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Sabre: desde 2004, nas estradas do Rock n' Roll

Por Ben Ami Scopinho
Postado em 10 de setembro de 2010

Graças ao carisma de seu Hard Rock, o Sabre, oriundo de Santa Catarina, vêem desde 2004 liberando registros cuja repercussão avança lentamente, mas de forma muito consistente, para outros estados do Brasil.

Tendo no vocalista e guitarrista Elias Scopel seu mentor, e contando com os novatos Jean Medeiros (baixo) e Filipe Argenton (bateria), está sendo liberado agora seu terceiro EP, "Rock n´Road", que mostra o trio investindo em alguns novos elementos em sua música. O Whiplash! conversou com Elias para saber mais acerca deste novo trabalho, que se revela um item bastante indicado aos amantes do gênero.

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Whiplash!: Olá! O Sabre surgiu em Videira, uma cidadezinha do interior catarinense. Elias, considerando que seja o fundador, o que você fazia antes de se tornar músico, e o que levou ao início da banda?

Elias: Olá galera! Então, eu comecei a tocar violão por volta dos 13 anos de idade e desde o início sempre estive metido no meio de bandas e músicos aqui em Videira (SC) e região. A idéia de formar o Sabre veio com a necessidade de mostrar algo que sempre gostei de fazer: compor. Na época eu morava em Curitiba (PR) e nas férias de verão, quando voltei para Videira, intimei o antigo batera Mario Oliva para montarmos uma banda com som próprio, e a partir daí mostrei a ele todas as idéias de músicas e ele contribuía com algumas letras.

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Whiplash!: Em 2005 o Sabre lançou o EP "Boemia", e em 2007 veio o EP "Estrada de Rosas" e o CD "Burning Wheels". Como foram as críticas em relação a estes trabalhos?

Elias: Cara, sinceramente, achei que teríamos uma repercussão razoável, mas as críticas foram além disso. Sites e revistas conceituadas faziam resenhas cada vez melhores, que ajudaram a banda a criar um nome forte na cena underground do Rock, apesar de sair de cara com um EP, sem mesmo ter gravado uma Demo ou algo do tipo. O EP "Boemia" teve uma grande repercussão no Paraná e Santa Catarina com as músicas "Boemia", "In Your Eyes" e "Rainy Nights". O EP "Estrada de Rosas", na região meio-oeste catarinense, teve a música-título tocada inúmeras vezes em várias rádios, até mesmo pelo fato de ser cantada em português. O CD "Burning Wheels" veio e caiu como uma luva para os apreciadores de Hard Rock, que nos rendeu alguns shows pelo estado de São Paulo. Então, o que posso dizer é que as críticas sempre foram positivas e, apesar de o mercado do Rock’n Roll ser meio complicado, a banda consegue ir firmando seus passos.

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Whiplash!: Seu estilo quase perfeitamente tipifica o som Hard dos anos 80, com linhas melódicas que todos podem desfrutar. Qual é o ingrediente mais importante para uma música do Sabre?

Elias: Com certeza, a melodia, sem uma boa melodia me limito a compor, infelizmente (risos).

Whiplash!: "Rock n´Road" se caracteriza por não contar mais com o baixista Maschio, além de o co-fundador e baterista Mario Oliva também abandonar seu posto quando o novo EP estava quase pronto. O que rolou, afinal?

Elias: Com o Wagner foi a distância, como ele continuava a morar em Curitiba e também por estar dedicando muito do seu tempo aos estudos, acho que foi mais ou menos isso (risos). Com o Mario foram alguns conflitos que preferimos não comentar (risos), coisas de banda (risos). Mas está tudo bem (risos).

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Whiplash!: Ainda que se mantenha fiel às raízes, "Rock n´Road" também mostra o Sabre explorando outros elementos em seu Hard Rock. Como rolou esse processo, e qual a idéia por trás destes experimentos?

