The Sensational Alex Harvey Band : 16 músicas para conhecer a clássica banda escocesa
Por Flavio Gasperini
Postado em 05 de novembro de 2023
Alex Harvey era uma cara que não desistia fácil. Nascido em 1935 em Glasgow na Escócia, o cara já estava na música antes mesmo do Rock existir, participando de grupos de Skiffle (que exerceu muita influência na concepção do que se tornaria o rock n’ roll). Passou por altos e baixos durante os anos 60, tendo certo reconhecimento em seu país natal, quando participou do musical "Hair", que teve algumas de suas composições inseridas no espetáculo local.

Mas foi em 1972, que formou junto a Zal Cleminson (guitarra), Chris Glen (baixo), e os primos Ted e Hugh Mckenna (bateria e teclado, respectivamente) a Sensational Alex Harvey Band. Um time de primeira que lançou pérolas como "Framed" (1972), "Next" (1973) e "The Impossible Dream" (1974). Infelizmente Harvey faleceu em fevereiro de 1982, devido a problemas cardíacos. Trago aqui para vocês 16 sons essenciais para conhecer esse doido genial e sua corja.
16- "Swampsnake" (Next, 1973)
Abrimos nossa lista com a faixa de abertura de "Next" de 1973. Disco esse que considero o melhor do grupo. Aqui temos um exemplo de Glam Rock cadenciado com influências de Blues (a gaita de fundo durante as estrofes não deixa mentir), seguindo a linha de" The Jean Genie" de David Bowie e "Blockbuster" do Sweet, ambas influenciadas por "I Wish You Would" de Billy Boy Arnold. Um retrato perfeito do que rolava na época.
15 - "The Dolphins" (Rock Drill, 1978)
O último disco feito pela SAHB não contou com o tecladista Hugh Mckenna, que processava a banda na época, mas mesmo assimtemos algumas músicas co-escritas por ele, como o caso de "The Dolphins".
O guitarrista Zal Cleminson considera essa uma das três melhores faixas da carreira da banda. Ele brilha durante a canção toda, assim como o tecladista do álbum, Tommy Eyre. Um som mais cadenciado, com um belo groove e uma melodia apoteótica que torna "The Dolphins" um som para ser apreciado.
14 - "Tomahawk Kid" (The Impossible Dream, 1974)
Com sua introdução sensacional de teclado conduzida por Mckenna, "Tomahawk Kid" evolui para um rock pesado e, ao mesmo tempo, teatral. Com referências como à Billy Bones (Ilha do Tesouro) e a mão peluda do Capitão Dan, esse é um dos sons que representam muito bem o humor da banda.
13 - "Snakebite" (Tomorrow Belongs To Me, 1975)
Sim, eu sei que o riff principal parece muito "Whole Lotta Love" do Led Zeppelin, mas convenhamos, a própria já era uma fusão de outras coisas. O groove da faixa é bem funky, lembrando algo que a saudosa Betty Davis faria.
O cunho sexual da letra, característico das composições de Harvey, também possui momentos cômicos, já que se repete a frase "Ela era mulher de outro homem". Doido.
12 - "Boston Tea Party" (SAHB Stories, 1976)
Um dos grandes hits da banda, "Boston Tea Party" traz Harvey explicando o motivo pelo qual estadunidenses bebem tanto café e dando uma lição (?) de história norte-americana. O evento tem esse nome, já que em 1773, os colonos ingleses em Boston se rebelaram contra o governo britânico e lançaram toneladas de chá ao mar que vieram em navios. Harvey também traz cultura em suas peripécias!
11 - "Tomorrow Belongs To Me" (Tomorrow Belongs to Me, 1975)
Música que faz parte do musical "Cabaret" de 1966, e que ficou conhecida pela adaptação de 1972 no filme de mesmo nome. Polêmica, pois é cantada no filme por um menino usando o uniforme de Mr.Hilter. Mesmo sendo escrita por dois judeus como um hino anti-fascista, acabou adotada por grupos fascistas e de extrema-direita, que a utilizam como trilha sonora até hoje.
A música foi regravada pela SAHB, e pelo menos politicamente, o guitarrista Zal Cleminson é abertamente de esquerda (ele é bem ativo em seu Facebook contra os conservadores, ou "Tories" como ele os chama). Mesmo assim, se fosse lançada hoje, daria dor de cabeça. Polêmicas à parte, essa versão é simplesmente fantástica e belíssima.
10 - "Midnight Moses " (Framed, 1972)
Hard Rock de primeira, esse som foi regravado um tempo atrás pelos Dead Daisies. Um riff sensacional de Cleminson e uma interpretação nota 11 de Harvey. Me pergunto às vezes se ele não serviu de influência para Bon Scott (AC/DC), já que os dois possuem um timbre parecido em devidos momentos. Essa música representa muito bem o disco "Framed" que já serviu como uma bela estreia na discografia da SAHB.
