Penélope - Entrevista exclusiva.
Postado em 10 de fevereiro de 2000
Entrevista por Raissa Bayley
Colaboração Ana Therezo
Whiplash! / Como vocês começaram e a quanto tempo estão juntos?
Constança / A banda foi formada há 5 anos em Salvador. A Érika e eu (Constança) tínhamos uma banda acústica, "Lucy", e dela veio a idéia de formar a "Penélope", que soaria tipo trilha sonora de desenho animado, blá, blá... Convidamos o Mário, que tocava na "Úteros em Fúria", depois veio o Luizão, que iria ensinar uma guitarrista a tocar e acabou ficando e, por fim, já na gravação do disco, a super power baixista Erika Nande.
Whiplash! / O nome da banda, inicialmente "Penélope Charmosa", foi inspirado no desenho "Corrida Maluca"? Gostaríamos de saber o porque da mudança.
Constança / Sim. A idéia era fazer um som divertido, tipo trilha sonora de desenho animado, já ouviu a trilha da Hanna Barbera? Daí veio a Penélope Charmosa, a mais feminina e doce personagem que daria o nome da banda, no início formada por 4 meninas e o Mário (vestíamos ele de menina também, era engraçado!!). O nome mudou porque a marca Penélope Charmosa é de propriedade da Hanna Barbera e, a exemplo do Jota Quest, tivemos que nos contentar só com o Penélope e ficamos realmente contentes.
Whiplash! / A idéia inicial de vocês, era criar uma banda de meninas com cara de menina. Isso é possível, mesmo estando o rock associado a uma imagem caracterizada de performances masculinizadas?
Constança / Claro que é. A prova é a Penélope!!!!! Só que isso era idéia de 5 anos atrás, hoje há várias bandas de meninas com cara de meninas, elas vão aparecer, aguardem...
Whiplash! / Hoje em dia, é muito difícil conseguir o reconhecimento merecido, principalmente por vocês serem uma banda vinda da Bahia, onde o cenário musical está mais relacionado a outros estilos, como: axé, pagode, etc... Como vocês conseguiram chegar as paradas de sucesso?
Constança / É verdade. É bem mais difícil sair de um lugar onde só havia espaço para um estilo musical. Para isso foi necessário contar com a organizada cena pernambucana do Mangue Beat, participamos do Abril pro Rock e conseguimos contrato com a Sony Music. É interessante ressalvar que Salvador, onde sempre existiu uma forte cena de Rock, tem hoje um projeto chamado Faz Cultura que promove a gravação de disco e divulgação dos mais variados estilos, faça-se justiça...
Whiplash! / Ao ouvir o som da banda, percebemos uma espécie de revival dos anos 80, que anda em moda ultimamente, o que vocês acham da década, influências, etc?
Constança / Podemos dizer que foi uma década bastante poética e melódica e é justamente o que temos em comum com ela. Mas em nenhum momento deliberamos que tipo de som faríamos, o processo de composição é absolutamente espontâneo. Como Holiday é a nossa música mais new wave, ganhou a introdução de "Telefone", do Gang 90, mas foi bem casual, coisas de ensaio, diversão...
Whiplash! / Como vocês definem a cena "underground" hoje em dia aqui no Brasil?
Constança / Existem bandas com trabalhos maravilhosos na cena underground e ouras tantas com o maior potencial, dentre várias podemos citar: Saci Trick, Snooze, Cigarrets, Jupiter Scope, Dois Sapos e Meio, FishLips, Gasolines, Sala Especial, 4 Track Valsa, conhecemos várias que já tiveram inclusive CD lançado pela gravadora Trama, como Jupiter Maçã e Wander Wildner.
Whiplash! / Se vocês só pudessem ficar com 5 CD’s, quais seriam? Porque?
Constança / Impossível resumir o gosto musical de cada um da banda em cinco CDs, podemos citar alguns que adoramos: Dirty - Sonic Youth, Loveless - My Bloody Valentine, Gal Fatal - Gal Costa, Homogenic - Bjork, Chelsea Girl - Nico, Baladas Sangrentas - Wander Wildner, Psicoacústica - Ira!, Blood, Sugar, Sex, Magic - Red Hot Chilli Peppers, passando por Villa Lobos, Belle and Sebastian, João Gilberto, Dinosaur Jr., etc...
Whiplash! / Érika, a sua participação no clipe dos Raimundos "A mais pedida" gerou uma série de comentários sobre a bela, de voz marcante (o que despertou a ira e a inveja de milhares de meninas). Como você lidou com a situação?
Érika / Eu senti o efeito oposto. As meninas se identificaram e foram super receptivas e carinhosas.
Whiplash! / Conte para gente como foi participar do clipe de uma das maiores bandas de rock nacional (se não a maior)?
Érika / Um passeio no parque de diversões. Divertimento total e boas risadas. Eles além de serem a maior banda do Brasil, são grandes comediantes.
Whiplash! / Ainda sobre o relacionamento entre vocês e os Raimundos: As bandas já eram amigas? Como surgiu o convite?
Constança / Não. Eles assistiram um show da Penélope no Via Funchal em São Paulo, e adoraram. Fizeram o convite através do Tom Capone, que além do "Só no Forevis", tinha produzido "Mi Casa, Su Casa".
Whiplash! / que vocês acham da divulgação de bandas pela Internet? Um modismo, ou uma ferramenta importante?
Constança / Achamos uma ferramenta extremamente importante, óbvio.
Whiplash! / Deixem um recado (ou dica) para os usuários da Whiplash! que estão começando agora e são fãs da banda.
Penélope / "Oi pessoal do Whiplash! :) Sejam Bem - Vindos à casa da Penélope, as portas estarão sempre abertas, basta acessar http://www.e-net.com.br/penelope"
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