A tragédia que acabou com os Beatles para John Lennon: "Entramos em colapso"
Por André Garcia
Postado em 01 de dezembro de 2024
Ao longo dos anos 60, várias pessoas no entorno dos Beatles receberam a alcunha de "quinto beatle" — do baterista Jimmie Nicol ao roadie Mal Evans passando por Yoko Ono. Quando o assunto era o estúdio, pelo menos, ninguém fez tanto jus à alcunha quanto o produtor e maestro George Martin.
Outra figura tão importante para a banda que foi praticamente um membro dela foi o empresário Brian Epstein: que descobriu a banda quando ela ainda tocava no minúsculo Cavern Club, mudou seu visual e cuidou não só de toda a parte empresarial como também de marketing.
Infelizmente, a pressão de cuidar praticamente sozinho da maior banda do mundo, somada a seus conflitos internos por não se aceitar como homossexual o levaram ao abuso de bebidas e remédios. Em 27 de agosto de 1967 ele morreu de overdose; pode não ter sido aos 27, mas foi aos 32. O pop não poupa ninguém — nem os empresários.
O vácuo deixado pela súbita ausência da liderança e figura paterna de Epstein, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr começaram a bater cabeça com coisas nas quais não passavam de amadores. Dali surgiram as tensões que em questão de poucos anos resultaria na separação do quarteto.
Em entrevista para Jann Wenner, fundador da Rolling Stone, Lennon relembrou: "Depois que Brian Epstein morreu, entramos em colapso. Paul McCartney assumiu o controle e supostamente nos liderou, mas o que é liderança quando se anda em círculos? Foi ali que nos separamos. Aquela foi a causa da separação, sabe."
"Quando recebi a notícia da morte dele a gente estava no País de Gales com o guru indiano Maharishu. [...] [De imediato] eu sabia que a gente estava ferrado: eu não tinha qualquer ilusão sobre nossa capacidade de fazer qualquer coisa fora música. E fiquei assustado! Para mim a gente tava lascado."
"Parece que Paul sentia [...] que a gente tinha que ser grato a ele [...] por ter mantido os Beatles funcionando. Só que, se você reparar, só manteve a banda em atividade para seu próprio bem! Não foi por mim que Paul lutou. Paul tentou continuar como se Brian não tivesse morrido; como se dissesse 'Bora lá, galera, vamos gravar um disco'.
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