09 - "Next " (Next, 1973)
A faixa-título de "Next" traz uma história hilária e interpretada de forma totalmente teatral que poderia ser fácil transformada em um filme musical por si só. Corpos nus se seguindo, casos de gonorreia, joelhos parecendo gelatina. Como não amar um trem desses?
Escrita pelo francês Jacques Brel, ganhou versão em inglês por Scott Walker. Mas a versão de Harvey se tornou a definitiva, com certeza.
08- "Hammer Song " (Framed, 1972)
Uma das faixas do disco que já tinha sido gravada por Alex Harvey anteriormente a SAHB, aqui tem sua melhor versão. Começa de maneira quase folk, com Harvey servindo de "crooner". Um pouco após a metade da canção, o peso vem com um riff certíssimo de se fazer inveja à bandas aspirantes ao som pesado da época. A produção mais crua do álbum deixa tudo ainda mais delicioso.
07- "Who Murdered Sex?" (Rock Drill, 1978)
"Quem assassinou o sexo?", pergunta Harvey. Uma crítica a exploração sexual feita pelas Playboys da vida, e toda a questão do fetichismo. Bom, pelo menos é o que parece. Mas estamos falando de Alex Harvey, então, quem sabe?
A música possui um riff pesado e também momentos magníficos com os backing vocals da banda. Alguns falam mal desse derradeiro álbum, mas as duas faixas que inclui aqui trazem uma qualidade altíssima.
06- "Dogs Of War" (SAHB Stories, 1976)
Não canso de exaltar o trabalho de Zal Cleminson como guitarrista. Que brilha muito nessa faixa, mas destaco também a cozinha que mantém um groove "para trás", com a melodia principal flutuando pelas estrofes. Genial. O refrão traz aquele tom debochado de sempre, com uma levada marcial na caixa, devolvendo o riff principal com maestria.
A letra é nada menos que fantástica. E a interpretação de Harvey não destoa da pedrada que é o riff principal. Pelo contrário.
05- "Gang Bang" (Next, 1973)
Se David Bowie ou o execrável Gary Glitter, compusessem uma música completamente bêbados em 1973, soaria algo como "Gang Bang". Um Rock safado dos bons, com requintes do Glam da época, que funciona com os arranjos de saxofone e piano.
Liricamente, ela faz o Steel Panther parecer a galinha pitadinha. "Lá estavam vinte e sete caras/uma surpresa…". Claro que não envelheceu bem, os tempos eram outros, mas é uma sonzera típica da SAHB.
04 - "River Of Love" (The Impossible Dream, 1974)
Um Hard Rock com um riff delicioso e um groove meritíssimo, com letra sacana e uma ponte simples que funciona e muito. A parte B da música é muito bem arranjada, com um uso de violões e synths antes de voltar para o tema principal, que é bêbado e maravilhoso. Uma das melhores músicas da época. Memorável.
03 - "Vambo Marble Eye" (Next, 1973)
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Se o Nazareth fosse uma banda debochada, faria um som desse com certeza. "Vambo" é um personagem recorrente na discografia da banda. Descrito como uma mistura de Papai Noel e Capitão Marvel, é nada mais do que uma referência ao próprio Alex e suas aventuras quando adolescente.
Um refrão chiclete e com ótimos backing vocals. Um som que não sairá tão fácil da sua cabeça. VAMBO RULES.
02 - "Anthem " (The Impossible Dream, 1974)
Simplesmente uma das músicas mais lindas da história do rock. A introdução crescente com o belíssimo vocal feminino entoando a melodia, cortesia da talentosa Vicky Silva e do regimento militar da London Scottish.
O solo é simplesmente épico, com a cozinha e os teclados também fazendo sua parte. Em quase seus oito minutos, "Anthem" emociona pelo detalhe, pelo cuidado e pela genialidade. Harvey conseguia compor uma galhofada como "Gang Bang" e algo tão majestoso como "Anthem" ao mesmo tempo. Majestoso e emocionante.
01 - "The Faith Healer " (Next, 1973)
Outro dia, debatia online com amigos qual seria a melhor introdução da história do Rock, e imediatamente "Faith Healer" me veio a cabeça. Como ela vai ganhando dinâmica, começando com um sintetizador e percussão, introduzindo cada instrumento de cada vez até chegar no riff principal e ganhar peso. Simplesmente fantástica.
A canção toda tem uma atmosfera quase religiosa (vide o título da canção) e parece que toca seu ouvinte como se estivesse em um culto. Ela foi utilizada durante muito tempo pelo UFO como introdução para seus shows e recentemente ganhou uma boa versão dos ingleses do Saxon. Um clássico indiscutível que fecha essa lista com chave de ouro.
Espero que com essa seleção, aqueles que não conhecem possam se divertir com uma das bandas mais interessantes da década de setenta, que com seu bom humor e musicalidade genial, registrou canções eternizadas em vinil. Ah, e deixei de fora "Delilah", música que ficou famosa pelo grupo em seu disco ao vivo. Mas acredito que essas selecionadas demonstram melhor o que banda a SAHB foi.
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