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Por Gustavo Maiato
Postado em 01 de julho de 2024
Luiz Antonio Mello, da rádio Fluminense, participou de entrevista no Corredor 5 e comentou um caso curioso que aconteceu nos anos 1980 envolvendo um trambiqueiro mexicano e a banda Van Halen no Rio de Janeiro.
"O Brasil estava queimado, até roubaram equipamento do Kiss quando vieram. O Rock in Rio em 1985 deu uma moralizada. Agora, nesse meio tempo, quando o Van Halen veio para cá, a rádio foi envolvida. Tinha um produtor mexicano chamado Alex, que usava sapato de couro de jacaré. Um cara esquisito demais, com papo errado. Ele trouxe um monte de adesivo.
Disse que ia trazer o Van Halen para tocar na rádio aqui no Rio e queria que nós fôssemos promotores do show. A gravadora do Van Halen era a Warner e o presidente era o André Midani, nosso amigo. Saí com esse mexicano, almoçamos e tal. Eu disse que queria conhecer o Eddie. Ele disse que ia rolar.
Percebi que ele não tinha acesso ao Eddie, vi que ele falou meio de caô. Bom, no final era um bando de babacas. Contrato de boca. Nós fizemos chamada no ar na rádio dizendo que o Van Halen ia vir. Daqui a pouco, chega uma intimação comunicando que eles fecharam com a rádio 98. Rapaz, eu virei bicho! Mexicano safado! Fui para o ar e fiz um negócio que eu não deveria ter feito. Me arrependi. Fiz e nunca mais fiz.
Eu disse: ‘Alô, pessoal. Quem está falando é o Luiz Antonio Mello. A rádio Fluminense não tem mais nada a ver com o Van Halen. Aconteça o que acontecer’. Isso gerou um pânico. As pessoas achando que ele não viria mais. Eu falei no ar que fomos vítimas de um trambique. Um tumulto danado. O Midani ligou. Ele pediu... Disse que era um artista nosso, que ia compensar com mídia. Eu disse que não era nada daquilo.
Ele pediu para eu parar de falar isso porque estava prejudicando o artista. Quando ele falou isso, decidi parar. Ficamos quietos. Os ouvintes cobraram e tal. Botei uma chamada assim: ‘A incoerência, às vezes, é um gesto de inteligência. Nós dissemos que não tínhamos nada a ver com o Van Halen, mas voltamos atrás, incoerentemente, e dizemos que temos tudo a ver com ele. Podem ir ao show’. Aí limpou", disse.
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