga que existem regras está mentindo porque ele quer que você trabalhe para ele".

u/DomerLimpson: Oi Josh, Misfit Love é a minha música favorita do Queens. A mudança para a outro é um dos meus momentos favoritos da sua discografia. Você poderia falar mais sobre como a música foi escrita? Qual foi o primeiro riff que você fez para a música? O que você tinha em mente quando construiu a outro?

Josh Homme: "Essa também é uma das minhas músicas favoritas do Queens porque eu só… O trabalho é fazer algo que você ama de verdade e, se eu amo mesmo, as chances de você amar também são melhores. Essa é uma música que teve muitas partes escritas pelos caras. Troy, Yoyo (Joey Castillo) e eles tinham a estrutura do corpo principal da música e… Chris Goss fez a introdução no teclado e era muito alto. O lugar estava coberto de coisas e experiências do Queens. Quando eu ouço essa música eu penso ‘Deus, eu quero estar nessa banda. Eu quero ser essa música’. A letra me lembrou da viagem entre… Eu já escrevi muito sobre dirigir entre Los Angeles e o deserto, mas senti que foi natural escrever sobre sair do deserto e ir para a cidade grande. Como uma pessoa ingênua, eu viajei com Jesse Hughes para fazermos o disco do Eagles of Death Metal e foi uma boa experiência ver o rosto ingênuo dele… É a mesma jornada que eu tive, quando você, em seu próprio jeito, pensando que você vai arrebentar e, na verdade, você é mastigado pela cidade. Então a letra é sobre isso de você pensar que você é grande na cidade pequena e quando chega na cidade grande, você percebe que já deve ter um milhão de você ali".

u/groovy_mo: O que aconteceu com o show na mina de sal? Iremos ver em algum momento?

Josh Homme: "Nós estivemos tentando lançar isso por anos e o selo vem sendo meio arr****do sobre isso. Então, a Universal Music… Eu nem acho que muitas pessoas que trabalharam na Universal Music naquela época ainda estão lá, ainda que também já faz tempo que foi pago. Eles estão meio que segurando. Eu estou em um ponto que eu penso em tocar na mina de sal de novo, mesmo sendo um pouco claustrofóbico. Mas foi uma noite mágica, foi uma experiência única na vida… Eu não lembro muito bem como tocamos, acho que fomos bem. A natureza esmagadora de estar no fundo da mina de sal em uma área ‘catedral’ e todos os visuais que vieram junto… Sério, não importa quem tocasse lá, é uma experiência. Mesmo assistindo, tem tantas fotos boas sobre essa coisa. Agora quando que vai sair? Eu não sei, por algum motivo está sendo segurada pela Universal Alemanha. Então, talvez enviem e-mails constantemente. O objetivo é lançar coisas, não guardá-las".

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u/Pottatothegreat1985: Alguma história boa que você ainda vai contar sobre o Mark Lanegan? Amei ouvir você e Zane contando algumas no podcast da Apple Music.

Josh Homme: "Obrigado por essa pergunta. Eu amo falar sobre o Mark. [...] Eu tenho muitas histórias sobre o Lanegan. Uma história sobre ele foi quando estávamos em Cleveland e isso foi quando Natasha [Schneider] e Alain [Johannes] estavam na banda, então era… [Inicialmente ele fala que era durante ‘Era Vulgaris’, mas grava outro vídeo corrigindo que era durante a época de ‘Lullabies To Paralyze] e o meu ombro estava ruim… Sem dormir muito, mas sim tocando, então eu estava sendo massageado e o Lanegan estava em um certo humor, ele não estava sóbrio naquela hora, o Queens era muito volátil, nós sempre nos amamos mas de vez em quando somos um pouco ferozes e… Lanegan estava indo na direção errada, por um momento, e eu escuto essa discussão e eu saio e vejo o Lanegan em um momento em que ele estava sendo meio que um c**ao, o que eu sempre amei, pessoalmente… Eu sei que tem muita falação psicológica no mundo hoje e um homem como o Lanegan, que era complicado, seria considerado… Ninguém liga para o que ele seria considerado, ele só era um cara f*da, complicado, frustrante, suave, incrível, mau, bondoso e era tudo isso de uma vez, por isso que eu amava ele tanto… Ele saiu e estava muito chateado e eu estava seminu falando ‘Que p**ra que tá acontecendo?’ e acabou ficando tão intenso que eu fui empurrar o Lanegan, mas eu tinha óleo nas minhas mãos, então quando eu fui empurrar ele, nós acabamos ficando com os nossos rostos muito próximos um do outro e foi muito engraçado e começamos a rir, percebendo que não tinha nada para discutir sobre. Eu sinto muita falta dessas coisas. Em geral, eu não gosto muito de falar sobre o Lanegan porque no momento é bom, mas acaba… Eu fico pensando sobre ele pelo resto do dia e eu só… Não sou sempre bom com nostalgia".

O último álbum do Queens of The Stone Age, "In Times New Roman…", foi lançado em junho de 2023 e a banda segue com a turnê mundial "The End is Nero" para promover o disco. O grupo de Josh Homme tinha uma apresentação marcada para o festival The Town no ano passado, mas acabou tendo que cancelar e foram substituídos pelo Yeah Yeah Yeahs. Ainda não há datas confirmadas para shows tanto no Brasil quanto na América Latina inteira pela banda.