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Aquiles Priester: Angra, Hangar e a cena do metal no Brasil

Por Ricardo Seelig
Fonte: Collector's Room
Postado em 27 de fevereiro de 2011

Aquiles Priester concedeu uma entrevista exclusiva ao Blog Collector's Room, cujo autor, Ricardo Seelig, gentilmente cedeu para republicação aqui no Whiplash!, confira:

Aquiles, como surgiu a ideia do livro De Fã a Ídolo?

A ideia é antiga. Começamos em 2006, logo no começo do ano. Não tínhamos uma data ou qualquer cronograma. Apenas tive a ideia de fazer uma biografia, por que muitas pessoas me escreviam comentando sobre a biografia que tinha no meu site, onde eu contava sobre todas as fases da minha vida, de forma bem abreviada. Então, cheguei à conclusão que seu eu pudesse reunir a minha história num livro, poderia ser muito legal para ter um documento histórico da minha vida, e isso poderia atingir também as pessoas que se identificavam com o meu trabalho.

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O livro foi baseado em diversas entrevistas suas ao jornalista Antônio Carlos Monteiro, certo? Você poderia contar pra gente como rolaram essas sessões?

Nós nos encontrávamos em estúdios onde eu estava ensaiando, na casa do Tony e até mesmo em pockets shows do Hangar em algumas livrarias. Era só a gente ver uma brecha nas nossas agendas que dávamos sequência ao projeto.

Lembrando hoje de tudo o que você viveu para realizar o seu sonho de tocar bateria, de ter a sua própria banda, de viver de música, enfim, como você se sente?

Muito feliz! Jamais tive outra fase da minha vida que eu estivesse tão equilibrado com o meu trabalho e família. Os últimos anos foram muito produtivos. Além da minha biografia, também pude lançar um novo DVD com repertório somente do Hangar e do Freakeys. Esse DVD gerou interesse de uma empresa dos EUA, a Mel Bay Publications, e agora o DVD The Infallible Reason of my Freak Drumming está lançado no mundo todo, e com certeza isso me dará uma grande projeção no mercado de bateristas dos EUA. Já começou, pois nesse ano fui indicado em duas categorias da votação dos melhores da revista Modern Drummer USA. Na primeira categoria estou concorrendo a melhor DVD Instrucional do ano, e na segunda como melhor baterista de prog, dividindo a indicação com Neil Peart, Mike Portnoy, Gavin Harrison e Marco Minnemann.

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Se eu for pensar que sempre assisti a DVDs desses caras na sala da minha casa, chegar a ser surreal eu ser indicado e um possível candidato a melhor baterista de prog do mundo de 2010. A revista Modern Drummer é a maior publicação sobre bateristas no mundo, e para melhorar ainda mais as perspectivas fui convidado para tocar no festival desse ano, que acontece no dia 21 de maio em New Jersey. Até onde sei, sou o primeiro baterista de heavy metal do Brasil a ser convidado para se apresentar no festival. O Airto Moreira também já se apresentou no festival e o Elóy Casagrande venceu o concurso Modern Drummer Contest até 18 anos de idade, e se apresentou por lá em 2005.

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O que chama a atenção, e talvez seja o maior diferencial em De Fã a Ídolo, é a nítida intenção do texto em mostrar que, quando se quer uma coisa de verdade, vale a pena lutar até conseguir realizá-la. Esse direcionamento veio de você ou foi uma sugestão de outra pessoa?

O resultado das entrevistas que dei para o Antônio Carlos Monteiro geraram um texto bruto que foi trabalhado por uma escritora chamada Circe Brasil, que mora em Porto Alegre. Quando se tem uma editora envolvida num projeto com esse, a decisão final não é só sua. O que fica claro no livro é a história de um garoto que queria ser baterista de uma banda de heavy metal, e até os 18 anos de idade morava em Foz do Iguaçu (onde não acontecia nada muito profissional em termos de música), e saiu de lá em busca do seu sonho. O livro deixa claro que não é preciso nascer em berço esplêndido para ser dar bem quando se tem uma grande paixão, mas que você precisa saber claramente o que quer e trabalhar muito duro para alguma coisa acontecer na sua vida, independente da área que atue.

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Você deixa claro no livro a sua grande admiração pelo Iron Maiden, principalmente por Steve Harris e Nicko McBrain. Mesmo depois de viver tudo o que você viveu, de ter se transformado, como o título do seu livro diz, de um mero fã em ídolo de um grande número de pessoas, ainda mantém viva a admiração pelo Maiden?

Com certeza! Em minha opinião, o Iron Maiden é a maior identidade musical dentro do universo heavy metal. Ter um cara visionário como o Steve Harris e um cara apaixonado como Rod Smalwood é tudo que uma banda precisa para dar certo. Eu não tenho a menor dúvida que o trabalho da banda sem o Rod seria diferente. É muito interessante ver o brilho dos olhos dele quando ele fala do Maiden nos DVDs da banda. É real e verdadeira a sua paixão pela banda.