Elias: Barbaridade (risos), na real fluiu tudo naturalmente, não foi feito ou combinado algo, simplesmente tinha essas músicas, fomos ao estúdio do atual batera e gravamos. Utilizamos alguns ritmos diferentes e outros instrumentos também. A região de Videira é um celeiro musical, existem tantos músicos bons que ninguém faz idéia, e acabamos convidando alguns amigos para participar tocando violino, sax, teclado, etc. Acho que as bandas não devem se limitar a uma única fórmula, isso pode muitas vezes beirar ao comum, mas também deve-se cuidar para não sair muito da proposta.

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Whiplash!: Bom, na realidade, há uma canção que foge completamente do que o Sabre fez anteriormente... Poderia falar sobre a faixa "82’"? É uma espécie de country que encerra a audição de forma muito bacana!

Elias: In the year of eighty-two, the year I was born (risos). Essa música, se você prestar atenção na letra, está de trás para frente, e foi justamente essa a proposta, ela começa no ano de 1987 e vai regredindo até o ano de 1980, um ano antes de meus pais se casarem e eu nem ser cogitado a existir (risos). É uma boa música para pensar e dar risada. Além de uma ‘briga’ que gravamos no estúdio, que deu uma boa incrementada na canção (risos).

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Whiplash!: Qual a opinião de vocês sobre a atual cena underground brasileira? Não me parece que o fato de serem de uma região afastada da capital, e de uma Santa Catarina que não possui tradição Rock n´ Roll, atrapalhe seu trabalho...

Elias: Essa é uma questão delicada, a cena é boa, porém ainda falta estrutura. Você não consegue, por exemplo, tocar com uma remuneração no mínimo decente. Ainda temos a cultura que banda de Rock/Metal toca por cachaça e isso quebra esse tipo de comércio, porque se existem duas bandas, e uma cobra um cachê decente, e a outra toca por cerveja, contratam a mais barata. E, fora isso tem a questão do som próprio e do cover, as bandas que tocam cover ganham geralmente mais que as que tocam som próprio.

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Elias: O cenário precisa melhorar em algumas questões e para isso as bandas deveriam se unir mais para garantir seus direitos. Tivemos a sorte de tocar muito em Curitiba no início da banda, em 2005 e 2006, lá foi onde as portas se abriram mesmo. No ano passado tocamos por São Paulo e nos principais festivais catarinenses, esse ano tocamos no litoral de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o que foi muito legal.

Whiplash!: Pois bem... Nestes cinco anos vocês obtiveram algumas conquistas importantes para uma banda independente. Destas, qual foi o momento mais marcante para o Sabre?

Elias: Acho que foi tocar no estado de São Paulo, tocar com alguns músicos que são nossos ídolos, como Edu Ardanuy, Graham Bonnet, Glenn Hughes, Confessori, entre outros. Acho que poder ter algo gravado e mostrar a sua cara é a maior conquista.

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Whiplash!: Pode ser meio cedo, mas, considerando que "Rock n´Road" seja um EP... Quais os planos a partir de agora? Há apresentações agendadas?

Elias: Os planos são fazer shows e gravar o próximo material. Temos muitas ideias para o futuro, mas o que nos limita ainda é o financeiro para colocá-las em prática. Mas, devagar e com calma, as coisas andam. Se não acabar a cerveja, está tudo ok (risos).

Whiplash!: Beleza, pessoal, o Whiplash! agradece pela entrevista e deseja boa sorte na divulgação de "Rock n´Road"! O espaço é de vocês para as considerações finais...

Elias: Muito obrigado ao Whiplash! e ao Ben pelo espaço e oportunidade de falar um pouco. Esperamos um dia nos encontramos para tomar uma cerva pela estrada. Acessem no MySpace www.myspace.com/sabrerock , lá vocês encontram músicas, vídeos, links para o Twitter, Facebook, etc... Hasta Boemia.

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Sobre Ben Ami Scopinho

Ben Ami é paulistano, porém reside em Florianópolis (SC) desde o início dos anos 1990, onde passou a trabalhar como técnico gráfico e ilustrador. Desde a década anterior, adolescente ainda, já vinha acompanhando o desenvolvimento do Heavy Metal e Hard Rock, e sua paixão pelos discos permitiu que passasse a colaborar com o Whiplash! a partir de 2004 com resenhas, entrevistas e na coluna "Hard Rock - Aqueles que ficaram para trás".
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