Damned: excentricidade e fúria no terceiro álbum do grupo
Resenha - Machine Gun Etiquette - Damned
Por Jonathan Silva
Postado em 26 de junho de 2013
O The Damned, com seu primeiro álbum "Damned, Damned, Damned", fez com que uma geração inteira pulasse frenética ao som de "New Rose", provando assim que bandas punks inglesas poderiam fazer um álbum completo de qualidade, sem se apegar a singles e EP's. Mas a quintessência do grupo iria atingir um nível muito maior de inovação a partir do seu terceiro álbum, "Machine Gun Etiquette", na qual todo o experimentalismo do grupo foi exposto de maneira brilhante e totalmente original, muito diferente de qualquer material feito pela cena na época. Brian James havia saído do grupo, ficando com seu lugar ocupado por Captain Sensible, antes baixista do grupo. Sensible também ficou responsável, junto com o vocalista Dave Vanian, com a parte criativa do álbum, que foi produzido com Roger Armstrong em conjunto com a banda.
Logo de inicio, "Love Song" surpreende com um diálogo nonsense e seu refrão cínico ("Só para você, aqui está uma canção de amor [...]. E isso me faz feliz em dizer, foi um lindo dia, está tudo bem."), mas com uma velocidade feroz e impetuosa, que continua sem cessar com a faixa título, na qual Rat Scabbies toca como se fosse Phil "Philthy Animal" Taylor (baterista do Motorhead, que excursionou com o grupo durante o final da década). O pós punk de "I Just Can't Be Happy Today" tem como base o baixo de Algy Ward (substituto de Sensible) dando à música uma aura soturna e melancólica, fazendo com que o single chegasse a 46ª posição nos charts britânicos. Melody Lee (inspirada em um personagem da revista em quadrinhos Bunty) tem uma introdução melódica nada convencional, mas que explode em punk logo em seguida.
Há também momentos inusitados que mostram que o grupo estava disposto a criar algo ousado e genial. "Plan 09 Chanel 07", uma homenagem ao filme Plano 9 do Espaço Sideral, faz com que o ouvinte viaje a uma outra dimensão guiado pelo vocal hipnótico de Dave Vanian, mas é com "Smash it Up", dividida em duas partes, que o grupo mostra toda a sua energia acumulada. A primeira parte é uma homenagem a Marc Bolan, falecido anos antes e que apoiava de forma entusiasta o movimento punk. Já a segunda é um new wave energético e furioso, que criticava a cultura hippie de forma anárquica, fazendo com que o hit fosse banido da rádio BBC. Mesmo asssim, a canção ficou em 35º lugar nas paradas.
O disco também traz Looking At You (cover do MC5), "Noise Noise Noise", "Antipope" alem de faixas bônus e outros covers incluídas nos relançamentos do álbum. A capa, mostrando o grupo atravessando a rua com seus trajes altamente característicos, faz junto com as músicas um álbum clássico definitivo.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Os 11 melhores álbuns de rock progressivo conceituais da história, segundo a Loudwire
A obra-prima do Dream Theater que mescla influências de Radiohead a Pantera
A lendária guitarra inspirada em Jimmy Page, Jeff Beck e Eric Clapton que sumiu por 44 anos
Steve Harris admite que a aposentadoria está cada vez mais próxima
Os dois bateristas que George Martin dizia que Ringo Starr não conseguiria igualar
Regis Tadeu indica disco "perfeito" para uma road trip: "Todo mundo detesta, mas é bom"
A banda clássica que poderia ter sido maior: "Influenciamos Led Zeppelin e Deep Purple"
Após negócio de 600 milhões, Slipknot adia álbum experimental prometido para esse ano
Graspop Metal Meeting terá 128 bandas em 4 dias de shows na edição de 2026 do festival
O defeito muito grave dos baixistas de heavy metal na opinião de John Entwistle
Youtuber que estava no backstage do último show de Alissa com o Arch Enemy conta tudo
A canção dos Rolling Stones que, para George Harrison, era impossível superar
Guns N' Roses lança duas novas canções
O maior compositor do rock'n'roll de todos os tempos, segundo Paul Simon
Sacred Reich anuncia o brasileiro Eduardo Baldo como novo baterista
A única banda de hair metal que Eddie Vedder respeitava: "Pelo menos tinham força"
A fantástica música do Metallica que James arregou na hora de cantar
A opinião de Ricardo Confessori sobre Titãs, Paralamas do Sucesso, Plebe Rude, Capital e Ira!


Ouça a versão da banda punk britânica The Damned para "See Emily Play", do Pink Floyd
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Clássicos imortais: os 30 anos de Rust In Peace, uma das poucas unanimidades do metal