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Lendo o livro, é inegável não tocar no assunto Angra. Você mantém alguma relação com os integrantes atuais da banda?

Nenhuma. Não temos o que falar, e em alguns casos nos encontramos em feiras e nada mais. Não existe nenhuma ligação ou comunicação entre a gente.

Depois de toda a experiência vivida ao lado do Angra nos sete anos em que você passou na banda, o que você pensa, hoje em dia, sobre Kiko Loureiro, Rafael Bittencourt, Edu Falaschi, Felipe Andreoli, e também sobre Ricardo Confessori, que voltou ao grupo depois da sua saída?

Não penso nada. Nunca me preocupei com o passado, já passou e não tem nada que eu possa fazer. Nos desgastamos e conto a minha versão dos fatos na minha biografia, e sempre deixo bem claro que aquilo é a minha versão, e que cada um da banda poderia interpretar os fatos de uma maneira. Foi muito bom enquanto durou, mas não posso encerrar a minha carreira por não fazer mais parte do Angra, e isso fica claro na minha biografia. Muitos fãs comentam comigo que a banda mudou desde a minha saída e que muitas músicas que gravei são tocadas mais lentas nos shows e com arranjos completamente diferentes. Eu sempre agradeço aos fãs pelo carinho e lealdade, e digo que agora não há nada que eu possa fazer. Quem precisa se preocupar com os comentários sobre a banda ao vivo é o próprio Angra. Estou muito focado no Hangar e nós nos preocupamos muito com a nossa fidelidade ao vivo. E os nossos fãs nos agradecem por isso.

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Você deixa claro que o Angra é centralizado no Kiko e no Rafael, que são os "donos" da banda, e cita inclusive que o Edu e o Felipe chegaram a sair por um breve período do grupo, junto com você. Um músico que não tem espaço para se expressar deve se sentir bastante frustrado, não é mesmo?

Eu, pelo menos, me sentia. Acho que nos dois últimos discos do Hangar fica claro que minhas letras e ideias de composições não são tão fracas que não poderiam ser usadas no material do Angra. Direitos autorais geram dinheiro numa banda que vende milhares de discos ao redor do mundo. Tenho certeza que a minha saída definitiva deve ter melhorado as coisas para quem ficou no grupo nesse aspecto. Enquanto eu estava na banda sempre existiu uma grande preocupação em não deixar vazar que as coisas estavam indo para o mesmo rumo da primeira separação do Angra. Quem quiser saber de detalhes, vai ter que ler o livro.

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Achei muito interessante a frase que você usou para classificar o Kiko Loureiro em uma passagem, dizendo que ele "poupava ser agradável". A impressão que eu tenho é que tanto você quando o Kiko tem personalidades fortes e uma liderança nata, o que dificultou a convivência quase de imediato. Estou correto nisso?

Na verdade, não. A frase usada dessa forma fica sem nexo e parece gratuita. Eu aconselho aos interessados uma boa leitura para tirar suas próprias conclusões. Nunca tive problemas em aceitar a liderança dentro de qualquer trabalho, desde que ela fosse clara, honesta e tivesse fundamento.

Você deu uma entrevista para a Roadie Crew no seu período final no Angra onde falou tudo o que sentia, colocando para fora tudo o que estava vivendo no período. Como a banda reagiu a isso?

Nessa época já não tínhamos nenhum contato. De certa forma, fui muito claro em relação aos meus problemas dentro do Angra e por que estava ficando difícil a nossa convivência. Onde tudo isso fica claro é na biografia. Em momento algum na biografia tento denegrir a imagem da banda, só relato os fatos. Os leitores que devem tirar as suas conclusões e tomando ou não, isso não muda nada. São apenas fatos, não estamos julgando quem está certo ou errado. O Angra sempre será o Angra e respeito a história da banda. Só estou dividindo a minha visão da história com quem está lendo a biografia.

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Hoje, passado já um tempo que você deixou o grupo, como você avalia a sua passagem pelo Angra? Você diria que o seu período no grupo foi fundamental para a sua afirmação como músico?

Com certeza! Sempre deixei isso muito claro e volto a afirmar: sem o Angra não existiria o Aquiles Priester de hoje! Mas mesmo que eu tivesse entrado na banda sem muita experiência, ao longo dos anos eu fui melhorando, mas o tratamento da gerência do grupo não mudava. Isso gerava muita frustração, e comecei a me sentir improdutível na banda.

