Stone Temple Pilots: riquíssimo em melodia, harmonia e peso
Resenha - Core - Stone Temple Pilots
Por Klayton Castro
Postado em 28 de janeiro de 2013
Nota: 10
O ano de 1992 marcou muito pelos lançamentos de álbuns de bandas da cena Grunge. Dentre elas estava o Alice In Chains, Gruntruck, Mudhoney, Screaming Trees, L7, My Sister's Machine com discos fortes e mais elaborados. Nessa leva surgiu o Stone Temple Pilots com toda sua força. Vindos da California, estavam prontos para fazer parte da cena que se consolidou em Seattle, com um álbum de estreia riquíssimo em melodia, harmonia e peso.
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Tudo começou quando a banda ainda se chamava MIGHTY JOE YOUNG. Em 1991, lançaram uma demo autointitulada, com faixas cheias de 'groove' e 'funky'. Mesmo assim, algumas mostravam o que viria a ser mais tarde, como as faixas 'Wicked Garden', 'Naked Sunday', 'Piece Of Pie' e 'Where The River Goes'. Canções que foram melhor trabalhadas e finalizadas para ser lançadas em seu álbum de estreia.
Após o sucesso da demo, a banda decidiu gravar seu primeiro registro em estúdio. Quando souberam que já havia um grupo chamado MIGHTY JOE YOUNG, mudaram o nome por questões jurídicas para STONE TEMPLE PILOTS. Em abril de 1992, começaram a gravação para o álbum, gravando-o em cinco semanas. Depois de cinco meses, foi finalizado e lançado no dia 29 de setembro.
Já em seu primeiro álbum de estúdio, a banda mostrava que não demoraria em se tornar um gigante. Intitulado pela banda como "Core", o nome se referia ao fruto proibido da história bíblica de Adão e Eva. Sendo assim, o registro deu um show de canções repletas de melodia e peso na medida certa, com campo harmônico muito bem estruturado, tendo como tema principal o lado obscuro e complexo da humanidade.
Quatro singles foram lançados para o álbum. Porém, somente três tiveram vínculo comercial e um de carácter promocional. O primeiro a ser lançado foi o da canção 'Sex Type Thing', abordando como tema a violência, controle e abuso de poder que as mulheres sofriam, em um som bem enérgico e pesado. Já o segundo single era da canção 'Plush', a mais famosa da banda, tendo a letra inspirada numa reportagem que Scott Weiland viu de uma garota morta vítima de estrupo, contrastando o tema mórbido em uma linda balada repleta de melodias. Já o terceiro foi o de 'Wicked Garden' que foi usado para promover a banda nas rádios, abordando liricamente sobre a inocência do ser humano que depois é perdida de acordo com as coisas que acontece na vida. O último single é a linda e melancólica 'Creep' que fala sobre as dificuldades que os membros da banda estavam enfrentando em suas vidas.
Além dos singles, a banda ofereceu outras maravilhosas canções. Abrindo com chave de ouro, 'Dead & Bloated' inicia com Scott Weiland vociferando as primeiras frases de uma letra mórbida, acompanhada de uma melodia pesada e repleta de charme. Seguida da porrada 'Sex Type Thing' e da envolvente 'Wicked Garden', o álbum segue com o interlúdio 'No Memory', escrita pelo guitarrista Dean DeLeo, antes usada somente como introdução para faixa seguinte 'Sin', a primeira canção épica do registro, mostrando todo dinamismo da banda, com sua letra bastante sombria. Chegando na metade do disco, ainda nos deliciamos com a enérgica 'Naked Sunday' que fala sobre religião organizada que impõe as pessoas no que deve fazer e acreditar. Para acalmar os ânimos vem a triste e bela 'Creep', preparando para a porrada certeira de 'Piece Of Pie' com riffs bem gordos e grudentos, seguindo do maior sucesso radiofônico 'Plush' que prende atenção por sua bela melodia do começo ao fim. Em seguida, nos deparamos com o interlúdio 'Wet My Bed', que segundo a lenda foi a primeira canção gravada para "Core", através de um improviso dentro de estúdio entre Scott Weiland e o baixista Robert DeLeo. Agora a faixa 'Crackerman' dava mais uma pedrada, com seu peso e muito Rock'n'Roll, trazendo como título uma gíria falada por compradores de craque e heroína para se comunicar com os traficantes, só pela explicação preciso nem dizer o tema né? Então, 'Where The River Goes' fecha o álbum com chave de ouro, em um épico de oito minutos e meio, cheias de variação e dinamismo, considerada a canção mais poética liricamente.
Botando na balança, "Core" é indiscutivelmente o melhor álbum da banda até hoje. Na época em que foi lançado, foi recebido muito bem pela crítica. Alguns críticos ardorosos empinavam o nariz, dizendo que a banda parecia uma cópia fajuta de ALICE IN CHAINS e PEARL JAM. Algo realmente sem pé e cabeça, pois desde o começo de carreira o STONE TEMPLE PILOTS sempre mostrou originalidade e inteligência em suas composições. Sendo o registro mais bem sucedido, recebeu oito vezes o disco de platina pela RIAA, dia 18 de setembro de 2001. Ano passado, o álbum foi tocado na íntegra em seu 20º aniversário.
Concluindo, "Core" foi só uma amostra que o sucesso não é premeditado, e sim basta fazer canções usando o coração, botando toda sua paixão e amor pela música. Em um primeiro álbum é muito difícil ter o sucesso imediato, mas não é algo impossível. E quando alcança o estrelato de primeira, a marca de um clássico se torna eterna.
Faixas:
01 - Dead & Bloated
02 - Sex Type Thing
03 - Wicked Garden
04 - No Memory
05 - Sin
06 - Naked Sunday
07 - Creep
08 - Piece Of Pie
09 - Plush
10 - Wet My Bed
11 - Crackerman
12 - Where The River Goes
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