Faith No More: O tão aguardado "Sol Invictus"
Resenha - Sol Invictus - Faith No More
Por David Torres
Postado em 26 de maio de 2015
Quando uma banda decide retomar as atividades depois de um longo período, as opiniões se dividem e muito. Uma parcela acredita que o retorno pode ser promissor, nostálgico e no mínimo interessante e outra, pode enxergar esse fato como algo meramente burocrático e pífio. Felizmente, para o Faith No More, esse não é o caso. A banda havia retomado as suas atividades em meados de 2009, após um hiato de onze anos, excursionando ao redor do globo, inclusive em território brasileiro. No primeiro semestre do ano passado, o "frontmen" Mike Patton, um homem de centenas de projetos paralelos, havia jogado aos quatros ventos que estariam compondo um novo material para um sétimo registro de estúdio e assim foi!
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Quase duas décadas após o brilhante sexto álbum de estúdio "Album of the Year" (1997) ter sido realizado, a banda californiana retorna com um álbum de inéditas extremamente pertinente e nada questionável. Contendo uma capa tosquíssima, no melhor nível descompromissado da banda e lançado oficialmente no último dia 19, através da gravadora independente Ipecac Recordings, sob a produção do baixista Billy Gould, "Sol Invictus" é, sucintamente, o retorno triunfal de uma das bandas mais irreverentes e originais da década de noventa.
Os teclados de Roddy Bottum e a bateria de Mike Bordin registram o início da faixa título, "Sol Invictus", a responsável por abrir o álbum. É uma faixa lenta e progressiva, que vai ganhando um nível de intensidade cada vez maior à medida que a canção avança. A voz de Mike Patton continua impecável e os demais integrantes se demonstram em plena forma e sintonia. "Superhero", o segundo "single" lançado para o álbum, vem logo em seguida e é uma composição totalmente Faith No More, encorpada e cheia de "feeling". O entrosamento do grupo é extremamente visível e formidável. Um refrão poderoso, passagens vocais memoráveis, teclados minuciosos e hipnotizantes e todo um clima surreal fazem dessa música um dos muitos destaques dessa obra.
A terceira faixa é a cativante "Sunny Side Up", uma composição recheada de belíssimas melodias que permanecem na mente com uma tremenda facilidade. Na sequência, vem "Separation Anxiety". Estupenda! Possui um início gradativo e crescente e que, alguns minutos depois levam o ouvinte a mais uma viagem musical extraordinária e totalmente dentro dos padrões de qualidade desse amalucado quinteto. Patton, que dispensa elogios, transita os seus vocais de forma extremamente competente como sempre, enquanto a banda executa um trabalho instrumental magistral. John Hudson possui um desempenho exímio e muito eficiente nas seis cordas, a "cozinha" de baixo e bateria encabeçada por Billy Gould e Mike Bordin jamais desaponta, assim como os teclados incorrigíveis de Roddy Bottum.
Os músicos prosseguem com "Cone of Shame", mais uma música cuja primeira metade é lenta e arrastada e em sua segunda parte explode em um espetáculo sonoro irrepreensível. Já "Rise of the Fall", a sexta faixa, é outro exemplo de viagem experimental concebida pela banda. As mudanças de arranjos e ritmos ocorrem com uma naturalidade descomunal e soam como um maravilhoso deleite para o ouvinte.
E o trabalho continua com "Black Friday", mais uma canção divertida e que mantém as vibrações climáticas e desmioladas do grupo. O primeiro "single" lançado para o álbum, "Motherfucker", é a oitava música a dar as caras. Foi uma das primeiras composições desse trabalho a ser tocada ao vivo bem antes do disco ser lançado. A canção, que possui um título no mínimo engraçado e que novamente capta o espírito tresloucado do Faith No More, soa como uma marcha cativante e recheada de "feeling" e poder em seus acordes.
Uma velha conhecida vem a seguir, "Matador", a nona faixa. Velha conhecida, pois a banda já havia apresentado a música há alguns anos atrás, chegando a tocá-la em solo brasileiro assim que a banda retomou as atividades e excursionou pelo Brasil em 2009. O que dizer sobre a música em si? Mais um grande fruto da criatividade desse quinteto que não perdeu nem um pouco a mão mesmo após todos esses anos. Um legítimo êxtase musical, sem mais! "From the Dead" é a saideira, dona de uma levada "country" e divertida, finalizando essa belíssima obra com louvor, sabedoria e muita criatividade.
"Sol Invictus" traz um Faith No More imponente, tocante e completamente engenhoso, provando que a banda ainda tem muita lenha para queimar. Cada composição transmite sensações divergentes entre si e a junção de todas elas resulta em uma obra digna de incontáveis aplausos e elogios.
Escrito por David Torres
01. Sol Invictus
02. Superhero
03. Sunny Side Up
04. Separation Anxiety
05. Cone of Shame
06. Rise of the Fall
07. Black Friday
08. Motherfucker
09. Matador
10. From the Dead
Mike Patton (Vocais)
Jon Hudson (Guitarra)
Billy Gould (Baixo)
Mike Bordin (Bateria)
Roddy Bottum (Teclado)
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