Aquiles, você sempre tratou muito bem os fãs e sempre foi muito acessível com a imprensa, seja um veículo com circulação nacional ou com repercussão mais restrita. Sempre admirei muito esse aspecto da sua personalidade, pois mostra um respeito não só pelos fãs, mas por todo mundo que faz essa engrenagem funcionar. Infelizmente, o seu comportamento acaba sendo uma exceção, já que o que não falta são artistas com um disco gravado e com o rei na barriga. Você acha que essa postura sua vem do fato de ter passado anos e anos na luta, tocando em bandas menores, chegando a abandonar a música, e só depois ter voltado a ela? Essa jornada toda fez você entender melhor a importância dos fãs e, consequentemente, tratar seus admiradores sempre com atenção?

Com certeza, não. Educação vem de berço e a única coisa que tenho certeza nessa vida é que a gente colhe o que planta e a colheita é feita aqui na terra, nessa vida. Como posso não tratar bem as pessoas que me dão o privilégio de ter a vida que tenho? Devo tudo aos fãs e as pessoas que fazem parte da engrenagem da roda viva do heavy metal. Gosto muito de poder ter uma conversa franca com as pessoas que admiram meu trabalho. Não espero nada em troca, apenas quero retribuir o carinho e atenção que recebo.

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Você gravou três discos com o Angra – Rebirth (2001), Temple of Shadows (2004) e Aurora Consurgens (2006), mais o EP Hunters and Prey (2002) e o ao vivo Rebirth World Tour: Live in São Paulo (2003). Qual a sua opinião sobre cada um desses discos? Qual o seu preferido?

Acho que o Rebirth foi um divisor de águas na carreira da banda. A banda renovada e com vontade de se superar, principalmente ao vivo. O Temple of Shadows é um grande disco! Posso até dizer que é uma obra-prima, como muitas pessoas falaram ao redor do mundo. O Aurora foi composto e gravado numa época que a banda já estava se esfarelando. A pré-produção desse disco foi feita na minha casa, e tínhamos problemas quase que diariamente. As gravações desses discos fazem parte da minha história de vida, portanto também estão no livro.

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Na minha opinião, o Temple of Shadows é uma obra-prima e entra fácil em qualquer lista com os melhores discos de power metal / metal melódico de todos os tempos. Pra você que estava lá: que fatores levaram vocês a gravar um álbum tão sensacional assim?

Tem uma coisa engraçada que aconteceu num período muito próximo de iniciarmos a gravação desse disco. Fizemos uma auditoria nas contas da banda, pois tinham nos apresentado uma conta onde eu, o Edu e o Felipe devíamos dinheiro para o Angra por termos recebido o pagamento da maioria dos shows adiantados. Quando finalmente fecharam todas as contas, quase dois anos depois de termos iniciado a Rebirh World Tour, éramos devedores e tivemos que fazer o primeiro acerto financeiro para seguir adiante com as atividades do grupo. Provamos através da auditoria que o Angra nos devia e não nós que devíamos nada para o grupo. Se você tem músicos bons, boas músicas e um bom produtor, tudo conspira para se ter um bom disco. E mesmo a gente tendo passado por problemas anteriormente à gravação do Temple of Shadows, depois que tínhamos acertado os problemas, seguimos em frente.

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Tivemos uma fase muito boa de setembro de 2004 até o início de 2005. Sugeri à banda que fizéssemos um exercício que aprendi num dos cursos para executivos que fiz na Dana, que consistia em você falar tudo que pensava a respeito dos seus colegas de trabalho sem que eles pudessem contestar e na frente deles. Estávamos na França e o Fábio Laguna também participou do exercício. Foi muito bom, pois a pessoa que estava sendo comentada ficava em volta da mesa onde os outros integrantes comentavam sobre ela, qualidades boas e ruins. Muitos fantasmas foram embora naquelas duas tardes que ficamos sozinhos conversando. Falamos sobre muitas coisas e tudo foi colocado para fora por todos. Aprendemos muito uns com os outros fazendo o exercício. Relatávamos fatos e acontecimentos para exemplificar a conversa. Durante um tempo, fazíamos reuniões semanais somente com os integrantes da banda e conseguimos resolver muitos problemas na época. Em minha opinião, foi a melhor fase do Angra.

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Chega de Angra, vamos falar de outras coisas agora. Como instrumentista, em que aspectos você acha que precisa evoluir ainda?

A minha busca pela melhoria contínua será eterna. Nunca estou satisfeito e sempre acho que posso aprender e melhorar mais, não só como instrumentista, mas também como pessoa.

O que um baterista deve fazer para se tornar um instrumentista tão bom quanto você?

Como já falei, estou em constante evolução e sigo estudando e tentando descobrir coisas novas. Acho que isso, aliado à dedicação ao instrumento e à música, já é um bom começo... ;)

Com quem você gostaria de tocar um dia e ainda não conseguiu?

Tocar algumas músicas com o Steve Harris não seria nada mal (risos). Sempre fui ligado em música instrumental e sempre gostei de discos de guitarristas. Ano passado, quando toquei numa turnê com o Vinnie Moore, realizei um grande sonho. Tocar com o Vinnie foi um grande aprendizado. Foi maravilhoso tocar todos os seus clássicos que eu costumava ouvir em casa. Agora, como pessoa, ele é mais surpreendente ainda. Ele é um grande cara! Extremamente acessível e educado. Nos divertimos muito e nos demos muito bem logo de cara, não só eu e ele, mas toda a banda, que também incluía Mike DiMeo e Lars Lehmann.

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O Hangar tem se destacado não só pelos bons discos que vem lançando, mas principalmente pela forma extremamente profissional com que leva a sua carreira. Pode falar um pouco a respeito disso pra gente?

Estamos passando por uma grande fase da banda e nos aproximando cada vez mais dos nossos fãs. O fato de termos um ônibus personalizado para viabilizar nossos shows e workshows nos dá uma grande independência para cuidar da nossa agenda e fazer os roteiros mais apropriados. Quando um fã vai num show da The Infallible Tour, ele percebe que existe algo novo e excitante ali, e isso vai desde a música, cenário, equipamento, até a equipe que trabalha conosco. Tudo isso precisa ser conectado, precisamos de pessoas que entendam a paixão que sentimos pela banda e pelos nos fãs!

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Como está a banda atualmente? Quais são os planos para o futuro do Hangar? Já existe previsão de lançamento de um novo disco?

Estamos no meio da primeira parte da The Infallible Tour 2011, que iniciou na segunda-feira dessa semana em Ribeirão Preto (dia 14/02) e depois passamos por Londrina, Goiânia, Anápolis, e agora estamos indo para Timbó, em Santa Catarina, onde eu participo de um encontro de bateristas fazendo um workshop e a banda faz um show no mesmo dia, mas à noite. Quando falo agora, é agora mesmo, pois estou respondendo essa entrevista sentado na minha confortável poltrona do Infallibus, enquanto a banda e a equipe assistem o filme Homem de Ferro 2, mas nosso filme de cabeceira é o Tropa de Elite. Fazendo o que temos feito e agindo da forma que agimos, temos que ser da Elite do Metal para dar conta de uma agenda como essas (risos)!

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Como você vê a cena atual brasileira? Na sua opinião, que bandas de metal merecem destaque no Brasil atualmente?

Acho que a cena brasileira está sendo engolida pelos shows internacionais e pelas bandas covers. Acho isso lamentável, mas é o que está acontecendo.

Em 2006 entrevistei você para a Collector’s Room. Você ainda mantém uma coleção de discos? E os itens relacionados à Coca-Cola, continua comprando?

Sim! A coleção continua, mas digamos que agora estou mais seletivo em termos de produtos da Coca-Cola, mas os discos e CDs não param de aparecer. No meu iPod tenho mais de 8 mil músicas, e tenho orgulho de dizer que nenhuma é baixada ou pirateada. Tudo que está no meu playlist está na prateleira de CDs que tenho em casa. É apenas questão de ética profissional. Eu não condeno e não tenho nada contra quem faz donwloads, pois como sei o preço que custa para se fabricar um CD, sei que o preço de venda é abusivo e muito acima do que deveria ser cobrado, e o pior é que essa margem toda não vai para o artista, vai para a gravadora.

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Como você se vê daqui há dez anos? Ainda tocando metal ou acha que estará navegando por outros mares?

Não faço a mínima ideia, só quero estar feliz e fazendo o que quero. Acho que agora cheguei num ponto que não posso mais voltar atrás, preciso seguir adiante, pois ainda existe muita coisa que quero fazer e ainda me sinto muito hábil para realizá-las.

E o seu filho, já está seguindo os passos do pai e batucando por aí?

Acho meio natural isso acontecer agora, pois ele vê isso o tempo todo em volta dele. Mas não estou preocupado com isso agora. Quero que ele curta os três anos de idade que tem, e se divirta como achar melhor. Geralmente quando estou em casa mexendo em alguma coisa no meu estúdio ele pede se pode ir junto ajudar o papai. Acho isso demais!

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Aquiles, muito obrigado pela entrevista e parabéns pelo livro, que, além de ótimo, é uma grande lição de vida. Abraço e sucesso pra você!

Ricardo, obrigado pelo espaço. O prazer sempre será meu e desejo a todos muita sorte na realização dos seus sonhos. Visitem: www.hangar.mus.br e www.aquilespriester.com

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Sobre Ricardo Seelig

Ricardo Seelig é editor da Collectors Room e colabora com o Whiplash.Net desde 2004.
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